As tarifas impostas pelos Estados Unidos levaram a gigante japonesa Toyota a cortar sua previsão anual de lucro líquido em 14% nesta quinta-feira (7).
A maior montadora do mundo em vendas de veículos agora espera um lucro líquido de 2,66 trilhões de ienes (US$ 18,06 bilhões), abaixo dos 3,1 trilhões de ienes estimados anteriormente.
“Devido ao impacto das tarifas dos EUA e outros fatores, os resultados reais apresentaram uma redução na receita operacional, e a previsão foi revisada para baixo”, afirmou a empresa em comunicado.
As ações da montadora chegaram a cair até 2,4% durante a tarde na Bolsa de Tóquio, antes de se recuperarem parcialmente.
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Em abril, o governo Trump impôs uma tarifa de 25% sobre carros japoneses importados pelos Estados Unidos, causando um duro golpe ao Japão e a seu setor automotivo crucial.
Embora Tóquio e Washington tenham anunciado um acordo comercial em julho, reduzindo essa taxa para 15% e oferecendo certo alívio à indústria, ainda não está claro quando o acordo entrará em vigor.
Há também incerteza sobre se a tarifa sobre os automóveis — assim como outras tarifas “recíprocas” — será limitada a 15%, ou se será somada às que já existiam antes da ofensiva tarifária de Trump.
A indústria automotiva já enfrentava uma tarifa de 2,5%, o que significa que o imposto total é atualmente de 27,5%.
A receita da Toyota no primeiro trimestre cresceu 3,5%, mas o lucro líquido despencou 36,9%.
Tarifas afetam previsões
Os resultados foram divulgados um dia após a Honda informar que seu lucro líquido foi reduzido pela metade no primeiro trimestre devido às tarifas dos EUA, embora tenha elevado sua projeção de lucro anual devido ao acordo com Washington.
Nos três primeiros meses do ano fiscal, iniciado em abril, o lucro líquido caiu para 196,67 bilhões de ienes (US$ 1,3 bilhão), uma queda de 50,2% na comparação anual, segundo a Honda.
A receita recuou 1,2%, para 5,34 trilhões de ienes.
Segunda maior montadora do Japão, atrás apenas da Toyota, a Honda tem conseguido resistir melhor à pressão em comparação às concorrentes japonesas.
Mais de 60% dos veículos que a Honda vende nos Estados Unidos são fabricados no próprio país — a maior porcentagem entre todas as grandes montadoras japonesas, segundo o analista da Bloomberg Intelligence, Tatsuo Yoshida.
A rival japonesa Nissan, cuja fusão com a Honda fracassou neste ano e que está cortando empregos e fechando fábricas, registrou em julho um prejuízo líquido de 116 bilhões de ienes (US$ 784 milhões).
A montadora alemã BMW manteve suas metas para 2025 no mês passado, apesar da queda de um terço nos lucros trimestrais, atribuída em parte às tarifas dos EUA. A empresa afirmou que suas grandes operações em território americano permitiriam enfrentar o impacto.
A posição contrasta com a das rivais alemãs Volkswagen e Mercedes-Benz, que rebaixaram suas projeções em meio aos efeitos das políticas comerciais agressivas de Trump.
A Ford, por sua vez, estima um impacto de US$ 2 bilhões no lucro anual devido às tarifas.
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