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Dólar vai R$ 6,26; BC fará leilão bilionário na 5ª-feira para tentar conter alta

Publicado 18/12/2024 • 17:47

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A valorização foi impulsionada pela decisão do Federal Reserve (Fed) de adotar um ritmo mais lento de cortes nos juros em 2025.
  • No cenário doméstico, preocupações com o equilíbrio fiscal e expectativas sobre novas medidas econômicas pressionaram ainda mais a moeda.
  • O impacto também foi sentido na Bolsa de Valores, que operou em queda, e nos juros futuros, que tiveram alta significativa.

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Nesta quarta-feira (18), o dólar fechou cotado a R$ 6,26, registrando o maior valor nominal da história e a maior valorização diária em mais de dois anos. A moeda norte-americana subiu 2,78%, refletindo tensões no mercado internacional e incertezas no cenário fiscal brasileiro.

Em resposta, o Banco Central anunciou um leilão de venda à vista de até US$ 3 bilhões nesta quinta-feira (19).

Cada negociador de câmbio poderá enviar até três propostas com o volume pretendido e o diferencial, com até seis casas decimais, a ser adicionado ou diminuído da taxa de venda Ptax do fechamento do dia. O resultado será divulgado por meio de comunicado.

Fed, juros futuros, volatilidade

A valorização foi impulsionada pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de adotar um ritmo mais lento de cortes nos juros em 2025, o que fortaleceu o dólar globalmente. No cenário doméstico, preocupações com o equilíbrio fiscal e expectativas sobre novas medidas econômicas pressionaram ainda mais a moeda.

O impacto também foi sentido na Bolsa de Valores, que operou em queda, e nos juros futuros, que tiveram alta significativa. Apesar do movimento expressivo, o Banco Central ainda não anunciou intervenções no mercado de câmbio.

O recorde acontece em um momento de grande volatilidade nos mercados, aumentando a atenção sobre os próximos passos do governo e do Banco Central.

Moedas globais: dólar tem forte alta, seguindo projeções do Fed em decisão e falas de Powell

O dólar registrou forte alta nesta quarta-feira (18), impulsionado pela decisão do Federal Reserve (Fed) de reduzir os juros em 25 pontos base e pelos comentários do presidente da instituição, Jerome Powell.

Apesar do corte, as projeções indicam uma desaceleração no ritmo de reduções para o próximo ano, com ajustes na expectativa de inflação e um nível mais elevado da taxa dos Fed funds até o fim de 2025.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante pares fortes, subiu 1%, fechando a 108,027 pontos, enquanto a moeda americana avançava a 154,59 ienes, e o euro e a libra recuavam para US$ 1,0368 e US$ 1,2583, respectivamente.

Em coletiva, Powell destacou que os juros estão próximos do nível neutro, reforçando a necessidade de mais progresso no controle da inflação antes de novos cortes.

A Capital Economics revisou suas expectativas para apenas dois cortes de 25 pontos base em 2025, em março e junho, reduzindo a flexibilização esperada. Enquanto isso, na Argentina, o dólar paralelo “blue” continuou em alta, chegando a 1205 pesos, refletindo tanto o corte recente de juros pelo Banco Central local quanto a saída sazonal de divisas devido às férias de fim de ano.

Ibovespa B3 cai 3,15%, aos 120,7 mil, na maior perda desde novembro de 2022

O Ibovespa B3 registrou queda de 3,15% nesta quarta-feira, encerrando aos 120.771,88 pontos, na maior perda percentual diária desde novembro de 2022.

A desvalorização foi impulsionada pela decisão do Federal Reserve de cortar juros em 25 pontos-base e indicar um ritmo mais lento de cortes futuros, além de piorar projeções de inflação.

No mercado doméstico, a preocupação com o cenário fiscal, mesmo após a aprovação do pacote de contenção de gastos pela Câmara dos Deputados, manteve o índice pressionado. O giro financeiro do dia chegou a R$ 83 bilhões, reforçado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.

Entre as ações mais impactadas, destacaram-se quedas de Automob (-30%), CVC (-17,11%) e Azul (-11,58%), refletindo também a valorização do dólar, que encerrou em alta de 2,78%, cotado a R$ 6,2657.

Blue chips como Vale ON (-2,32%) e Petrobras PN (-2,58%) também recuaram. Apenas três papéis da carteira do Ibovespa fecharam em alta: Marfrig (+1,81%), MRV (+1,54%) e Santos Brasil (+0,54%).

Analistas destacam que, enquanto o Fed adota uma postura mais cautelosa em relação à inflação, os mercados brasileiros permanecem nervosos com a deterioração fiscal, sem sinais de alívio no curto prazo.

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