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Preços dos alimentos seguem altos nos EUA — e podem subir ainda mais com novas tarifas
Publicado 12/08/2025 • 20:15 | Atualizado há 23 horas
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Publicado 12/08/2025 • 20:15 | Atualizado há 23 horas
KEY POINTS
AFP.
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Mesmo sem aumento geral nos preços dos alimentos no mês passado, os americanos continuam pagando mais caro por itens básicos sensíveis às tarifas, como café, açúcar e banana — e novos impostos de importação podem deixar esses produtos ainda mais caros nos próximos meses.
Segundo o relatório do índice de preços ao consumidor do Bureau of Labor Statistics, divulgado na quarta-feira (6), os preços dos alimentos ficaram estáveis de junho para julho, mas ainda estão 2,9% mais altos do que há um ano. Esse índice permanece acima da meta de inflação de 2% definida pelo Federal Reserve.
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Os custos com alimentação são uma das partes mais imprevisíveis do orçamento das famílias, variando rapidamente por causa de fatores como clima, surtos de doenças e problemas no abastecimento global — todos eles contribuíram para aumentar os preços no último ano.
Secas nas Grandes Planícies dos EUA aumentaram o preço da ração e reduziram o tamanho dos rebanhos de gado, elevando o valor da carne bovina. Calor intenso e falta de chuva no Brasil e no Vietnã prejudicaram as colheitas de café. Uma nova onda de gripe aviária nos EUA diminuiu o número de galinhas poedeiras. Já safras ruins de açúcar na Índia e na Tailândia reduziram a oferta, pressionando os preços de doces e balas.
“Esses choques costumam acontecer de repente e se espalham pela cadeia produtiva, levando a aumentos de dois dígitos em certos produtos, mesmo quando o índice geral de alimentos parece estável”, explica Mario Macis, professor de economia na Johns Hopkins Carey Business School, em entrevista à CNBC Make It.
Veja algumas das maiores variações anuais de preço em categorias importantes de alimentos, segundo dados do índice de julho:
“Mesmo quando o preço geral dos alimentos fica parado por um mês, o consumidor percebe aumento nos itens básicos que compra toda hora, como carne, ovos ou café”, afirma Macis.
E, mesmo que nem todo alimento esteja subindo tão rápido, as pessoas continuam sentindo no bolso o efeito acumulado da inflação dos últimos anos. Desde 2020, os preços dos alimentos já aumentaram 26%, de acordo com o índice de preços ao consumidor.
“O ritmo da inflação diminuiu em relação ao auge de dois anos atrás, mas os preços seguem altos se comparados ao período pré-pandemia”, diz Chedly Louis, vice-presidente de finanças corporativas da Moody’s Ratings, responsável pela análise de grandes redes de supermercados.
Pouco mais da metade dos americanos afirma que o preço das compras é, hoje, a principal fonte de estresse financeiro — o problema mais citado, segundo pesquisa do Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos da Associated Press-NORC, realizada em julho.
Alguns dos produtos que mais encareceram no último ano podem ficar ainda mais caros com a entrada em vigor de novas tarifas dos EUA.
Cerca de 75% dos alimentos importados pelo país já pagam imposto de importação, com muitas alíquotas variando entre 10% e 30%, conforme a Tax Foundation. Desde 6 de agosto de 2025, por exemplo, o café brasileiro passou a ser taxado em 50% — um custo que, segundo a entidade, provavelmente será repassado aos consumidores pelas torrefadoras americanas.
“Praticamente todo o café em grão consumido nos EUA é importado, então uma tarifa impacta diretamente o custo das torrefadoras, que vão repassar esse aumento para o consumidor”, afirma Macis. “Até tarifas sobre itens que não são alimentos, como embalagens, acabam elevando o preço final dos produtos no supermercado de forma indireta.”
Por outro lado, como muitas dessas tarifas começaram a valer há pouco tempo ou ainda não foram implementadas de fato, o impacto total no preço das compras ainda não está claro e pode não aparecer nos dados mais recentes do BLS.
A maioria dos produtos agrícolas importados pelos EUA de parceiros como Canadá e México, por exemplo, entra no país sem tarifa graças ao acordo Estados Unidos-México-Canadá, o que pode ajudar a segurar preços nessas trocas, mesmo que outros importados estejam sujeitos a impostos mais altos, explica Louis.
“Ainda é cedo para medir o tamanho do risco porque a questão das tarifas segue em aberto”, comenta Louis. “Podemos começar a sentir mais impacto lá para o fim do ano, principalmente no período de festas, quando a demanda por alimentos costuma subir.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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