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Bolívia vota hoje para presidente em meio a crise e possível fim da hegemonia da esquerda no país
Publicado 17/08/2025 • 11:09 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 17/08/2025 • 11:09 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Bandeira da Bolívia/ Pixabay
Bandeira da Bolívia/ Pixabay
Os bolivianos vão às urnas neste domingo (17) em meio à pior crise econômica em uma geração, marcada por inflação anual próxima de 25%, escassez de dólares e combustíveis. O cenário pressiona os eleitores a escolher entre manter um modelo estatal ou apostar na guinada liberal defendida pelos principais candidatos da direita à presidência do país.
Ao todo, mais de 7,9 milhões de bolivianos estão aptos a eleger o novo presidente, além do parlamento bicameral de 130 deputados e 36 senadores.
O resultado de hoje pode encerrar quase duas décadas de hegemonia da esquerda do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que governou o país desde a vitória de Evo Morales em 2005. Caso nenhum candidato alcance a maioria absoluta, o segundo turno está previsto para 19 de outubro.
As pesquisas apontam Jorge “Tuto” Quiroga, ex-presidente da Bolívia entre 2001 e 2002, e Samuel Doria Medina, empresário e ex-ministro do Planejamento, como favoritos. Ambos aparecem empatados em torno de 20% das intenções de voto, na última pesquisa divulgada.
Quiroga, que já foi ministro da Fazenda e vice-presidente, propõe reduzir drasticamente os gastos públicos. Ele fala em “motosserra, facão e tesoura” para cortar despesas, em discurso semelhante ao do presidente argentino Javier Milei. Também promete rever alianças diplomáticas, manter a Bolívia como membro parceiro dos Brics por razões comerciais, mas se afastar de Venezuela, Cuba e Irã. Entre suas propostas está ainda um acordo com Chile e Argentina para a exploração do lítio, recurso estratégico para a transição energética.
Medina, por sua vez, construiu fortuna nos setores de cimento, hotelaria e alimentação, e se apresenta como moderado. Afirma que corrigirá o déficit fiscal, hoje superior a 10% do PIB, em 100 dias de governo. Segundo ele, subsídios aos combustíveis, que mantêm a gasolina a US$ 0,25 o litro, são insustentáveis.
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Do outro lado, a esquerda chega enfraquecida. O atual presidente Luis Arce desistiu de disputar a reeleição em meio à baixa popularidade e deixou o campo progressista sem liderança unificada.
Evo Morales, impedido de se candidatar, convocou seus apoiadores a votar nulo, aprofundando o racha interno do MAS.
O ex-ministro Eduardo del Castillo, ligado a Arce, não decolou nas pesquisas. Já Andrónico Rodríguez, presidente do Senado e ex-sindicalista cocaleiro, aparece com cerca de 11%, mas enfrenta resistência por ter rompido com Morales, que o acusa de traição.
Para analistas, a divisão da esquerda abriu espaço para a direita disputar sozinha o segundo turno de outubro.
Apesar da vantagem da direita, a eleição ainda tem 23% de votos indefinidos, entre brancos, nulos e indecisos. Pesquisadores alertam que o voto rural, historicamente difícil de medir, pode alterar o resultado.
Em 2020, por exemplo, Luis Arce surpreendeu ao ser subestimado nas sondagens.
A cientista política Alina Ribeiro, da USP, lembra que o eleitorado indeciso pode ser decisivo. “Nas eleições de 2020, o apoio ao Arce foi muito subnotificado. Essa parcela indecisa é primordial para os resultados”, disse.
A Bolívia chega a este pleito com sinais de esgotamento do modelo implantado por Evo Morales. A nacionalização do gás natural nos anos 2000 sustentou mais de uma década de crescimento e financiou programas sociais que reduziram a pobreza extrema.
Mas a falta de investimento levou a uma queda brusca nas receitas, de US$ 6,1 bilhões em 2013 para US$ 1,6 bilhão em 2024.
Sem dólares em caixa e com o lítio ainda subterrâneo, o governo enfrenta protestos por alta de preços, longas filas por combustível e desabastecimento de produtos básicos. Esse ambiente favorece propostas de ruptura com o modelo vigente.
A escolha deste domingo definirá a correlação política do país e o rumo econômico de um dos maiores vizinhos do Brasil. Se confirmada a vantagem da direita, a Bolívia deve iniciar 2026 uma fase de liberalização econômica, redução do peso do Estado e maior aproximação com os Estados Unidos e investidores internacionais.
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