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Tarifa de US$ 100 mil para visto H-1B ameaça inovação e preocupa Big Techs nos EUA
Publicado 09/10/2025 • 17:11 | Atualizado há 14 horas
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Publicado 09/10/2025 • 17:11 | Atualizado há 14 horas
KEY POINTS
O presidente Donald Trump anunciou, em setembro, a criação de uma taxa de US$ 100 mil para cada novo pedido de visto H-1B, usado por empresas dos Estados Unidos para contratar profissionais estrangeiros qualificados.
A decisão, segundo o governo, tem como objetivo estimular a contratação de trabalhadores americanos, mas especialistas afirmam que a prática pode comprometer a competitividade e a inovação do país.
Atualmente, as taxas do programa giram em torno de alguns milhares de dólares, o que torna o salto proposto uma das maiores elevações de custo na história da política migratória americana. O visto H-1B, criado em 1990, permite a contratação temporária de estrangeiros com formação técnica e é amplamente utilizado pelo setor de tecnologia.
Empresas como Amazon, Microsoft, Meta, Apple e Google estão entre as principais empregadoras de portadores do visto H-1B, segundo dados do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS). A medida, portanto, afeta diretamente o coração do setor de tecnologia — justamente o que mais depende de engenheiros e cientistas estrangeiros.
Figuras importantes do Vale do Silício, como Sundar Pichai (Google), Satya Nadella (Microsoft) e Elon Musk (Tesla), chegaram aos Estados Unidos por meio desse mesmo tipo de visto. “Minha própria imigração para os EUA não teria sido possível sob as políticas atuais”, disse Jensen Huang, CEO da Nvidia.
Para a administração Trump, a cobrança é uma forma de desestimular a terceirização de empregos e incentivar empresas a investir na formação de trabalhadores domésticos. “As Big Techs terão que pagar US$ 100 mil ao governo e ainda pagar o funcionário. Isso deixa de ser econômico”, declarou o secretário de Comércio, Howard Lutnick.
A Casa Branca também propôs mudanças no sistema de sorteio do H-1B, priorizando profissionais estrangeiros com salários mais altos, em uma tentativa de reforçar a ideia de que as companhias devem valorizar talentos locais.
Economistas e líderes empresariais afirmam que a medida pode sufocar o ecossistema de inovação americano. “Startups como as que Elon Musk criou não existiriam se essas regras estivessem em vigor”, afirmou Jeff Joseph, presidente da Associação Americana de Advogados de Imigração.
Segundo Stephanie Roth, economista-chefe da Wolfe Research, o impacto pode ser profundo. “O custo atual é de alguns milhares de dólares. Passar para US$ 100 mil muda completamente a dinâmica do programa e pode afastar empresas menores”, explicou.
Além de grandes grupos, o efeito pode atingir pequenas e médias companhias que dependem de programadores, engenheiros e cientistas estrangeiros. “Deixar de trazer talentos por causa de custo ou burocracia é abrir espaço para que outros países assumam a dianteira tecnológica”, alerta Hemant Taneja, CEO da gestora General Catalyst.
O visto H-1B foi criado pelo Congresso em 1990, no auge da expansão tecnológica americana, e se tornou peça-chave na construção do ecossistema de inovação do Vale do Silício. Ele tem validade de três anos, renovável por mais três, e é limitado a 65 mil concessões anuais, com um adicional de 20 mil para quem possui pós-graduação avançada nos EUA.
“O objetivo inicial era suprir a falta de profissionais altamente qualificados em áreas que o país não tinha em quantidade suficiente”, explica Roth. Hoje, essa carência continua, especialmente em inteligência artificial, engenharia de software e semicondutores — setores estratégicos na corrida global por tecnologia.
Para os críticos, a nova taxa é mais uma etapa do endurecimento das políticas migratórias do governo Trump e uma mensagem de que os EUA pretendem restringir o ingresso de estrangeiros, mesmo em áreas de alta demanda.
Com o setor de tecnologia enfrentando escassez de talentos e uma disputa global por engenheiros, a elevação de custos pode deslocar investimentos para países com políticas mais abertas, como Canadá, Reino Unido e Índia.
“O talento é o motor da inovação”, disse Taneja. “Sem ele, o crescimento desacelera — e todos perdem.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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