Zelensky anuncia reunião com Trump na ONU em meio a intensos ataques russos na Ucrânia

Enquanto a Rússia amplia seus ataques na Ucrânia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que vai se reunir com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, na próxima semana, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. O encontro ocorrerá em meio à intensificação dos bombardeios russos, que atingiram várias regiões do país.

Na madrugada de sábado (20), a Rússia promoveu um dos maiores ataques aéreos recentes, usando cerca de 40 mísseis e aproximadamente 580 drones, segundo Zelensky. Pelo menos três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na ofensiva, que atingiu, entre outros alvos, um prédio residencial na cidade de Dnipro com munição de fragmentação.

Reunião com Trump e busca por garantias de segurança

Zelensky declarou que pretende discutir com Trump garantias de segurança para a Ucrânia e sanções ao governo russo. “Teremos uma reunião com o presidente dos Estados Unidos”, afirmou Zelensky, acrescentando que o tema das sanções estará em pauta.

O governo ucraniano insiste na necessidade de garantias de segurança apoiadas pelo Ocidente para evitar novos ataques. Por outro lado, Vladimir Putin, presidente da Rússia, alertou que a presença de tropas ocidentais em território ucraniano seria considerada inaceitável e transformaria esses soldados em alvos legítimos.

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As negociações para encerrar rapidamente o conflito, lideradas pelos Estados Unidos, estão paralisadas. O Kremlin descartou a possibilidade de um encontro entre Putin e Zelensky, medida que Kiev considera essencial para buscar a paz. “Esperamos sanções se não houver reunião entre os líderes ou, por exemplo, se não houver cessar-fogo”, tratou Zelensky.

Zelensky também reiterou que está disponível para conversar com Putin, tanto em reuniões bilaterais quanto trilaterais, mas ressaltou que o líder russo “não está pronto”.

Intensificação dos confrontos e ataques em diferentes regiões

No total, os ataques na região de Dnipropetrovsk resultaram em uma morte e 26 feridos, sendo um em estado grave, conforme informou Sergiy Lysak, responsável pela administração militar local. No nordeste da Ucrânia, a área de Kupiansk, importante centro ferroviário, segue cenário de confrontos intensos, de acordo com Zelensky.

Isabel Infantes - Reuters

No mesmo período, a Rússia afirmou ter capturado a vila de Berezove, também em Dnipropetrovsk. Enquanto isso, autoridades russas relataram que repeliram ataques ucranianos em Volgogrado e Rostov, e que uma pessoa ficou ferida na região de Saratov. O governador de Samara informou que instalações de combustível e energia foram atingidas, mas não detalhou os danos.

O Ministério da Defesa russo comunicou que, durante a madrugada, sistemas de defesa aérea interceptaram e destruíram 149 drones ucranianos, incluindo 27 na região de Saratov e 15 em Samara. A ofensiva russa ocorre após relatos de violações do espaço aéreo da Estônia e de sobrevoos de drones russos na Polônia, aumentando a preocupação de aliados ocidentais.

Negociações estagnadas e impasses diplomáticos

Mais cedo, Zelensky voltou a pedir soluções conjuntas para derrubar drones, em parceria com outros países. As conversas de paz diretas entre Rússia e Ucrânia, realizadas três vezes em Istambul, não avançaram além da troca de prisioneiros em grande escala. Moscou mantém exigências como a cessão total da região de Donbas, o que Kiev rejeita, defendendo o envio de tropas europeias para missões de paz, medida rejeitada pela Rússia.

Maria Ferreira Santos

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