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‘A Vitru já é a maior empresa de EAD no Brasil e está pronta para o novo marco regulatório’, diz CEO

Publicado 14/08/2025 • 16:45 | Atualizado há 2 horas

Allan Ravagnani, da redação

KEY POINTS

  • [A ação subiu porque] "O investidor entendeu que a Vitru está pronta para o marco regulatório"
  • "Estamos olhando oportunidades no Mais Médicos 3 e aquisições"
  • "Impacto do novo modelo semipresencial será pequeno nas mensalidades"

CEO da Vitru, William Matos, conversa com a Times Brasil

A ação da Vitru Educação (VTRU) subiu 9% nesta terça-feira (13) após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025 e da teleconferência com investidores. O movimento reflete a confiança renovada do mercado diante do desempenho operacional e da clareza na adaptação ao novo marco regulatório do ensino a distância (EAD).

Pela manhã, a companhia reportou lucro líquido ajustado de R$ 154,8 milhões, alta de 48,4% em relação ao mesmo período de 2024. A receita líquida avançou 5,1%, para R$ 606,1 milhões. No semestre, o lucro cresceu 75,6% e a base de alunos ultrapassou 1 milhão pela primeira vez na história, consolidando a liderança nacional no EAD. A dívida líquida recuou para 2,3 vezes o Ebitda.

A expansão da base, somada à redução de custos operacionais e ao ganho de eficiência em marketing, reforçou a percepção de que a empresa está posicionada para crescer no novo cenário regulatório. O MEC adiou para setembro o prazo de adaptação das instituições ao formato semipresencial, o que deu fôlego adicional para ajustes internos e novas estratégias.

Na teleconferência com investidores, a Vitru explicou que o adiamento do prazo do MEC para a primeira quinzena de setembro proporcionou cerca de 30 dias adicionais para aprofundar ajustes internos e avançar na implementação do modelo semipresencial. As ações incluem a construção de um novo modelo pedagógico, a definição de matrizes curriculares, a ampliação do portfólio de cursos e o fortalecimento da rede de polos.

A companhia também destacou a redução das despesas não recorrentes para cerca de R$ 9 milhões no trimestre, resultado de readequações, como a feita na Uniasselvi, que já trouxe ganhos na margem bruta. Em captação, espera crescimento em “dígito alto” no segundo semestre, mantendo a estratégia e sem recorrer a descontos agressivos. Sobre a provisão para devedores duvidosos, informou que o aumento no trimestre foi pontual, ligado a falhas operacionais no processo de cobrança, e que a tendência é de queda no segundo semestre, com meta de encerrar o ano abaixo dos níveis de 2024.

Em relação às margens, a expectativa é de estabilidade tanto na margem bruta quanto nas despesas de vendas e marketing, com uma pequena redução na PDD ajudando a manter o Ebitda alinhado ao registrado no ano anterior. A empresa já havia feito a readequação de mediadores e prevê novas contratações graduais entre 2026 e 2028, conforme a maturação dos cursos e a exigência de presencialidade nos polos.

Laboratório de medicina do curso presencial em Maringá (PR)

Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o CEO da Vitru Educação, William Matos, detalhou o que sustentou a forte reação da Bolsa, falou sobre planos na medicina, mudanças acadêmicas e o impacto do novo formato nas mensalidades.

Times Brasil: Olá, em primeiro lugar, o que vocês falaram na teleconferência de resultados que animou tanto o mercado? A ação chegou a subir 9%.

William Matos: Esse é o trabalho de consistência em todos os trimestres. Sempre encontramos desafios, algo que não fica a contento, mas a ação vinha sofrendo, principalmente com as dúvidas sobre o impacto do marco regulatório do EAD. A cada dia mais, o investidor entendeu que a Vitru está pronta para esse momento. Já somos a maior empresa de ensino semipresencial no Brasil. E o MEC definiu bem os guardrails dessa modalidade. Já tínhamos feito muitos investimentos em laboratórios e centros de ensino.

Vocês têm planos para a abertura de novas turmas de medicina nos próximos períodos?

Hoje temos 380 vagas de medicina no Brasil, sendo 300 em Maringá e 60 em Corumbá (MS). Estamos participando de algumas cidades no Mais Médicos 3, olhando onde já temos presença. O resultado sai em outubro. Também avaliamos oportunidades pontuais de aquisição, principalmente no Paraná. Recentemente, recebemos certificação do Conselho Federal de Medicina pela excelência do curso.

Como foi e está sendo a adaptação ao novo modelo de EAD, após o marco regulatório? Vocês já estão 100% prontos para operar nos novos moldes?

Tivemos proximidade com o MEC nas discussões. A própria portaria traz nomenclaturas muito parecidas com as usadas na Uniasselvi e na Unicesumar. O MEC trabalhou com quem sabe fazer EAD, reduzindo o impacto. Temos muitos polos prontos e estruturados, mas ainda há adaptações em andamento. Vamos usar o período de transição para concluir, mas, como líderes de mercado, estaremos 100% prontos para oferecer metodologias e matrizes novas antes do prazo.

Qual foi a mudança no modelo acadêmico da Uniasselvi que incrementou o lucro do trimestre?

Alinhados ao que imaginávamos do marco regulatório, já prevíamos o modelo de contratação de tutores e professores, atendendo às exigências previstas. Isso trouxe também uma economia relevante no lado financeiro.

O novo modelo semipresencial vai impactar o preço das mensalidades?

O impacto será relativamente pequeno. Em levantamento feito em maio, estimamos acréscimo de 2% a 4% na mensalidade.

Na teleconferência foi citada a adaptação de sistemas e sites. Que tipo de investimento tecnológico está sendo feito para viabilizar a operação do modelo semipresencial?

O impacto é mais processual. Nossos sistemas, próprios, já eram preparados para 100% EAD. São apenas adaptações que exigem tempo e horas de trabalho.

A empresa espera margem Ebitda estável neste ano. O que pode mudar esse cenário em 2026?

Estamos mirando mais em 2025. Temos pressão de receita menor, mas o cenário de 2026 dependerá do ritmo de implementação do novo modelo e de como a economia se comportar.

Como está o ambiente econômico para a captação?

O desemprego baixo ajudaria, mas a inflação alta, especialmente de alimentos, pesa no bolso da classe C e D, que concorre com a mensalidade. O ano tem sido mais difícil na captação pelo ticket, embora o volume de alunos esteja mantido.

Você mencionou que a base de alunos superou 1 milhão. Qual o significado disso para a Vitru?

Não é apenas um número. São 1 milhão de vidas que investem recursos e esperança em um futuro melhor, com mais dignidade e conhecimento de qualidade.

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