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Trump é um ‘agente do caos’, mas recessão ainda não é certa, dizem economistas

Publicado 10/03/2025 • 19:53 | Atualizado há 18 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A volatilidade dos mercados globais e a turbulência geopolítica após o retorno de Donald Trump à Casa Branca levantaram preocupações sobre uma possível recessão nos Estados Unidos.
  • No entanto, economistas avaliam que um colapso econômico ainda não está no horizonte.
  • Os mercados internacionais foram abalados recentemente pelo temor de que Trump reative uma guerra comercial global, após anunciar tarifas sobre importações da China, México e Canadá.

REUTERS/Carlos Barria

A volatilidade dos mercados globais e a turbulência geopolítica após o retorno de Donald Trump à Casa Branca levantaram preocupações sobre uma possível recessão nos Estados Unidos. No entanto, economistas avaliam que um colapso econômico ainda não está no horizonte.

“Não acho que falaremos de uma recessão nos EUA. A economia americana é resiliente, eu diria que, em grande parte, apesar de Donald Trump”, afirmou Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg Bank, em entrevista à CNBC nesta segunda-feira (10).

Schmieding classificou Trump como um “agente do caos e da confusão”, destacando que a postura errática do presidente sobre tarifas demonstra que ele “tem pouca noção das consequências potenciais de sua política comercial”.

Apesar disso, o economista não vê um risco imediato de recessão:

“Os consumidores americanos têm dinheiro para gastar e provavelmente vão gastar. O mercado de trabalho nos EUA continua relativamente sólido. Com a queda nos preços da energia e possíveis cortes de impostos e desregulamentação, não vejo um risco iminente de recessão”, disse.

Por outro lado, Schmieding alertou para impactos de longo prazo:

“O que está cada vez mais claro é que Trump está prejudicando o crescimento econômico sustentável dos EUA para além de 2026. Ele representa preços mais altos para os consumidores, o que significa, na minha visão, que o Fed não tem motivos para cortar juros com Trump na presidência e promovendo caos e confusão.”

A CNBC procurou a Casa Branca para comentar as declarações, mas não obteve resposta até o momento.

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Mercados reagem com pessimismo

Os mercados internacionais foram abalados recentemente pelo temor de que Trump reative uma guerra comercial global, após anunciar tarifas sobre importações da China, México e Canadá.

Na última sexta-feira (7), Trump surpreendeu ao adiar a implementação de algumas dessas tarifas até 2 de abril para os parceiros comerciais mais próximos dos EUA. A decisão inesperada aumentou ainda mais a incerteza e frustrou investidores.

A postura imprevisível do presidente em relação ao comércio exterior e à diplomacia tem gerado reações negativas. Os índices americanos abriram a semana em queda, e analistas alertam que o sentimento negativo do mercado deve persistir no chamado “Trump 2.0”.

Economia pode sofrer com inflação e estagnação

Líderes empresariais e economistas expressam preocupação com os impactos das tarifas, prevendo um aumento da inflação nos EUA. O temor é que os consumidores acabem arcando com os custos dos produtos importados mais caros.

Especialistas também alertam para possíveis efeitos na geração de empregos e no crescimento econômico. Com o cenário de incerteza, os consumidores podem reduzir gastos, aprofundando um ciclo de estagnação econômica conhecido como stagflation, que combina alta inflação com desemprego elevado.

Caso isso ocorra, o Federal Reserve pode ser pressionado a manter as taxas de juros em seus atuais patamares, entre 4,25% e 4,5%, em vez de reduzi-las para estimular a economia.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou na sexta-feira (7) que o banco central irá aguardar para avaliar os efeitos das políticas de Trump antes de tomar novas decisões sobre juros.

Sinais de desaceleração preocupam governo

A administração Trump começa a sentir os primeiros impactos da incerteza econômica. Dados recentes mostram que a confiança do consumidor caiu em fevereiro, enquanto a economia dos EUA pode ter encolhido 2,4% no primeiro trimestre, segundo o índice GDPNow, do Federal Reserve de Atlanta.

O mercado de trabalho também dá sinais de enfraquecimento. Os dados mais recentes apontam um aumento da taxa de desemprego para 4,1%, enquanto a criação de empregos ficou abaixo do esperado em fevereiro. O Departamento do Trabalho registrou 151 mil novos empregos no mês, abaixo da expectativa de 170 mil.

Steven Blitz, economista-chefe da TS Lombard, afirmou que os dados ainda não indicam uma recessão, mas alertou que as ações de Trump podem desestabilizar a economia.

“O conjunto das medidas de Trump pode levar a economia para qualquer direção, incluindo uma queda abrupta dos investimentos”, disse Blitz em nota na sexta-feira.

Trump admite período de transição

Embora tenha evitado prever uma recessão, Trump reconheceu que suas políticas podem afetar o crescimento econômico.

Em entrevista ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News, o presidente foi questionado sobre a projeção de retração econômica feita pelo Fed de Atlanta.

“Eu odeio prever coisas assim”, respondeu. “Estamos em um período de transição, porque o que estamos fazendo é algo muito grande. Estamos trazendo riqueza de volta para os EUA. Isso leva um tempo. Leva um tempo.”

Incerteza afeta projeções de mercado

Na última semana, o JPMorgan alertou que a economia americana está entrando em uma “nova fase de incerteza”, especialmente devido às tarifas impostas por Trump.

Os analistas do banco adotaram uma visão pessimista sobre o mercado de ações dos EUA e preveem alta volatilidade, com possível desaceleração econômica.

“Já vimos o impacto negativo que a incerteza nas políticas comerciais tem sobre o consumo e os investimentos corporativos. É provável que esse efeito aumente nos próximos meses”, escreveu o banco em relatório.

Embora a recessão ainda não seja o cenário base do JPMorgan, os analistas destacaram que a falta de clareza sobre a duração das tarifas e a possibilidade de escalada da guerra comercial podem derrubar as projeções de crescimento dos EUA.

“A expectativa é que tarifas dessa magnitude levem tanto o Canadá quanto o México a uma recessão. Isso pode afetar diretamente as previsões de crescimento do PIB americano e forçar uma revisão das estimativas para o final do ano”, concluiu o relatório.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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