Gigante de navegação Maersk eleva projeções; “Comércio global está mais resiliente”, diz CEO

A gigante dinamarquesa de navegação Maersk divulgou nesta quinta-feira (6) um lucro operacional do terceiro trimestre acima do esperado e elevou a parte inferior de sua projeção anual, impulsionada pelo aumento nos volumes de contêineres.

A empresa, amplamente vista como um termômetro do comércio global, reportou um lucro operacional preliminar antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de US$ 2,68 bilhões no período de julho a setembro.

O resultado supera os US$ 2,6 bilhões esperados por analistas em um consenso compilado pela LSEG, mas representa uma forte queda em relação aos US$ 4,8 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

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A Maersk também elevou sua previsão de lucro operacional anual para um intervalo entre US$ 9 bilhões e US$ 9,5 bilhões, acima da orientação anterior de US$ 8 bilhões a US$ 9,5 bilhões.

“Acredito que o que nos permitiu elevar a projeção foi realmente uma história de resiliência”, disse o CEO da Maersk, Vincent Clerc, ao programa Squawk Box Europe, da CNBC, nesta quinta-feira.

“Resiliência da demanda em todas as geografias e, no fim do trimestre, até os Estados Unidos voltando a crescer à medida que nos aproximamos do pico sazonal de fim de ano”, afirmou Clerc.

“E resiliência também nas nossas operações, onde, apesar de muita pressão inflacionária e incertezas, conseguimos reduzir custos, mantê-los sob controle e, assim, elevar margens em todos os negócios”, acrescentou.

As ações da empresa caíram mais de 6% na manhã desta quinta-feira. No acumulado do ano, o papel sobe cerca de 5%.

Junto com a revisão do lucro operacional anual, a Maersk afirmou esperar que os volumes do mercado global de contêineres cresçam cerca de 4% em 2025, acima da projeção anterior, que variava entre 2% e 4%.

Questionado sobre como a Maersk caracterizaria a perspectiva para o comércio global, Clerc disse que parece que as discussões sobre o fim da globalização foram “bastante prematuras”.

“Vemos, pelo contrário, que o nível de comércio e a integração das economias está crescendo, e o principal motor disso é, na verdade, a força da potência manufatureira que é a China, que continua a registrar crescimento em várias regiões”, afirmou Clerc.

“Essa tem sido a história, sobretudo, dos últimos dois anos e é uma das razões pelas quais continuamos sendo surpreendidos pela força e resiliência da demanda por todos os produtos que movimentamos.”

Naty Falla

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