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Ele comprou uma loja KFC por US$ 100 mil e hoje tem um império de US$ 3 bilhões

Publicado 09/12/2024 • 08:04

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Quando criança, Jack Cowin ganhava dinheiro removendo neve, entregando jornais e vendendo cartões de Natal.
  • Já nos seus 20 e poucos anos, trocou os cartões por hambúrgueres.
  • Hoje, aos 82 anos, é bilionário graças ao seu império de fast food.

Jack Cowin/Reprodução/CNBC

Quando criança, Jack Cowin ganhava dinheiro removendo neve, entregando jornais e vendendo cartões de Natal. Já nos seus 20 e poucos anos, trocou os cartões por hambúrgueres. Hoje, aos 82 anos, é bilionário graças ao seu império de fast food.

Cowin é fundador e presidente da Competitive Foods Australia, empresa que opera o Burger King como “Hungry Jack’s” na Austrália. Ele também é o maior acionista da Domino’s Pizza no país e investe em uma empresa de carne vegetal chamada v2food.

Antes de fundar o Hungry Jack’s, Cowin foi responsável por trazer o Kentucky Fried Chicken (KFC) para a Austrália em 1969. Em 2013, vendeu sua franquia de 55 lojas do KFC em um acordo avaliado em cerca de US$ 71 milhões, segundo representantes da Competitive Foods Australia.

Atualmente, seus negócios valem mais de US$ 3 bilhões e geram mais de US$ 300 milhões por ano, conforme contou o empresário ao CNBC Make It.

Um jovem empreendedor

Crescendo no Canadá, Cowin percebeu cedo que queria liberdade na vida. Seu pai, funcionário da Ford Motor Company, viajava frequentemente a trabalho.

“Ele recebia uma ligação e tinha que ir para o Brasil, ou para o México, coisas assim… Quando você trabalha para uma grande corporação, ela decide onde você estará e o que fará”, explicou Cowin.

“Como criança, eu queria ter a liberdade de fazer o que quisesse. Percebi isso relativamente cedo, porque via meu pai sempre na correria de um lado para o outro”, disse ele, destacando que não queria ficar à mercê das decisões de uma empresa.

Ainda jovem, começou a trabalhar cortando grama e entregando jornais. “Nunca precisei pedir dinheiro quando era criança”, afirmou. “Eu era um vendedor desde cedo, por volta dos 8 ou 10 anos.”

Na faculdade, Cowin vendia árvores, arbustos e mudas de planta de fazenda em fazenda. Ele ganhava cerca de US$ 8 mil por ano, enquanto seus professores universitários ganhavam apenas US$ 5 mil.

Formou-se em 1964 pela Universidade de Western Ontario e começou a trabalhar vendendo seguros de vida, algo em que se destacou. “Eu tinha a reputação de ser alguém que sabia vender”, disse.

Sucesso na Austrália

No final dos anos 1960, Cowin estava se estabelecendo no Canadá com sua esposa e seu primeiro filho, quando recebeu um telefonema de dois amigos do colégio.

Esses amigos estavam trabalhando para o KFC nos Estados Unidos e foram enviados à Austrália para pesquisar a viabilidade de expandir o negócio para o país.

“Naquela época, o mercado de restaurantes na Austrália era composto por lojas de fish and chips, restaurantes chineses e lugares sofisticados com toalhas brancas nas mesas”, explicou Cowin.

Por já conhecer a Austrália devido ao trabalho do pai, ele foi procurado pelos amigos: “Eles me ligaram e disseram: ‘Você deveria vir para cá e ver isso.’ Sem pensar muito, peguei um avião e fui para a Austrália.”

Cowin chegou ao país em fevereiro de 1969 e passou três semanas ajudando os amigos na pesquisa, descobrindo que havia, de fato, um mercado promissor para fast food na Austrália.

“Naquela época, o mercado de restaurantes na Austrália era composto por lojas de fish and chips, restaurantes chineses e lugares sofisticados com toalhas brancas nas mesas”, contou Jack Cowin.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, redes de fast food como McDonald’s, Burger King e KFC estavam em alta.

“Então, ao final das três semanas, paguei US$ 1 mil como depósito para uma franquia do Kentucky Fried Chicken. Se a empresa americana decidisse abrir uma loja, eu teria uma franquia de 10 unidades”, disse ele.

O maior “empurrão” da vida

Seis meses depois, Cowin recebeu uma ligação informando que o KFC havia decidido expandir para a Austrália, e ele tinha a chance de abrir sua primeira franquia. O problema era que ele não tinha dinheiro, então começou a buscar investidores.

“O maior empurrão que recebi na vida… Peguei minha bicicleta e consegui que 30 canadenses me emprestassem US$ 10 mil cada, totalizando US$ 300 miç”, relembra Cowin. “Senão, eu ainda estaria removendo neve no Canadá, porque não tinha os recursos na época.”

Ele brincou: “Imagine um jovem entrando no seu escritório e pedindo US$ 10 mil, o que hoje seria mais de US$ 100 mil. Sem experiência no negócio, sem juros no dinheiro… Quanto tempo você levaria para mandá-lo embora por perder seu tempo?”

Em dezembro de 1969, Cowin mudou-se com a família para Perth, na Austrália, e abriu sua primeira franquia do KFC. “Foi como perfurar um poço e encontrar petróleo na primeira tentativa. O sucesso foi estrondoso”, disse ele.

“Depois disso, você abre mais duas lojas, entra no ramo dos hambúrgueres, no setor de pizzas, no de fabricação de alimentos, e hoje esse negócio vale US$ 3 bilhões e fatura US$ 300 milhões por ano.”

Crescimento exponencial

Atualmente, Cowin possui 98% da Competitive Foods Australia, enquanto os 2% restantes pertencem a alguns de seus investidores e acionistas originais. “Os US$ 10 mil iniciais agora valem US$ 40 milhões no valor contábil”, afirmou. “Todos recuperaram seu dinheiro, e aqueles que permaneceram fizeram ainda mais sucesso.”

Ao ser perguntado sobre o segredo de suas vendas, ele revelou: “Acho que o segredo é fazer bem o que você se propõe a fazer. As pessoas que me emprestaram dinheiro apostaram em mim como investimento. Eu era o investimento.”

“Sempre digo que, quando você não consegue diferenciar trabalho de diversão, está no lugar certo. Nunca trabalhei um dia na vida porque sempre gostei do que faço”, concluiu o empresário.

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