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Economia Brasileira

Construção projeta alta de 2,3% no PIB em 2025 e ultrapassa 3 milhões de empregos com carteira

Publicado 28/07/2025 • 13:54 | Atualizado há 18 horas

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • PIB da construção deve crescer 2,3% em 2025, mesmo com queda na confiança e juros elevados.
  • Setor ultrapassa 3 milhões de empregos formais pela primeira vez desde 2014, com 149 mil novas vagas no ano.
  • CBIC alerta para impacto das tarifas dos EUA: “Brasil vai falar sozinho se Washington não abrir diálogo”.
  • Falta de mão de obra qualificada e custo elevado do crédito preocupam empresários e pressionam preços.
O ICST é o indicador-síntese da pesquisa, composto por quesitos como a situação dos negócios, contratos, demanda e expectativas.

O ICST é o indicador-síntese da pesquisa, composto por quesitos como a situação dos negócios, contratos, demanda e expectativas.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Apesar dos juros elevados, da redução no crédito e de um cenário global incerto, o setor da construção civil no Brasil segue registrando avanço. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) manteve nesta segunda-feira (28) sua projeção de crescimento de 2,3% para o PIB do setor em 2025 e anunciou que o número de empregos formais superou, pela primeira vez desde 2014, a marca de 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

No entanto, em meio à ameaça de um tarifaço de 50% pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, o presidente da entidade, Renato Correia, fez um alerta: “Enquanto os EUA não abrirem a porta para diálogo, o Brasil vai falar sozinho.”

“Eles foram unilaterais, não chamaram para conversar, e ainda com motivação política. O governo brasileiro está se esforçando, mas sem abertura lá, fica falando sozinho”, afirmou, durante coletiva de apresentação dos dados do setor.

Atividade segue firme, apesar da queda na confiança

O bom desempenho da construção é puxado por obras residenciais e de infraestrutura lançadas nos últimos anos, agora convertidas em canteiros ativos. Em junho, o nível de atividade foi o maior do semestre.

A economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, destacou que o cenário macroeconômico ainda impõe obstáculos: juros altos, inflação acima da meta, dificuldades fiscais e incertezas externas. Ainda assim, o PIB brasileiro tem crescido acima das projeções, com geração de empregos e crescimento de salários sustentando o consumo.

Apesar disso, o índice de confiança dos empresários da construção vem caindo, afetado pelo custo elevado do crédito. Entre janeiro e maio, o financiamento com recursos da poupança caiu 62,3%, totalizando apenas 24,1 mil unidades financiadas – ante 65 mil no mesmo período de 2024.

“A taxa de juros elevada é o principal problema enfrentado pelos empresários”, disse Ieda.

Empregos formais voltam ao pico da década

A construção atingiu em maio 3,066 milhões de empregos formais, segundo dados do Caged compilados pela CBIC. Desde 2020, foram geradas 948 mil vagas – 149,2 mil só nos primeiros cinco meses de 2025.

“Estamos mantendo um ritmo forte de geração de emprego. A construção respondeu por 14,2% das vagas geradas no país este ano”, afirmou a economista-chefe.

Renato Correia atribuiu o bom desempenho aos contratos firmados nos últimos anos. “Mesmo com desaceleração econômica, ainda teremos demanda por mão de obra nos projetos em andamento”, disse. Ele destacou que há vagas disponíveis em praticamente todos os canteiros de obras do país.

Risco com tarifa dos EUA deixa cenário nublado

A ameaça de tarifas de 50% por parte dos EUA pode afetar diretamente a cadeia da construção. Correia ressaltou que os impactos ainda são difíceis de prever, mas que a medida pode prejudicar toda a economia.

“As tarifas preocupam bastante, e ninguém sabe o real impacto. Vamos torcer pelo sucesso das negociações”, disse.

Uma eventual queda nas exportações pode gerar aumento da oferta de materiais no mercado interno, o que ajudaria a reduzir preços. No entanto, o risco de deterioração econômica e valorização do dólar também está no radar.

“Vamos ter que monitorar todos esses efeitos”, concluiu.

Mão de obra pressiona custo e salários sobem

A falta de trabalhadores qualificados é uma das três maiores preocupações do setor, atrás apenas dos juros altos e da carga tributária, segundo sondagem da CBIC.

Nos 12 meses até junho, o custo da mão de obra subiu 9,98%, se tornando o principal vetor de alta do INCC, que subiu 7,21% no período. O salário médio de admissão foi de R$ 2.436,44, acima da média nacional (R$ 2.248,71).

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