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Crise nas estatais: Correios negociam crédito de R$ 12 bilhões e aguardam aval do Tesouro para sobreviver

Publicado 18/12/2025 • 07:25 | Atualizado há 13 horas

KEY POINTS

  • Conselho aprova empréstimo de R$ 12 bilhões com pool de bancos para salvar a estatal.
  • Plano de reestruturação prevê o desligamento de 15 mil funcionários via PDV e o fechamento de 1.000 unidades em todo o país.
  • Operação com juros de 115% do CDI aguarda ok final de Fernando Haddad, que exige plano consistente para liberar garantia da União.
Fachada com logo dos Correios

O Conselho de Administração dos Correios aprovou nesta quarta-feira uma operação financeira considerada decisiva para a sobrevivência da estatal: um empréstimo de R$ 12 bilhões, negociado com um consórcio formado por Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A operação é tratada internamente como a última alternativa para evitar a insolvência da empresa, que atravessa a pior crise financeira de sua história.

Apesar do sinal verde do conselho, os recursos ainda não estão disponíveis. O fechamento do contrato depende da decisão da Secretaria do Tesouro Nacional sobre a concessão da garantia da União, na prática, um seguro público para o caso de inadimplência. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o aval pode ser concedido até sexta-feira, mas deixou claro que a liberação está condicionada a um plano de reestruturação profundo e monitorado. “Estamos trabalhando há semanas nisso para garantir a sustentabilidade”, afirmou.

Agora, os Correios aguardam a análise das propostas recebidas pelos órgãos competentes.

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O custo do socorro: demissões e fechamentos

Para convencer o governo e o mercado de que pode voltar a ser lucrativa até 2027, a estatal apresentou um plano de reestruturação agressivo:

  • Redução da Força de Trabalho: A meta é o desligamento de 15 mil funcionários. O plano prevê a saída de 10 mil colaboradores em 2026 e outros 5 mil em 2027, utilizando Planos de Demissão Voluntária (PDV).
  • Encolhimento da Rede Física: O fechamento de 1.000 unidades de atendimento e centros operacionais em todo o país.
  • Abertura ao Setor Privado: Do lado da receita, a estratégia foca em parcerias privadas para ampliar o leque de serviços, tentando compensar a perda de mercado no setor de encomendas expressas.

A proposta atual, com juros de 115% do CDI e prazo de 15 anos, é bem mais vantajosa que a tentativa anterior (que pedia R$ 20 bilhões a 136% do CDI), recusada pelo Tesouro por exceder o teto de 120%.

Mergulho na Crise: Por que os Correios chegaram a este ponto?

A crise dos Correios não é um evento isolado, mas o resultado de uma “tempestade perfeita” que combina obsolescência, concorrência agressiva e impasses trabalhistas.

1. A Crise de Sustentabilidade e o mercado de encomendas

Historicamente, os Correios detinham o monopólio de cartas e correspondências. Com a digitalização, esse mercado definhou. O foco migrou para as encomendas (e-commerce), onde não há monopólio. Neste cenário, a estatal passou a competir com gigantes globais e logtechs ágeis. O resultado foi uma perda drástica de market share: os Correios hoje transportam menos volumes e enfrentam reclamações crescentes sobre atrasos, enquanto concorrentes entregam produtos no mesmo dia.

2. A Crise Financeira e o “custo Brasil” interno

Diferente de uma empresa privada, a estatal carrega uma estrutura de custos pesada, com uma folha de pagamento vasta e passivos previdenciários e de saúde (como o plano de saúde da categoria) que consomem grande parte do faturamento. Sem margem para investimento em tecnologia, a empresa entrou em um ciclo vicioso: o serviço piora, os clientes migram para a concorrência e a receita cai, impossibilitando novas melhorias.

3. O Impasse Sindical e a “guerra do vale-peru”

Enquanto a diretoria negocia bilhões para a sobrevivência da empresa, os sindicatos deflagraram greve. O ponto de ruptura é simbólico: o vale-peru (um abono de R$ 2.500). Para os trabalhadores, é um direito conquistado; para a gestão, é um gasto insustentável diante de um prejuízo bilionário. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) tenta intermediar um acordo que prevê reajuste salarial de 5,13% pela inflação, mas a retirada de benefícios extras é o “nó” que mantém a paralisação em diversas regiões.

4. Tentativas frustradas e o risco de calote

A gravidade da situação fica clara ao olharmos para a rodada anterior de negociações. Um grupo de bancos liderado por Citibank e BTG chegou a oferecer R$ 20 bilhões, mas com juros de 136% do CDI. O Tesouro barrou a operação por considerá-la cara demais para ter o aval da União. A proposta atual de 115% do CDI é a tentativa final de equilibrar os juros de mercado com a capacidade de pagamento da estatal.

A crise dos Correios em tópicos

  • Modelo de negócio defasado: Queda nas receitas de correspondências físicas e perda de competitividade no e-commerce.
  • Dívida bilionária: Necessidade urgente de R$ 12 bilhões para manter as operações e financiar o desligamento de pessoal.
  • Reestruturação drástica: Sobrevivência depende da saída de 15 mil funcionários e fechamento de 1 mil agências.
  • Conflito trabalhista: Greves frequentes e impasses em benefícios (como o vale-peru) dificultam a pacificação da empresa.
  • Intervenção federal: A estatal está “no soro” do governo; sem o aval do Tesouro para o empréstimo, o risco de insolvência é real.

Leia mais: Juros mais altos? Déficit dos Correios ameaça política fiscal

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