Turquia enfrenta protestos e fuga de investidores após prisão de opositor
Publicado 20/03/2025 • 12:49 | Atualizado há 1 mês
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A economia fragilizada da Turquia enfrenta mais turbulência e fuga de investidores após a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu
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A economia fragilizada da Turquia enfrenta mais turbulência e fuga de investidores após a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, um dos principais opositores do presidente Recep Tayyip Erdoğan. A detenção ocorre poucos dias antes da esperada nomeação de İmamoğlu como candidato presidencial de seu partido.
Os mercados turcos registraram a maior queda do mundo na última quarta-feira (20), com a lira atingindo uma mínima histórica em relação ao dólar.
Para conter a desvalorização, o banco central da Turquia teria vendido um valor recorde de quase US$ 10 bilhões em moeda estrangeira, segundo cálculos de banqueiros citados pela Reuters. A lira acumula queda de 15% no último ano e 83% nos últimos cinco anos.
İmamoğlu, eleito prefeito de Istambul em abril de 2024, foi preso sob acusações de terrorismo e crime organizado, acusações que ele e seus apoiadores rejeitam.
Além disso, promotores expediram mandados contra 100 outras pessoas, incluindo jornalistas, empresários e membros do Partido Republicano do Povo (CHP), a principal sigla de oposição do país. Líderes do CHP classificaram a prisão como um “golpe”.
O governo de Istambul impôs proibições a protestos e fechou estradas e o metrô, enquanto o acesso à internet e às redes sociais no país permanece restrito. Manifestantes, no entanto, tomaram ruas e campi universitários para expressar indignação.
O Ministério do Interior da Turquia não comentou as prisões, mas nega motivações políticas, afirmando que o judiciário opera de forma independente.
Em uma postagem na rede social X, o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, informou que 37 pessoas foram detidas por publicações “provocativas”, enquadradas como “incitação ao crime”, segundo tradução automática do Google.
A instabilidade política pode prejudicar ainda mais a confiança dos investidores na Turquia, que já enfrenta dificuldades para reverter sua crise inflacionária, alertam economistas.
“Preocupações com o Estado de Direito persistirão e podem afetar o fluxo de investimentos estrangeiros diretos, que já é baixo, a menos que o governo apresente um caso convincente contra İmamoğlu”, escreveu Timothy Ash, estrategista de mercados emergentes da BlueBay Asset Management.
A inflação na Turquia permanece elevada, atingindo 39,05% em fevereiro, um dos principais pontos da campanha do CHP contra Erdoğan. A contínua desvalorização da lira pode agravar a inflação e pressionar o banco central a elevar ainda mais os juros, que já estão em 42,5%.
“Isso vai abalar a confiança dos investidores e pressionar a lira, o que, por sua vez, pode reacelerar a inflação”, disse George Dyson, analista sênior da Control Risks. No entanto, analistas não esperam que o banco central abandone sua postura ortodoxa, mas sim que ele aumente os juros caso a moeda continue a enfraquecer.
As próximas eleições presidenciais na Turquia estão previstas para 2028, mas especula-se que o parlamento possa antecipá-las. Pesquisas recentes indicam que İmamoğlu venceria Erdoğan com ampla margem em um pleito nacional.
“Pesquisas mostravam que, mesmo com suas vantagens de incumbência e controle total das instituições e da mídia, Erdoğan ainda perderia para İmamoğlu por uma margem significativa”, escreveu o historiador turco Soner Cagaptay.
O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA e a dependência da União Europeia em relação à Turquia para questões envolvendo Ucrânia e Síria fortaleceram a posição de Erdoğan, minimizando possíveis represálias internacionais.
“O governo turco sente-se seguro geopoliticamente”, disse Dyson. “Os EUA sinalizam que não se oporão a esse tipo de ação, e a UE precisa da Turquia em várias frentes. O governo está aproveitando o momento, esperando uma reação internacional mínima.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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