Trump anunciou que o Departamento de Defesa passará a ser chamado de "Departamento de Guerra", justificando que o novo nome transmite maior força e prontidão militar.
A alteração busca alinhar a imagem do órgão a uma postura mais agressiva diante de ameaças externas, em contraste com o caráter considerado "passivo" do nome atual.
Especialistas alertam que a mudança pode gerar confusão jurídica e diplomática, já que a nomenclatura oficial depende do Congresso e pode não ser reconhecida em instâncias internacionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (5) que vai assinar uma ordem executiva para mudar o nome do Departamento de Defesa para “Departamento de Guerra”, retomando a nomenclatura usada oficialmente até 1949.
Segundo a Casa Branca, a decisão busca reforçar a percepção de poder e prontidão militar do país, alinhando a nomenclatura com uma postura mais assertiva diante de ameaças externas. Trump já havia criticado diversas vezes o nome atual, afirmando que “paramos de ganhar guerras com o Department of Defense — ganhávamos com o Department of War”.
Uso imediato e ajustes simbólicos
Pelo plano, a mudança passará a ser aplicada de forma cerimonial e comunicacional, ainda que a alteração legal dependa de aprovação do Congresso, responsável por legislar sobre departamentos federais. O governo prevê que títulos como “Secretary of War” substituam gradualmente o de Secretário de Defesa em discursos e cerimônias. O Pentágono também deve ajustar nomenclaturas, como a sala de imprensa, que será rebatizada de “Pentagon War Annex”.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, aliado de Trump, já recebeu aval para usar o novo título em certos contextos oficiais, enquanto prepara o envio de propostas legislativas para consolidar a alteração.
O Departamento de Guerra foi criado em 1789 e existiu até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando foi substituído pelo atual Departamento de Defesa no processo de reorganização das Forças Armadas.
Especialistas em políticas públicas e militares alertam, no entanto, que a mudança pode gerar confusão institucional, já que tratados internacionais e legislações ainda reconhecem oficialmente a nomenclatura “Defesa”. O uso do termo “Departamento de Guerra”, sem base legal definitiva, pode enfrentar resistências diplomáticas e jurídicas.
A decisão custará aos cofres públicos centenas de milhões de dólares para que todo o material oficial do departamento seja atualizado, avaliam especialistas.
Doutrina política
Para analistas, a medida também reflete a estratégia de Trump de adotar uma doutrina de “paz por meio da força”, buscando transmitir uma postura mais combativa das Forças Armadas. O gesto tem forte valor simbólico e político, mas ainda depende de trâmites formais para se tornar permanente.
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