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Plano ‘Riviera de Gaza’ de Trump prevê ‘realocação voluntária’ de milhões de pessoas
Publicado 01/09/2025 • 20:07 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 01/09/2025 • 20:07 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Um documento detalhando os planos para a Gaza pós-guerra pretende transformar em realidade a visão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para uma “Riviera de Gaza” — usando deslocamento em massa, inteligência artificial e pelo menos dez anos de tutela americana sobre o enclave devastado pela guerra.
O plano, apresentado em um documento de 38 páginas divulgado inicialmente pelo Washington Post, estaria sendo analisado pela administração Trump. Ele prevê a “realocação voluntária” da população de Gaza em troca de tokens digitais, de seis a oito cidades inteligentes movidas por IA e um polo industrial com o nome de Elon Musk.
O documento também propõe que toda a população de Gaza, estimada em dois milhões de pessoas, seja realocada, pelo menos temporariamente, seja por meio do que chama de partidas voluntárias para outros países, seja pela transferência dos residentes para áreas de moradia provisória dentro da própria Faixa durante a reconstrução.
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Segundo o Washington Post, o plano foi desenvolvido por alguns dos mesmos israelenses por trás da polêmica Gaza Humanitarian Foundation (GHF), apoiada por EUA e Israel. A GHF, que alega ter como meta fornecer alimentos dentro do enclave, foi amplamente criticada por especialistas da ONU sob a acusação de ser “usada para fins militares e geopolíticos secretos, em clara violação do direito internacional”.
O Departamento de Estado e a Casa Branca não responderam imediatamente aos pedidos de comentário da CNBC.
Gaza ficaria sob tutela americana por cerca de dez anos, “até que uma autoridade palestina reformada e moderada esteja pronta para assumir”, segundo o plano chamado Gaza Reconstitution, Economic Acceleration and Transformation Trust, ou GREAT Trust. A proposta promete transformar o território, bloqueado há anos e onde mais de 60 mil palestinos morreram desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023, em um luxuoso resort turístico e polo tecnológico.
“A reconstrução também vai valorizar Gaza em cerca de US$ 324 bilhões (R$ 1,76 trilhão) e melhorar drasticamente a qualidade de vida”, afirma o documento. O GREAT Trust começaria a funcionar a partir de um acordo bilateral inicial entre EUA e Israel, sendo que Israel manteria “direitos superiores para garantir sua segurança”.
O Departamento de Estado e a Casa Branca não responderam imediatamente aos pedidos de comentário da CNBC.
Os autores do plano afirmam que não seriam necessários fundos federais nem doações; o financiamento viria de investimentos do setor privado e público em “megaprojetos”, que vão desde data centers e fábricas de carros elétricos até apartamentos de luxo e resorts à beira-mar.
O plano prevê ainda o uso de cerca de 30% das terras públicas de Gaza — arrendadas ao Trust por até 99 anos — e quaisquer investimentos feitos como capital inicial e ativos, o que, segundo o documento, representa um valor patrimonial de US$ 300 bilhões (R$ 1,63 trilhão) com “fontes de renda autossustentáveis”.
Os moradores de Gaza que optarem por se mudar para outro país receberiam um pacote de realocação de US$ 5 mil (R$ 27.181), quatro anos de subsídio de aluguel e um ano de auxílio-alimentação, de acordo com o documento. O plano parte do princípio de que 25% dos habitantes escolheriam sair do país e, desses, 75% não voltariam.
O plano afirma que esse método economizaria US$ 23 mil (R$ 125.015) por palestino realocado, em comparação ao custo de manter quem permanece em Gaza. Em nenhum momento o documento aborda questões do direito internacional, a oposição dos palestinos ao deslocamento em massa ou a rejeição do plano por outros países árabes, que há muito tempo exigem um Estado e autodeterminação para os palestinos.
O “estado final” do plano é a “autogestão de Gaza sob os Acordos de Abraão” — um acordo que estabelece relações diplomáticas com Israel — mas não há menção a um Estado palestino oficialmente reconhecido.
Os moradores de Gaza que deixarem suas terras receberiam um “token digital” do GREAT Trust em troca do direito de desenvolvimento do imóvel e poderiam “trocar seus tokens por propriedade de residências reconstruídas”, segundo o plano.
Trump anunciou pela primeira vez sua ideia de uma “Riviera de Gaza” sob controle americano em fevereiro, recebendo críticas e indignação imediatas de líderes internacionais, especialmente de aliados no Oriente Médio como Arábia Saudita, Jordânia e Emirados Árabes Unidos. Grupos de direitos humanos acusam Israel de limpeza étnica e genocídio em Gaza, acusações que o governo israelense nega com veemência. Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiou a ideia de Trump.
A ONU estimou em abril que cerca de 92% de todos os prédios residenciais em Gaza foram danificados ou destruídos desde o início da guerra, que começou depois que o grupo Hamas, que governa o enclave, lançou um ataque transfronteiriço a Israel matando cerca de 1.200 pessoas.
O Hamas, por sua vez, rejeitou publicamente a proposta nesta segunda-feira (1º), com o membro do bureau político Bassem Naim afirmando que “Gaza não está à venda” e é “parte da pátria palestina”.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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