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Economia Brasileira

Galípolo: riscos para inflação ’emagreceram’ significativamente’

Publicado 27/11/2025 • 16:04 | Atualizado há 48 minutos

KEY POINTS

  • Galípolo reconheceu que os riscos para a inflação "emagreceram" significativamente.
  • Apesar disso, segundo ele, a convergência da inflação para a meta está ocorrendo de forma mais lenta do que o desejado.
  • O principal ponto de atenção continua sendo a inflação de serviços, que ainda se mostra incompatível com a meta.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC).

Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC).Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC

Em sua participação no Painel Perspectivas 2026, do Itaú Asset Management, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, destacou a surpresa com a correlação de variáveis, a resiliência da economia e a cautela do BC em relação ao risco fiscal.

Inflação, juros e a surpresa das correlações

Galípolo enfatizou que, embora a inflação esteja convergindo, o processo é mais lento do que o desejado, destacando a má correlação entre variáveis macroeconômicas. “Eu acho que para além da surpresa nos números, a gente já foi surpreendido em outros anos, mas acho que tem a surpresa nas correlações ou no mau comportamento das correlações entre as variáveis.”

O diretor citou a contradição entre a alta taxa de juros e o mercado de trabalho aquecido, com a inflação de serviços ainda incompatível com a meta. Apesar disso, os riscos diminuíram. “Como eu tenho dito, acho que esses dois riscos [de recessão abrupta e de insuficiência da política monetária] emagreceram significativamente.”

A postura do BC é de humildade e dependência de dados: “A gente está realmente meio que nem um navegador do século XVI aqui enxergando uma milha e meia na frente, andando e vendo o que está acontecendo a partir de cada momento.”

O desafio estrutural: normalização dos canais de transmissão

Galípolo dedicou parte da sua fala à necessidade de normalizar as relações econômicas e os canais de transmissão da política monetária, que no Brasil apresentam “idiosincrasias negativas”.

1. Poupança e Crédito Imobiliário

O diretor abordou a queda estrutural da poupança, defendendo que a intenção do BC é se antecipar a um problema de financiamento de longo prazo: “A discussão sobre a queda na poupança, ela é uma queda conjuntural ou estrutural? A gente entendia que isso era um processo que ia seguir, e tende a seguir de queda na caderneta de poupança…”

O objetivo é suavizar a transição para um financiamento mais adequado que minimize o mismatch duration e utilize taxas mais próximas das de mercado, o que, por sua vez, aumenta a potência da política monetária.

Ele ressaltou que a funcionalidade dessa mudança no SFH será sentida “a partir do momento em que a gente não tiver um teto, ou a partir do momento em que a taxa de juros básica possa eventualmente estar abaixo do teto.”

2. Dificuldade de Transmissão no Crédito

Galípolo destacou a baixa sensibilidade do crédito rotativo do cartão de crédito à taxa Selic, devido às taxas de juros já elevadas. “Quando você sobe a taxa de juros e o cara está pagando 200, 300 taxas de juros, é mínimo, você tem pouca potência nisso.”

Ele mencionou que as pessoas tratam o limite do rotativo como “renda disponível”, o que também dificulta a transmissão da política monetária e gera endividamento caro. Ele usou uma analogia para ilustrar a falta de sensibilidade do crédito rotativo: “Quando você sobe a taxa de juros e a pessoa está pagando 200, 300 taxas de juros, é mínimo, você tem pouca potência nisso.”

Geopolítica, Regulação e NBFIs

O diretor mencionou que os debates geopolíticos se transportam para a regulação financeira (Financial Stability Board – FSB), com discussões sobre o crescimento das Instituições Financeiras Não Bancárias (NBFIs).

“O Brasil é o segundo maior de participação de NBFI entre países emergentes. Só perde para a China.”

Há um debate global sobre se é melhor reduzir a regulação de bancos (visão dos EUA) ou aumentar a regulação de NBFIs (Europa, Canadá, Inglaterra). Galípolo fez um comentário bem-humorado sobre a volatilidade no Brasil: “Falei, bem-vindo, se quiser a gente pode contar para vocês como é viver no Brasil.”

Ele também citou a reclamação de outros países sobre a atuação de fundos brasileiros: “África do Sul, Índia, Chile, esses fundos brasileiros, eles vêm aqui, o que eles produzem de volatilidade, eles são os bullies, eles são não sei o que, então tem muita queixa, porque eles estão vendo um aumento da participação do que são as assets, do que são os fundos no mercado, e isso é um tema que a gente já está mais acostumado.”

Visão de Futuro e Legado

Questionado sobre o que espera entregar em seu mandato, Galípolo definiu dois grandes desafios:

  1. Normalização Institucional:

“Eu acho que tem um desafio que é para além da economia, que eu acho que é um desafio meio de normalizar as relações institucionais.”

Ele deseja que o BC seja visto como uma instituição de Estado, sem protagonismo individual, e que as expectativas sejam baseadas no arcabouço legal, e não na pessoa do presidente.

“Eu gostaria que as pessoas não soubessem quem é o presidente do Banco Central… Eu acho que a gente vai ser tão mais evoluído quanto as expectativas relacionadas à função de reação do Banco Central forem mais relacionadas com o que é o arcabouço legal e institucional e menos sobre quem é a pessoa.”

  1. Normalização Econômica:

“Como é que a gente normaliza as relações econômicas? […] É você desmontar, às vezes, esses incentivos que não são os melhores, vamos dizer assim.”

O objetivo é que a atual geração consiga normalizar a política monetária e fiscal, para que o país gaste menos tempo explicando suas “idiosincrasias negativas” e mais tempo produzindo resultados melhores baseados no mérito de mercado.

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