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COEs: Crise acende alerta, mas colapso não está no horizonte, dizem analistas

Publicado 15/10/2025 • 07:30 | Atualizado há 6 horas

KEY POINTS

  • A crise dos COEs (Certificados de Operações Estruturadas) protagonizada por Braskem e Ambipar reacendeu preocupações no mercado financeiro, em meio ao aumento da alavancagem das empresas brasileiras e à fragilidade de alguns balanços corporativos.
  • Nos bastidores, o episódio já é chamado por analistas de um “Momento Americanas em escala menor”. A expressão faz referência ao colapso da varejista em janeiro de 2023, quando vieram à tona mais de R$ 20 bilhões em perdas ocultas.
  • Um levantamento da Elos Ayta mostrou que PDG, Infracommerce, Mont Aranha, Recrusul, Oi, Gol, Azul, Gafisa, Sequoia e Raízen perderam metade ou mais de seu valor de mercado apenas em 2025. A Gol, inclusive, anunciou que deixará a B3.
Dinheiro

José Cruz/Agência Brasil

Notas de real.

A crise dos COEs (Certificados de Operações Estruturadas) protagonizada por Braskem e Ambipar reacendeu preocupações no mercado financeiro, em meio ao aumento da alavancagem das empresas brasileiras e à fragilidade de alguns balanços corporativos.

Nos bastidores, o episódio já é chamado por analistas de um “Momento Americanas em escala menor”. A expressão faz referência ao colapso da varejista em janeiro de 2023, quando vieram à tona mais de R$ 20 bilhões em perdas ocultas.

“O mercado começa a desconfiar de narrativas otimistas e de balanços excessivamente criativos”, afirma Carlos Honorato, professor da FIA Business School.

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Um levantamento da Elos Ayta mostrou que PDG, Infracommerce, Mont Aranha, Recrusul, Oi, Gol, Azul, Gafisa, Sequoia e Raízen perderam metade ou mais de seu valor de mercado apenas em 2025. A Gol, inclusive, anunciou que deixará a B3.

Para Alexandre Petean, sócio da A7 Capital, os casos de Braskem e Ambipar não são isolados, mas também não configuram um colapso generalizado. “O que se vê é uma reprecificação do risco em um ambiente de juros altos e liquidez restrita. O investidor precisa olhar além da taxa de retorno e entender de fato a qualidade do emissor”, afirma.

Petean ressalta que a renda fixa, embora atraente em períodos de juros elevados, não é livre de risco. “Taxas mais altas refletem riscos maiores. O ideal é revisar o portfólio, conhecer bem os emissores, impor limites de exposição por empresa e não aplicar apenas pela rentabilidade”, diz.

Segundo o analista, o crédito privado continua sendo uma boa alternativa de diversificação, desde que o investidor conte com orientação especializada e mantenha disciplina na gestão de risco.

Apesar das diferenças, Braskem, Ambipar e Americanas compartilham um denominador comum: endividamento excessivo em um cenário de juros altos.

No caso da Ambipar, o estopim da crise foi o pedido de medida cautelar na Justiça para se proteger de credores — atitude que gerou desconfiança, especialmente porque a empresa havia reportado caixa robusto semanas antes. “Isso levantou dúvidas sobre a consistência das informações divulgadas e provocou uma forte crise de confiança”, explica Petean.

Já a Braskem passou a ser monitorada de perto após contratar assessores financeiros e jurídicos para revisar sua estrutura de capital — movimento que costuma anteceder pedidos de recuperação judicial. Ainda assim, a presença da Petrobras como acionista relevante pode ajudar a conduzir um eventual processo de reestruturação “de forma mais organizada”, avalia o especialista.

Embora o ambiente seja de cautela, os analistas descartam um efeito dominó como o observado no caso Americanas. O diagnóstico é claro: o mercado está mais seletivo, mais técnico e menos tolerante com surpresas contábeis — e isso, apesar do ruído, pode ser um sinal de amadurecimento.

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