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Powell diz que desaceleração no mercado de trabalho motivou corte de juros e prevê ‘situação desafiadora’ pela frente

Publicado 23/09/2025 • 20:56 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a fraqueza do mercado de trabalho está pesando mais do que as preocupações com a inflação persistente, o que levou à decisão de reduzir a principal taxa de juros do banco central na semana passada.
  • "Essa postura de política, que considero ainda um pouco restritiva, nos coloca em uma posição favorável para responder a possíveis mudanças na economia", acrescentou ele em um discurso feito em Rhode Island.
  • Powell está à frente de um Fed que vem sendo alvo de fortes críticas da Casa Branca e enfrenta opiniões muito divergentes entre seus membros.

O presidente do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse nesta terça-feira (23) que a fraqueza no mercado de trabalho está superando as preocupações com a inflação, levando à decisão que ele apoiou de reduzir a taxa básica de juros do banco central na semana passada.

O primeiro corte do ano pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) ocorreu em meio a sinais de que tanto a oferta quanto a demanda por trabalhadores estão diminuindo, ao mesmo tempo em que o impacto imediato das tarifas elevou a inflação.

Desafios no equilíbrio da política monetária

Nesse cenário, Powell afirmou, durante um discurso para empresários em Providence, Rhode Island, que a missão do Fed é “equilibrar os dois lados do nosso duplo mandato”, ou seja, garantir preços estáveis e baixo desemprego.

“Os riscos de curto prazo para a inflação estão mais para cima e os riscos para o emprego estão mais para baixo — uma situação complicada. Quando há riscos dos dois lados, não existe caminho sem risco.”

As condições descritas por Powell no discurso lembram a estagflação, quando o crescimento desacelera e a inflação permanece alta. Apesar de o quadro atual ser bem menos grave do que o enfrentado pelos EUA nas décadas de 1970 e início dos anos 1980, a situação tem sido um desafio para a política do Fed.

No entanto, Powell disse estar confortável com a trajetória atual do banco central, mas indicou a possibilidade de novos cortes caso o comitê enxergue necessidade de adotar uma postura mais flexível.

“O aumento dos riscos negativos para o emprego mudou o equilíbrio dos riscos na busca de nossos objetivos”, declarou. “Essa postura de política, que vejo como ainda um tanto restritiva, nos deixa bem posicionados para responder a possíveis desdobramentos na economia.”

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De olho no emprego e na inflação

Sobre o mercado de trabalho, Powell destacou “uma desaceleração marcante” na oferta e na demanda. “Nesse mercado de trabalho menos dinâmico e um pouco mais fraco, os riscos negativos para o emprego aumentaram”, afirmou.

De fato, a criação de vagas desacelerou bastante, ficando abaixo de 30 mil em média nos meses de verão, enquanto revisões de dados oficiais mostraram que quase um milhão de empregos a menos foram criados nos 12 meses anteriores a março de 2025.

Ao mesmo tempo, a inflação caiu consideravelmente desde que atingiu o maior patamar em mais de 40 anos, em 2022, mas ainda está bem acima da meta de 2% do Fed. Dados do Departamento de Comércio, que serão divulgados na sexta-feira (26), devem apontar que os preços ao consumidor subiram 2,7% no acumulado de 12 meses e 2,9% quando excluídos alimentos e energia, segundo Powell.

Outro fator que aumenta a incerteza é o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O republicano segue negociando com grandes parceiros comerciais dos EUA sobre o nível final dessas tarifas, com um prazo importante com a China se aproximando no início de novembro. Por ora, economistas do Fed veem as tarifas como um aumento temporário nos preços, mas alertam que esse quadro pode mudar.

“A incerteza sobre o rumo da inflação ainda é grande”, ressaltou Powell. “Vamos avaliar e administrar cuidadosamente o risco de uma inflação mais alta e persistente. Vamos garantir que esse aumento pontual nos preços não vire um problema de inflação contínua.”

Divisões internas no Fed e pressões políticas

A reunião do comitê terminou com os participantes divididos de forma apertada, 10 a 9, sobre a necessidade de mais um ou dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda este ano. O indicado por Trump, Stephen Miran, defende um caminho bem mais agressivo, mas seu mandato como diretor termina em janeiro.

Mais cedo nesta terça-feira (23), a diretora Michelle Bowman alertou para os riscos de agir devagar demais diante do mercado de trabalho. Também indicada por Trump, Bowman afirmou: “Corremos sério risco de já estarmos ficando para trás na resposta ao enfraquecimento das condições do mercado de trabalho.”

“Me preocupa que o mercado de trabalho possa entrar numa fase delicada, e há o risco de que algum choque provoque uma piora repentina e significativa”, acrescentou.

Embora Jerome Powell não tenha feito previsões para os próximos movimentos dos juros, Bowman afirmou esperar que a medida recente seja “o primeiro passo” de uma volta gradual ao nível neutro da taxa de juros.

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