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“Estamos tentando quebrar o gelo”, diz Nelsinho Trad sobre missão nos EUA
Publicado 28/07/2025 • 20:57 | Atualizado há 21 horas
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Publicado 28/07/2025 • 20:57 | Atualizado há 21 horas
KEY POINTS
A poucos dias da entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos importados do Brasil, uma comitiva de senadores brasileiros, liderada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), cumpre agenda em Washington em busca de diálogo com parlamentares e empresários norte-americanos. A sobretaxa passa a valer nesta sexta-feira (1º).
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Durante entrevista ao Jornal Times Brasil, Trad afirmou que os encontros com empresários já deixaram evidente o impacto negativo da medida tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos. “Essa medida é ruim para o Brasil? Sim, mas também é ruim para os Estados Unidos”, declarou. Segundo ele, o grupo pretende apresentar dados sobre os prejuízos estado por estado, a fim de sensibilizar deputados e senadores norte-americanos sobre os efeitos da tarifa.
Ainda segundo o senador, a comitiva está reunindo argumentos para solicitar a postergação da entrada em vigor da tarifa, permitindo que empresas dos dois países se ajustem à nova realidade. “Essa sobretaxa pegou todo mundo de surpresa. Como é que um empresário, em duas semanas, consegue se readequar diante de investimentos que foram feitos?”, questionou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se pronunciou sobre o tema nesta segunda-feira (28), ressaltando que o governo brasileiro continua buscando “alternativas diplomáticas” e “tentando evitar medidas unilaterais”. Haddad afirmou que o plano de contingência já foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anunciará as medidas de resposta conforme a evolução das negociações.
A comitiva brasileira ainda busca interlocução com a Casa Branca. Para Trad, esse é um passo essencial, mas que depende da construção de pontes por meio dos congressistas americanos. “O que está ruim pode ficar muito pior se isso perdurar. Estamos tentando aparar essa aresta para colocá-los para conversar”, disse o senador, que também relatou conversas com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira antes da viagem.
Segundo Trad, os empresários norte-americanos também se mostraram dispostos a apoiar a postergação da tarifa. “Eles devem produzir um documento solicitando esse retardamento. O não nós já temos, vamos correr atrás do sim”, afirmou. O senador também sugeriu que, caso o canal diplomático com os EUA se abra, Alckmin poderá vir pessoalmente a Washington para negociar em nome do governo brasileiro.
A tarifa anunciada por Trump afeta diversos setores exportadores brasileiros, como carne, frutas, suco de laranja, café e aeronaves da Embraer. “Lá no meu estado vai dar um impacto muito sério na celulose, na carne e na laranja”, disse Trad, que representa o estado do Mato Grosso do Sul.
A poucos dias da entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros, senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal iniciaram uma série de articulações em Washington. Liderada pelo presidente da comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), a missão oficial busca entender os fundamentos da nova medida e abrir canais de negociação com autoridades e representantes do setor privado dos Estados Unidos.
A agenda desta segunda-feira (28) incluiu reuniões com juristas, economistas e analistas políticos. Entre os participantes estavam o ex-advogado-geral do USTR, Stephen Vaughn; o ex-diretor do Departamento de Comércio, Ryan Majerus; o ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo; e representantes da Eurasia Group, Ipsos e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Não é o momento de jogar gasolina no fogo”, alertou um dos especialistas, ao defender a reconstrução de pontes políticas e o envio de sinais diplomáticos corretos. A principal recomendação jurídica foi de que, mesmo em caso de contestação legal, o governo dos EUA pode utilizar outros instrumentos para manter as tarifas. Já Azevêdo ressaltou que “90% das crises comerciais são baseadas em interpretações errôneas”.
Na avaliação do senador Nelsinho Trad, a missão cumpre papel estratégico. “Nossa missão é preservar os empregos, o comércio e o entendimento entre Brasil e Estados Unidos. Isso exige firmeza, mas também maturidade institucional. O momento é de agir com estratégia e responsabilidade”, afirmou o parlamentar.
No período da tarde, os senadores se reuniram com representantes da U.S. Chamber of Commerce e executivos de grandes empresas, como Cargill, Caterpillar, Shell, ExxonMobil, Johnson & Johnson e IBM. A proposta discutida foi a elaboração de uma carta conjunta do setor privado americano pedindo o adiamento da entrada em vigor das sobretaxas, prevista para a próxima sexta-feira (1º).
“Foi sugerido um manifesto, uma carta, solicitando a prorrogação desse caso, até porque a classe empresarial precisa de previsibilidade para se adequar, principalmente no caso de produtos perecíveis”, declarou Trad.
Empresários também propuseram gestos concretos por parte do Brasil e sugeriram como exemplo o recente acordo comercial entre EUA e União Europeia. A expectativa é que o pragmatismo e a complementaridade das economias possam reforçar a construção de uma solução diplomática.
Além disso, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) informou que a comitiva solicitou à Câmara de Comércio que interceda por um encontro direto entre os presidentes Lula e Biden, na tentativa de restabelecer o diálogo político de alto nível entre os países.
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