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Viés desinflacionário do tarifaço dos EUA sustenta leve queda nas taxas

Publicado 28/07/2025 • 21:12 | Atualizado há 3 meses

KEY POINTS

  • A percepção de que o tarifaço dos Estados Unidos ao Brasil teria viés desinflacionário aliviou ligeiramente a curva de juros local na segunda etapa do pregão desta segunda (28).
  • Com menos exportações, a tendência é que as empresas direcionem seus produtos ao mercado doméstico no curto prazo, o que diminuiria os preços no Brasil.
  • A hipótese de meio-termo - considerada a mais provável, e que fez preço na curva de juros brasileira hoje - considera a imposição da tarifa integral de 50%, mas sem qualquer reação aos EUA.
Diante do Tarifaço de Trump, China se prepara para o aumento de tarifas, enquanto o mundo se volta para outros mercados.

Viés desinflacionário de tarifa de Trump vem abaixando as taxas.

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A quatro dias do início da vigência da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil – caso nenhum consenso entre os dois países seja alcançado até lá -, a incerteza segue elevada, mas a percepção de que a medida teria viés desinflacionário aliviou ligeiramente a curva de juros local na segunda etapa do pregão desta segunda (28).

Com menos exportações, a tendência é que as empresas direcionem seus produtos ao mercado doméstico no curto prazo, o que diminuiria os preços no Brasil. Ao mesmo tempo, os setores mais atingidos também tendem a reduzir seu nível de atividade, num momento em que a política monetária já se encontra em patamar restritivo.

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou de 14,929% no ajuste de sexta-feira (25) para 14,930%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,23% no ajuste anterior para 14,215%. O DI de janeiro de 2028 marcou 13,575%, vindo de 13,592% no ajuste antecedente, e o DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,538% para 13,535%.

Na ponta mais longa da curva, o contrato do primeiro mês de 2031 fechou em 13,780%, de 13,796% no ajuste. O DI de janeiro de 2033 também rondou a estabilidade, ao variar de 13,919% para 13,900%.

Segundo Ian Lima, gestor de renda fixa da Inter Asset, existem três cenários possíveis com o qual os investidores trabalham: no primeiro deles, mais benigno, o presidente dos EUA, Donald Trump, cederia de alguma forma, para algum porcentual menor de tarifa.

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O segundo, mais pessimista, embute a aplicação de 50% de sobretaxa nos produtos brasileiros e retaliação do governo Lula em igual teor sobre as importações americanas.

Já a hipótese de meio-termo – considerada a mais provável, e que fez preço na curva de juros brasileira hoje – considera a imposição da tarifa integral de 50%, mas sem qualquer reação aos EUA.

“Parece que o mais provável é que a tarifa de 50% vai ficar e o governo vai trabalhar para revertê-la ao longo do tempo. Isso gera uma sobreoferta no mercado interno, o que joga os preços para baixo, e tem efeito na atividade dos setores atingidos. Com menos inflação, os juros ficam pressionados para baixo”, aponta Lima.

Com a Selic em 15%, patamar bastante restritivo, e sendo o próximo movimento esperado de corte da taxa, ainda que não tão cedo, eventos com viés de baixa na inflação levam o mercado a antecipar a expectativa de redução do juro básico pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), afirma o gestor da Inter Asset.

O banco Pine reduziu a estimativa para a variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de 2025, de 1,5% a zero, tendo o tarifaço como uma das principais influências.

Segundo o diretor de pesquisa econômica da instituição, Cristiano Oliveira, é pouco provável que a data de 1º de agosto, quando devem passar a vigorar as tarifas para cerca de 60 parceiros comerciais, incluindo o Brasil, seja alterada. “Em nossa opinião, as tarifas impostas por Trump aos produtos brasileiros tendem a ter impacto desinflacionário para os preços domésticos via maior oferta doméstica de bens (em especial itens da agropecuária) e via queda de preços internacionais de commodities com o menor crescimento esperado para os EUA e do comércio global”, diz Oliveira.

Já sobre o nível de atividade interno, o Pine avalia que o impacto da ofensiva comercial americana seria limitado, mas pondera que setores específicos podem sofrer mais. Seriam eles produtos florestais e celulose, autopeças, químicos e bens intermediários industriais.

No agro, o efeito deve ocorrer nos mercados de café, suco de laranja, carne bovina e açaí.

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