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Terras raras são trunfo da China na guerra comercial — EUA tentam reverter o jogo

Publicado 29/07/2025 • 13:36 | Atualizado há 1 dia

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Terras raras são cruciais para setores como defesa, energia e tecnologia de ponta.
  • China responde por 70% da extração e 90% do processamento global desses elementos.
  • Conflito com os EUA transformou as terras raras em ferramenta estratégica na guerra comercial.
EUA receberam cerca de 353 toneladas de ímãs permanentes de terras raras em junho.

EUA receberam cerca de 353 toneladas de ímãs permanentes de terras raras em junho.

Unplash

Terras raras são 17 elementos da tabela periódica cuja estrutura atômica confere propriedades magnéticas especiais. Elas também são o principal trunfo na guerra comercial entre EUA e China.

Isso porque os ímãs de terras raras são essenciais para veículos elétricos, turbinas eólicas, equipamentos de defesa, data centers e eletrônicos de alta tecnologia. 

Os Estados Unidos já lideraram a produção de terras raras, mas há décadas dependem — assim como o resto do mundo — da China, que hoje extrai cerca de 70% e processa aproximadamente 90% desses elementos.

“A China tem o monopólio desse mercado há muito tempo — e ele só aumentou”, afirma Neha Mukherjee, gerente de pesquisa da Benchmark Mineral Intelligence. “O custo de produção desses ímãs e terras raras separadas é muito baixo na China. Nenhum produtor fora do país consegue competir, porque os preços praticados são o que chamamos de sub-racionais.”

Nos últimos meses, as terras raras se transformaram em uma arma poderosa na guerra comercial entre China e Estados Unidos. As restrições impostas pela China à exportação de terras raras, em abril, afetaram diversas indústrias — com impacto especialmente forte no setor automotivo.

“A China vem desenvolvendo, gradualmente, esse arsenal de controle de exportações — basicamente copiando os mecanismos dos EUA — para retaliar medidas que considera injustas”, afirma Dewardric McNeal, diretor da Longview Global e colaborador da CNBC. “Embora esteja sendo usado de fato nos últimos sete meses, esse conjunto de medidas vem sendo construído há anos.”

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Os Estados Unidos finalmente parecem estar levando a sério a criação de uma cadeia interna de suprimento de terras raras. Em julho, o Departamento de Defesa anunciou um investimento de US$ 400 milhões na MP Materials, mineradora norte-americana de terras raras. A empresa é dona da única mina de terras raras em operação nos EUA, localizada em Mountain Pass, Califórnia. O Goldman Sachs e o JPMorgan também apoiaram a empresa com um empréstimo de US$ 1 bilhão para expandir sua produção de ímãs.

Outros projetos também avançam. A Energy Fuels começou a refinar terras raras há cerca de cinco anos, em sua unidade de White Mesa, em Utah. A empresa, que tradicionalmente trabalha com mineração e refino de urânio, percebeu que poderia aplicar um processo semelhante para extrair terras raras da monazita. A Energy Fuels já produz, em escala comercial, óxido de neodímio-praseodímio (NdPr), usado em ímãs permanentes, e afirma que pode ampliar a produção para outros elementos, se tiver apoio financeiro adequado.

A empresa já realiza a produção em escala piloto de outros óxidos de terras raras. “Atualmente, conseguimos processar até mil toneladas de NdPr. Nosso plano na chamada fase dois é ampliar isso para 6 mil toneladas — o equivalente a ímãs para 6 milhões de veículos elétricos”, explica Mark Chalmers, CEO da Energy Fuels. “Também temos capacidade, e estamos avançando, para produzir outros elementos pesados, como disprósio, térbio e samário — conforme demanda do governo dos EUA.”

“Se o governo decidir nos incentivar, poderemos produzir esses elementos no devido tempo.”

Apesar dos avanços, especialistas afirmam que os EUA ainda estão longe de romper sua dependência da China no setor de terras raras.

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