Tarifas em pausa: ‘Trump percebeu que perdeu a mão’, diz Roberto Giannetti da Fonseca
Publicado 09/04/2025 • 20:39 | Atualizado há 1 uma semana
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Publicado 09/04/2025 • 20:39 | Atualizado há 1 uma semana
KEY POINTS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas impostas a produtos chineses, após a escalada nas tensões comerciais entre os dois países. A medida busca amenizar o impacto da guerra tarifária e dar mais tempo para as negociações, mas o cenário econômico continua tenso, com investidores e analistas atentos aos próximos passos do governo americano.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Times Brasil, Roberto Giannetti da Fonseca, economista e ex-secretário da Câmara de Comércio Exterior do governo federal, comentou sobre a situação atual. Segundo Giannetti, a pausa foi, na realidade, um recuo de Trump. Ele afirmou que o presidente dos Estados Unidos percebeu que estava indo longe demais com as tarifas e reconheceu que a reação interna foi um fator determinante para essa decisão. “Ele percebeu que estava indo longe demais.
A reação, inclusive, interna dos Estados Unidos está muito forte. Foi uma reação popular muito grande, com manifestações e discursos muito graves de pessoas iradas com o que está acontecendo”, afirmou.
Giannetti também destacou que a tensão com a China está longe de ser resolvida. Ele explicou que a China não cederá facilmente e tem alternativas para enfrentar a guerra comercial, como o fortalecimento do mercado interno. “Quem não conhece a China, acha que a China vai capitular assim, da noite para o dia, mas não vai. O chinês é resiliente, e ele está muito preparado para essa guerra comercial”, disse o economista, indicando que os Estados Unidos têm mais a perder no confronto.
O economista fez uma análise crítica sobre a postura de Trump no cenário global. “Eu acho que está claro nesse jogo que os Estados Unidos estão em um declínio, numa decadência, e ele está desesperado. O Trump é um bom jogador de pôquer, mas já sabemos que ele não tem naipe para ganhar esse jogo. Esse jogo está realmente na mão do chinês”, afirmou.
Em relação ao impacto da guerra comercial no Brasil, Giannetti alertou sobre os riscos para o setor agropecuário, mencionando a possibilidade de o Brasil absorver parte da produção de commodities que antes era destinada aos Estados Unidos. “O Brasil pode absorver um certo volume de commodities como milho, soja e algodão, que são fungíveis e não têm a marca ‘Made in the US’. E o nosso produto liberado pela importação estrangeira vai para a China, provavelmente com prêmio”, explicou.
Giannetti também falou sobre a necessidade de regulamentação mais rigorosa para evitar o aumento das importações de produtos chineses no Brasil. “Eu colocaria produtos originados da China no regime de licença não automática. Tem que passar um olho clínico, não dá para deixar a porteira aberta. Tem que colocar licença não automática em alguns setores, em alguns produtos, que sabemos que existe um grave risco de surto de importação”, disse ele.
Por fim, o economista abordou a incerteza que essa guerra tarifária causa no cenário global e a queda na confiança de investidores e consumidores. “Quando não há investimento e consumo, a economia entra em colapso”, concluiu Giannetti.
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