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Crise global do cacau abre espaço para retomada do protagonismo do Brasil com avanço do Ceará
Publicado 17/08/2025 • 09:00 | Atualizado há 1 dia
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Publicado 17/08/2025 • 09:00 | Atualizado há 1 dia
KEY POINTS
Divulgação Rivulis
A forte alta nos preços internacionais do cacau abriu uma janela de oportunidades para o Brasil retomar sua relevância na produção global do fruto. Entre as décadas de 1930 e 1980, o país esteve entre os líderes mundiais, tendo a Bahia como principal polo produtor, quando, em seu auge, produzia quase 400 mil toneladas por ano e exportava para os principais mercados consumidores.
Essa trajetória, no entanto, foi interrompida no fim dos anos 1980 com a chegada da praga Vassoura-de-bruxa, fungo que devastou lavouras, reduziu a produção baiana em cerca de 70% em menos de uma década e provocou a falência de milhares de produtores. A doença se espalhou também pela Amazônia e, somada à falta de resposta rápida, provocou falência de milhares de propriedades, desemprego em massa e êxodo rural no sul da Bahia.
Desde então, o Brasil se tornou importador para suprir a demanda da indústria nacional de chocolates.
Agora, o cenário internacional favorece um movimento de retomada. A valorização recente foi provocada pela queda na oferta de Costa do Marfim e Gana, responsáveis por mais de 60% da produção mundial.
Esses países enfrentam problemas climáticos, lavouras envelhecidas e a disseminação do vírus CSSV (Cacao Swollen Shoot Virus). Entre outubro e dezembro de 2024, o preço da tonelada subiu 66% em Londres e 64% em Nova York, segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO).
Especialistas avaliam que a crise de oferta nos principais produtores não será resolvida no curto prazo, abrindo espaço para que países com capacidade de expansão, como o Brasil, aumentem sua participação no mercado e, em alguns casos, passem a exportar excedentes.
No Ceará, a retomada começou em 2010 com um projeto da Associação Univale, Embrapa, CEPLAC e produtores locais. Sob coordenação do engenheiro agrônomo Diógenes Henrique Abrantes Sarmento, foram testados 12 clones, com destaque para CCN51 e PS319, que atingiram produtividades de 2,5 a 3 toneladas por hectare — mais que o triplo da média de áreas tradicionais.
O avanço se deve à irrigação por gotejamento, que aplica água e nutrientes diretamente na raiz, reduz perdas e aumenta a produtividade. Segundo a Rivulis, empresa de soluções de microirrigação, a técnica também ajuda a evitar doenças fúngicas e otimiza a absorção de micronutrientes, já que a técnica permite o fornecimento de micronutrientes no momento exato de maior necessidade da planta.
Experiências semelhantes já mostraram bons resultados em países do continente africano, onde a irrigação localizada começou a ser adotada para mitigar as perdas causadas por secas mais severas.
Para reduzir os custos logísticos, foi criada em 2018 a Cacau do Ceará, primeira indústria a usar matéria-prima exclusivamente local. A verticalização estimulou o consórcio com outras culturas, como coco e banana, e atraiu novos produtores. Hoje, o estado já soma mais de 300 hectares de lavouras e deve chegar a 400 hectares até janeiro de 2026.
A indústria instalada em Limoeiro do Norte aumentou a produção mensal de 100 quilos para até 1 tonelada, com planos de expansão para atender mercados dentro e fora do estado.
O modelo cearense pode ainda ser replicado em outras regiões do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Segundo Sarmento, a cultura demanda pouca mão de obra, tem boa adaptação a consórcios e pode gerar receita bruta de cerca de R$ 150 mil por hectare, com custo estimado em R$ 22 mil.
Para ampliar a escala, o setor busca linhas de crédito específicas, parcerias público-privadas e capacitação de mão de obra. Também há necessidade de expandir a produção de mudas para atender à demanda de novos plantios.
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