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Publicado 18/12/2024 • 14:04
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O final do ano é um momento de reflexão para muitos. E enquanto alguns revisitam suas experiências e conquistas, especialistas em finanças destacam a importância de também fazer um balanço das finanças pessoais.
Controlar os gastos pessoais pode ter sido um desafio neste ano, especialmente com os salários não acompanhando o aumento do custo de vida. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Índice de Salário versus Inflação de 2024 da Bankrate mostrou que, entre janeiro de 2021 e junho de 2024, os preços subiram 20%, enquanto os salários cresceram apenas 17,4% no mesmo período.
Como resultado, quase metade dos americanos afirma que vive de salário em salário, de acordo com uma pesquisa recente do Bank of America.
“O final do ano pode ser um ótimo momento para refletir sobre as finanças, mas é importante não ser duro consigo mesmo”, disse Tamara Harel-Cohen, cofundadora do aplicativo de bem-estar financeiro RiseUp, ao CNBC Make It.
Harel-Cohen aconselhou a evitar uma análise detalhada de cada centavo gasto, pois não é possível sempre atingir todos os objetivos financeiros.
Por sua vez, Sarah Coles, chefe de finanças pessoais na Hargreaves Lansdown, afirmou que sempre há espaço para melhorias na gestão do dinheiro. “Pode parecer que, desde que você chegue ao final do ano mais ou menos financeiramente estável, tudo está bem. No entanto, essa abordagem deixa você vulnerável a negligenciar aspectos importantes de suas finanças”, afirmou Coles.
Pensando nisso, o CNBC Make It pediu a quatro especialistas financeiros que compartilhassem suas principais dicas sobre reflexão e gestão do dinheiro com o final do ano se aproximando.
Em dezembro, é comum as pessoas se sentirem envergonhadas pela maneira como gerenciaram seu dinheiro, disse Vicky Reynal, psicoterapeuta financeira e autora do livro Money on Your Mind, em entrevista ao CNBC Make It.
“Uma coisa que eu diria é: tenha autocompaixão”, afirmou Reynal. “Há quase uma sensação de que todos acham que deveriam ser melhores do que realmente são.”
Isso pode impedir que as pessoas reflitam de forma produtiva sobre como reverter a situação, explicou Reynal. A realidade é que gerenciar as finanças “não é uma habilidade inata” e, muitas vezes, não é ensinada nas escolas ou pelos pais.
“Aprendemos conforme o caminho e inevitavelmente cometeremos erros. Mas tudo o que podemos fazer é, em vez de ficar mergulhadas na culpa e vergonha, usar isso para recontextualizar e perguntar: O que posso fazer de diferente? O que quero fazer de diferente no próximo ano financeiramente?”, acrescentou Reynal.
Sarah Coles, da Hargreaves Lansdown, sugeriu realizar uma auditoria de cinco áreas-chave do dinheiro.
“Compreender sua situação financeira dentro dessas cinco áreas pode ajudá-la a criar as bases de um orçamento e novos objetivos financeiros”, disse Coles.
Muitas resoluções financeiras no novo ano falham porque tendem a ser excessivamente complicadas, segundo Reynal.
“Às vezes, as pessoas vêm até mim com orgulho e dizem: ‘Eu criei esta planilha, são 30 abas. Vou registrar todos os meus gastos.’ Mas isso não é sustentável”, afirmou Reynal. “Eu sempre incentivo as pessoas a simplificar e encontrar as ferramentas certas.”
Ela sugeriu o uso de aplicativos de orçamento e plataformas de investimento que automatizam o trabalho. “Isso cria um círculo positivo, em que você começa a construir confiança.”
Harel-Cohen concordou e destacou que até mesmo um “check rápido de cinco minutos” pela manhã, planejando como gastar o dinheiro ao longo do dia, pode ajudar a tomar decisões melhores sem se sentir sobrecarregada. “Lembre-se: melhorar seu bem-estar financeiro é uma maratona, não uma corrida curta”, acrescentou Harel-Cohen.
A segunda razão pela qual muitas resoluções financeiras falham é por serem excessivamente ambiciosas, aponta Reynal. “Pequenas vitórias fazem toda a diferença para construir confiança, senso de controle e motivação”, explicou. Ela ainda ressaltou que estabelecer “metas simples e alcançáveis” é a chave para o sucesso.
Harel-Cohen aconselhou automatizar os pagamentos mensais para sua conta, a fim de alcançar metas de longo prazo, como férias ou aposentadoria. “Depois de configurar isso, apenas relaxe e esqueça.”
É válido também se permitir alguns luxos, de acordo com Ylva Baeckström, professora sênior de finanças na King’s Business School.
Gastar dinheiro não deve ser sempre uma fonte de ansiedade, disse ela. “O que você realmente gastou em coisas que não precisa? E como se sentiu ao gastar esse dinheiro? Isso te deixou ansiosa ou estressada, ou te fez sentir bem?” perguntou Baeckström.
“Se isso te deixou ansiosa, é hora de mudar o hábito. Porém, se te fez sentir bem, talvez valha a pena continuar se permitindo esse luxo específico. Permita-se alguns prazeres que te façam sentir bem e corte os gastos que te deixam ansiosa”, concluiu.
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