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MIT rejeita proposta do governo Trump e recusa financiamento atrelado à agenda da Casa Branca
Publicado 12/10/2025 • 09:42 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 12/10/2025 • 09:42 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) se tornou, nesta sexta-feira (10), a primeira universidade dos Estados Unidos a rejeitar um programa de financiamento federal condicionado à adesão à agenda educacional proposta pela administração do presidente Donald Trump.
A iniciativa, enviada pelo Departamento de Educação a nove grandes universidades, propõe uma série de restrições às instituições em troca de vantagens financeiras e institucionais, como prioridade em subsídios, convites para eventos na Casa Branca e acesso a discussões com autoridades.
Entre as exigências estão proibir pessoas trans de usarem banheiros e participarem de esportes compatíveis com sua identidade de gênero, limitar a matrícula de estudantes estrangeiros e congelar as mensalidades cobradas de alunos norte-americanos por cinco anos.
Além disso, o acordo sugere que as universidades devem selecionar alunos internacionais com base em “talento extraordinário” e “fidelidade aos valores dos Estados Unidos”, além de oferecer cursos obrigatórios de civismo norte-americano.
Em carta enviada ao Departamento de Educação, a presidente do MIT, Sally Kornbluth, afirmou que as propostas são incompatíveis com os princípios de liberdade acadêmica e independência científica da instituição.
“A liderança dos Estados Unidos em ciência e inovação depende do pensamento independente e da competição aberta pela excelência”, escreveu Kornbluth. “Nesse livre mercado de ideias, o MIT compete com os melhores, sem preferências. Portanto, com respeito, não podemos apoiar a abordagem proposta.”
Kornbluth destacou que o MIT já cumpre muitos dos parâmetros positivos do documento — como admissão baseada em mérito e política “need-blind”, que elimina barreiras financeiras no processo seletivo — mas rejeita os trechos que limitem a diversidade e a autonomia institucional.
“O fundamento do documento é inconsistente com nossa crença de que o financiamento científico deve se basear apenas no mérito científico”, completou.
Das nove universidades que receberam o “Compacto pela Excelência Acadêmica no Ensino Superior”, apenas o MIT se posicionou publicamente contra. As demais — entre elas Vanderbilt, University of Pennsylvania, Dartmouth, USC, Texas, Arizona, Brown e Virginia — ainda avaliam o conteúdo.
A Universidade do Texas, por sua vez, sinalizou apoio à proposta. “Acolhemos a nova oportunidade apresentada e esperamos trabalhar com o governo Trump nesse sentido”, declarou Kevin P. Eltife, presidente do Conselho de Regentes do sistema universitário texano.
O Departamento de Educação não comentou a decisão do MIT.
Presidente do MIT, Sally Kornbluth
10 de outubro de 2025
Caros membros da comunidade do MIT,
O Departamento de Educação dos Estados Unidos enviou recentemente ao MIT e a outras oito instituições um documento intitulado “Acordo pela Excelência Acadêmica no Ensino Superior”, acompanhado de uma carta solicitando que o MIT o analisasse.
Pelas mensagens que recebi, sei que muitos de vocês têm refletido sobre esse tema e se preocupam profundamente com a missão do Instituto, seus valores e uns com os outros. Eu também me preocupo.
Após muita reflexão e consulta com líderes de diversas áreas do MIT, hoje enviei a seguinte resposta à secretária de Educação dos EUA, Linda McMahon.
Atenciosamente,
Sally Kornbluth
Prezada Secretária,
Escrevo em resposta à sua carta de 1º de outubro, convidando o MIT a revisar o “Acordo pela Excelência Acadêmica no Ensino Superior”. Reconheço a importância vital dessas questões.
Agradeço a oportunidade de tê-la encontrado no início deste ano para discutirmos as prioridades que compartilhamos para o ensino superior norte-americano.
Como discutimos, a missão do Instituto em servir à nação nos orienta a avançar o conhecimento, educar estudantes e aplicar o saber aos grandes desafios do mundo. Fazemos isso com base em um conjunto claro de valores — com a excelência acima de tudo. Alguns exemplos práticos:
O MIT se orgulha de recompensar o mérito. Estudantes, professores e funcionários prosperam aqui com base em seu talento, ideias e trabalho árduo. Por exemplo, o Instituto foi o primeiro a restabelecer o requisito do SAT/ACT após a pandemia. E o MIT nunca adotou preferências de legado em seu processo de admissão.
O MIT abre suas portas aos alunos mais talentosos, independentemente da situação financeira de suas famílias. As admissões são “need-blind”, ou seja, não levam em conta a capacidade de pagamento. Estudantes de famílias com renda inferior a US$ 200 mil por ano não pagam mensalidades. Quase 88% da última turma de formandos deixou o MIT sem dívidas estudantis. Oferecemos uma ampla variedade de cursos gratuitos e certificados de baixo custo para qualquer norte-americano com acesso à internet. Dos diplomas de graduação que concedemos, 94% estão em áreas STEM. E, em serviço à nação, limitamos a matrícula de estudantes estrangeiros de graduação a aproximadamente 10%.
Valorizamos a livre expressão, conforme descrito na Declaração do MIT sobre Liberdade de Expressão e Liberdade Acadêmica. Devemos ouvir fatos e opiniões que não gostamos — e nos engajar, com respeito, com aqueles de quem discordamos.
Esses valores e outras práticas do MIT atendem ou superam muitos dos padrões descritos no documento que nos foi enviado. Adotamos esses valores livremente porque acreditamos que são corretos e os vivemos porque sustentam nossa missão — um trabalho de imenso valor para a prosperidade, competitividade, saúde e segurança dos Estados Unidos. E, naturalmente, o MIT cumpre a lei.
O documento também inclui princípios com os quais discordamos, incluindo aqueles que restringiriam a liberdade de expressão e a independência da instituição. E, de forma ainda mais profunda, o fundamento do documento é incompatível com nossa crença central de que o financiamento científico deve ser baseado exclusivamente no mérito científico.
Em nossa visão, a liderança dos Estados Unidos em ciência e inovação depende do pensamento independente e da competição aberta pela excelência. Nesse livre mercado de ideias, as pessoas do MIT competem com as melhores, sem privilégios. Portanto, com respeito, não podemos apoiar a abordagem proposta para lidar com os desafios do ensino superior.
Como a senhora sabe, o histórico do MIT de serviço à nação é longo e duradouro. Há oito décadas, líderes do Instituto ajudaram a criar uma parceria científica entre as universidades de pesquisa dos Estados Unidos e o governo federal — uma aliança que gerou benefícios extraordinários para o povo americano. Continuamos acreditando no poder dessa parceria para servir à nação.
Atenciosamente,
Sally Kornbluth
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