CNBC
Segundo o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, bens do acordo comercial USMCA estarão fora da tarifação por um mês

CNBCLutnick sugere que recusa de Lisa Cook em aceitar demissão por Trump reforça suspeita de fraude

Brasil

Exclusivo: governo exige programas de integridade para grandes contratos públicos, diz ministro da CGU

Publicado 17/12/2024 • 19:50 | Atualizado há 8 meses

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Em entrevista exclusiva, Vinícius Marques de Carvalho detalhou as novas regras que exigem programas de integridade para empresas.
  • O decreto, publicado pelo governo, estabelece a obrigatoriedade de programas de compliance para contratos públicos que ultrapassem o valor de R$ 290 milhões.
  • Regulamentação se soma a programas já existentes, como o Pró-Ética e o Pacto Empresarial pela Integridade, iniciativas que incentivam boas práticas no setor privado.

As novas regras para negócios entre o governo e empresas fornecedoras de bens ou serviços estabelecem que as companhias com contratos acima de R$ 290 milhões precisam obrigatoriamente ter um programa de compliance (conformidade) para poderem fechar o negócio, disse o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Vinícius Marques de Carvalho.

Ele deu uma entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

A regulamentação da medida visa o fortalecimento da ética e transparência na administração pública.

A entrevista foi acompanhada pelo comentarista Fabiano Rosa, advogado especializado em diversidade e negócios.

Plano de integridade e impactos práticos

“As empresas terão um prazo de seis meses após a assinatura do contrato para apresentar um programa de integridade robusto. Caso a CGU considere o programa insuficiente, haverá um período para correções. No limite, a empresa pode perder o contrato com o governo”, destacou o ministro.

Compliance além da corrupção

Durante a entrevista, o ministro ressaltou que a visão moderna de integridade vai além do combate à corrupção. O foco também abrange questões como:

  • Sustentabilidade e governança;
  • Relações saudáveis com colaboradores e fornecedores;
  • Prevenção ao assédio moral e sexual;
  • Promoção de uma cultura organizacional ética.

“Não basta a empresa não ser corrupta para ser íntegra. Ela deve adotar práticas que respeitem a governança, as relações humanas e a sustentabilidade”, explicou Vinícius Marques de Carvalho.

Efeitos no ritmo das contratações

Questionado sobre uma possível desaceleração no ritmo das contratações públicas devido às novas exigências, o ministro foi enfático: “O ritmo será mantido”. Segundo ele, a CGU fornecerá guias e ferramentas para facilitar a adaptação das empresas.

“O objetivo é criar segurança jurídica e previsibilidade. As empresas terão condições de se adequar sem que isso atrase os investimentos essenciais do governo, como obras de infraestrutura, saúde e energia”, completou.

Relevância da medida

O comentarista Fabiano Rosa pontuou que a iniciativa é uma evolução necessária para o mercado brasileiro. “O compliance não se limita ao aspecto financeiro. Ele também promove uma cultura organizacional íntegra, combatendo práticas nocivas, como assédio e discriminação”, destacou.

Próximos passos

Com a CGU responsável pela fiscalização, o decreto promete maior rigor no acompanhamento dos contratos. A regulamentação se soma a programas já existentes, como o Pró-Ética e o Pacto Empresarial pela Integridade, iniciativas que incentivam boas práticas no setor privado.

“A CGU atuará para garantir o cumprimento dos programas, com foco na integridade e transparência no uso dos recursos públicos. Empresas que não se adaptarem correm o risco de enfrentar sanções severas”, concluiu o ministro.

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Brasil