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Análise: Embraer pode abrir mais um flanco de disputa entre Brasil e EUA
Publicado 11/09/2025 • 21:49 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 11/09/2025 • 21:49 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Avelo Airlines fecha maior encomenda da história com a Embraer.
Divulgação.
A Embraer revelou o primeiro pedido de aeronaves da família E195-E2 nos Estados Unidos, feito pela Avelo Airlines. O movimento reforça a relevância da companhia no mercado global de aviação regional, mas também levanta questões sobre o futuro da indústria brasileira de alta tecnologia.
Campeã de valorização na bolsa em 2024, quando mais que dobrou seu valor de mercado, a Embraer esteve no centro da discussão sobre o “tarifaço”, inicialmente incluída na lista de Donald Trump. Depois, com o recuo do presidente dos EUA, as tarifas caíram para 10%. A queda da supertarifa, no entanto, não encerrou as disputas: a Embraer segue tentando reduzir a alíquota a zero.
O aumento da demanda por aeronaves da Embraer nos EUA se conecta à política industrial americana, voltada para reverter a perda de empregos industriais e estimular linhas de produção em território doméstico.
Desde o início da gestão Trump II, a “reindustrialização” e a “volta dos empregos para os EUA” se tornaram prioridade — ao menos na retórica trumpista. Empresas estrangeiras de setores estratégicos, como o aeronáutico, passam a ser alvo direto dessa pressão.
Derrubar a tarifa residual significaria para a Embraer recuperar competitividade frente à Boeing, que quase adquiriu a empresa brasileira no início da década. O negócio, interrompido à época, acabou sendo benéfico para a Embraer, coincidindo com o início de uma crise aguda da Boeing.
Uma das prioridades da Boeing, ao tentar absorver a concorrente, era incorporar a mão de obra especializada da Embraer. Após o cancelamento da fusão, a companhia americana chegou a contratar 120 profissionais altamente capacitados da rival brasileira. Entidades do setor alertaram para o risco de fuga de informações estratégicas junto com a mão de obra exportada para os EUA.
Agora, um novo alerta se acende: o risco de parte importante da produção da Embraer migrar aos Estados Unidos, como forma de conter pressões do governo Trump e viabilizar a retirada da tarifa residual de 10%. Questionada se pretende levar a produção total ou parcial dessas aeronaves para os EUA, a Embraer não se pronunciou.
Caso a companhia transfira parte de sua produção para ter acesso em condições de igualdade ao mercado americano, pode-se abrir mais um flanco de conflito entre Brasil e EUA, com ambos competindo diretamente por empregos industriais de alto valor agregado.
O caso da Embraer não é isolado. Outras multinacionais brasileiras com presença internacional também podem se ver expostas a pressões semelhantes em futuras disputas comerciais. Até que ponto a política industrial dos EUA forçará companhias brasileiras a deslocar produção e empregos, enfraquecendo o processo de industrialização nacional?
Nesse sentido, Trump e Lula compartilham objetivos parecidos: ambos colocaram a reindustrialização na agenda macroeconômica. Nos EUA, o foco está na recuperação da renda média dos trabalhadores locais, estagnada há décadas, um dos pilares do movimento MAGA. No Brasil, o desafio é criar e manter empregos na indústria de alto valor agregado, reduzindo gradualmente a dependência das commodities, que mantém o país em condição de subordinação na teia global das relações econômicas e comerciais.
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