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Discurso de Netanyahu na ONU provoca protestos e tensão sobre guerra em Gaza

Publicado 26/09/2025 • 16:33 | Atualizado há 3 horas

AFP

KEY POINTS

  • Delegações deixaram a ONU em protesto ao discurso de Netanyahu, que rejeitou criação de um Estado palestino.
  • Premiê israelense chamou de "suicídio nacional" a proposta de reconhecer a Palestina como Estado independente.
  • Ofensiva em Gaza já provocou mais de 65 mil mortes palestinas, segundo dados do Ministério da Saúde local.

A recusa de parte da comunidade internacional em ouvir o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (26) evidenciou tensões crescentes sobre a guerra em Gaza. Enquanto delegações deixaram o plenário em protesto, manifestantes se concentraram em Nova York pedindo a prisão do líder israelense, que enfrenta um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra, incluindo o uso de fome como arma.

No discurso, Netanyahu alertou que aceitar um Estado palestino seria “suicídio nacional” para Israel, acusando líderes europeus de recompensarem o Hamas ao reconhecerem a Palestina dias antes. Ele reforçou que Israel não permitirá a criação de um “Estado terrorista” e acusou governos ocidentais de não enfrentarem a pressão da opinião pública.

“Israel não permitirá que vocês enfiem um Estado terrorista em nossas gargantas”, afirmou Netanyahu, acrescentando: “Não cometeremos suicídio nacional porque vocês não têm coragem de enfrentar a mídia hostil e as multidões antissemitas que pedem sangue de Israel”, declarou o premiê.

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Pronunciamento direcionado a Gaza e reação dos familiares

O premiê mencionou que parte de seu pronunciamento era transmitida por alto-falantes militares israelenses em Gaza, numa tentativa de alcançar líderes do Hamas e reféns ainda detidos depois do ataque de 7 de outubro de 2023. “Não esquecemos de vocês – nem por um segundo”, disse Netanyahu em hebraico, referindo-se aos sequestrados. Em resposta, familiares dos reféns criticaram a postura do governo e defenderam um cessar-fogo para proteger seus entes queridos.

O ataque do Hamas em outubro de 2023 matou 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com dados oficiais israelenses. Em contrapartida, a ofensiva militar israelense já provocou mais de 65.549 mortes de palestinos, também em sua maioria civis, conforme números do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas que são considerados confiáveis pela ONU. Somente nesta sexta-feira (26), a Defesa Civil de Gaza registrou 20 mortes no território. A organização Médicos Sem Fronteiras anunciou ter suspendido operações em Gaza devido ao avanço da ofensiva.

Socorristas israelenses buscam sobreviventes entre os escombros no local de um ataque noturno com mísseis iranianos em Bat Yam, em 15 de junho de 2025
Menahem KAHANA /AFP
Boicote ao discurso do premiê israelense evidencia isolamento diplomático e tensões sobre Gaza.

Reações do Hamas e situação dos reféns

Hamas classificou o abandono do plenário antes do discurso como sinal do “isolamento” de Israel e das consequências da guerra. “O boicote ao discurso de Netanyahu é uma das manifestações do isolamento de Israel e das consequências da guerra de extermínio”, afirmou Taher al-Nunu, assessor de comunicação do líder do Hamas. O grupo acusou Netanyahu de negar “genocídio, deslocamento forçado e fome sistemática” sofridos em Gaza. “Se ele realmente se importasse com seus cativos, pôria fim aos bombardeios brutais, massacres e destruição”, declarou o Hamas em nota oficial.

Atualmente, militantes palestinos mantêm 47 reféns em Gaza, dos 251 sequestrados no ataque de outubro, sendo que, segundo o Exército de Israel, 25 deles já morreram. Netanyahu, que há décadas se opõe à criação de um Estado palestino, também criticou o apoio das potências ocidentais ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, chamando o órgão de “profundamente corrupto”. Abbas, rival do Hamas, condenou tanto o ataque de outubro quanto o antissemitismo em pronunciamento virtual após ter sido impedido de entrar nos EUA.

Foto: ABDEL KAREEM HANA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Guerra em Gaza já deixou mais de 65 mil palestinos mortos, segundo autoridades de saúde locais.

Discussão sobre anexação da Cisjordânia e papel dos EUA

Netanyahu evitou comentar sobre a possível anexação da Cisjordânia, proposta por membros de seu gabinete, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou contra tal medida e defendeu um plano de paz para Gaza com desarmamento do Hamas. O premiê israelense elogiou Trump, com quem deve se encontrar na segunda-feira (29), em Washington. Após o discurso, Trump afirmou: “Acho que temos um acordo”, sugerindo avanços nas negociações por cessar-fogo.

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