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Caso Braskem é o novo capítulo da derrocada do império Odebrecht

Publicado 15/12/2025 • 19:34 | Atualizado há 16 horas

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Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, nos quais analisa as principais movimentações do mercado.

Antiga marca da Odebrecht usada até 2019, após o escândalo da Lava Jato.

Antiga marca da Odebrecht usada até 2019, após o escândalo da Lava Jato.

Rovena Rosa/Agência Brasil

A notícia de que a gestora IG4 Capital firmou um acordo nesta segunda-feira (15) para assumir o controle da Braskem fez com que as ações da petroquímica chegassem a subir mais de 6% durante o pregão, antes de devolverem os ganhos e fecharem o dia em queda de 2,39%.

Mais do que a oscilação momentânea dos papéis, o movimento teve um peso simbólico relevante. A iniciativa da gestora comandada por Paulo Mattos marca mais um capítulo (e talvez o mais emblemático) da derrocada da Novonor, antiga Odebrecht.

A Novonor era a controladora da Braskem e acumulava mais de R$ 20 bilhões em dívidas com os principais bancos do país, entre eles Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES. Esses créditos foram adquiridos pela IG4 em um acordo com as instituições financeiras, operação que ainda depende de aval do Cade.

O plano da IG4 envolve assumir o controle da Braskem e conduzir um processo de reestruturação com foco em disciplina financeira e geração de valor no médio prazo. Ao final da operação, a gestora ficará com 50,1% do capital votante e 34,3% do total de ações da companhia, dividindo o controle com a Petrobras.

Para a Novonor, restará uma participação residual de cerca de 4%, composta apenas por ações sem direito a voto e sem qualquer poder de decisão. Ainda que represente um alívio depois de anos de tentativas frustradas de negociar sua fatia na petroquímica, o acordo escancara a perda definitiva de protagonismo do grupo.

A Braskem era o principal ativo do portfólio da antiga Odebrecht, marcada pela Operação Lava Jato. A Braskem, que já foi avaliada em mais de R$ 53 bilhões em 2021, agora vale pouco mais de R$ 6,2 bilhões. Com a acordo com a IG4, a Novonor passa a deter uma fatia correspondente a R$ 250 milhões na operação.

É uma perda significativa. A Braskem chegou a ser uma companhia com capacidade alta de geração de receita. Em 2021, quando chegou ao seu pico de valorização na bolsa de valores, a companhia chegou a registrar receita líquida de R$ 105 bilhões e lucro líquido de R$ 14,1 bilhões.

Ainda que os números outrora parecessem promissores, a Novonor não conseguiu colher os frutos do negócio. Os empréstimos colhidos junto aos bancos se acumularam em dívidas. O aumento das taxas de juros no pós-pandemia e a queda do preço de petroquímicos atrapalhou a companhia nos anos seguintes. 

Ao mesmo tempo, a companhia enfrentava problemas em Maceió, onde a Braskem explorava sal-gema desde a década de 1970. Em 2018, moradores começaram a relatar rachaduras nas casas e o afundamento das ruas. Eram os primeiros danos estruturais causados pela operação. No ano seguinte, a autoridades ordenaram a desocupação em massa de regiões em risco.

Resta para a Novonor empreedimentos de menor porte e o controle da OEC (Odebrecht Engenharia & Construção). A companhia entrou em recuperação judicial no ano passado e em fevereiro deste ano teve seu plano de reestruturação aprovado pelos credores. A dívida caiu de US$ 4,6 bilhões para US$ 150 milhões.

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