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Haddad nega racha com BC e diz que debate se limita ao tamanho dos juros
Publicado 18/12/2025 • 20:44 | Atualizado há 19 horas
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Publicado 18/12/2025 • 20:44 | Atualizado há 19 horas
KEY POINTS
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que a pasta e o Banco Central nunca divergiram quanto à direção da política monetária, mas sim em relação à intensidade das medidas adotadas. Segundo ele, o debate entre as instituições sempre se concentrou nas “doses” da política de juros.
“Fazenda e Banco Central nunca divergimos sobre a direção da política, não houve divergência em relação a isso. Houve debate sobre dose, sobre intensidade”, disse Haddad, durante café com jornalistas. “A gente concordava em relação à direção e discutia intensidade.”
O ministro afirmou considerar natural o diálogo entre as instituições e disse causar “espanto” o fato de esse debate não poder ocorrer de forma mais aberta. Segundo Haddad, frequentemente há interpretações de que questionamentos da Fazenda representariam ameaça à autonomia do Banco Central. “As ponderações não deveriam ferir nem causar tanta celeuma”, afirmou.
Ao comentar a condução da política monetária no início do ano, Haddad avaliou que a decisão do BC de elevar os juros foi adequada diante do contexto de forte especulação no mercado. “No começo do ano, a providência tomada pelo Banco Central foi correta, tiveram que dar um choque nos juros”, afirmou, ao citar a reação do mercado ao anúncio do projeto de reforma do Imposto de Renda.
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Segundo o ministro, o anúncio inicial gerou “um furor no mercado”, mas a percepção mudou após a apresentação das compensações fiscais. “Com a apresentação do projeto, o dólar começou a cair, assim que as pessoas tomaram conhecimento de que o projeto tinha compensação justa. Vários liberais passaram a elogiar depois que conheceram a proposta”, disse, classificando o período como “muito difícil”.
Haddad afirmou que, naquele momento, a autoridade monetária tinha poucas alternativas. “Aí discutiu-se dose, onde parar a taxa Selic, em 14,25%? Vai até 15,0%? Qual é o problema de discutir isso? Não tem problema nenhum”, afirmou. Segundo ele, esse tipo de discussão é histórica entre Fazenda e BC. “A rigor, historicamente, Fazenda e BC discutem exatamente isso, a única coisa que a gente discute é isso.”
O ministro defendeu ainda o compartilhamento de informações entre as áreas monetária e fiscal. “É normal trocar impressões, sensações, projeções e dados”, disse. Para Haddad, não há como dissociar política fiscal e monetária. “Chega uma hora em que o monetário começa a afetar o fiscal e às vezes o fiscal afeta o monetário”, afirmou, citando que problemas de credibilidade em uma área podem repercutir na outra.
Ele também se queixou do que chamou de exploração artificial de divergências entre as duas instituições. “Às vezes, as pessoas tentam explorar divergências. É natural que nós tenhamos perspectivas diferentes, cada um está olhando para o seu quintal”, disse. Segundo Haddad, tanto as conversas públicas quanto as privadas têm o objetivo de “harmonizar” a condução da política econômica.
O ministro reiterou que acompanha diferentes projeções econômicas, como o boletim Focus, mas ressaltou a importância das estimativas produzidas pela própria Fazenda. Nesse contexto, fez elogios ao secretário de Política Econômica, Guilherme Mello. “Ele tem acertado muito em relação ao mercado, que tem sido sempre mais pessimista que a SPE”, afirmou.
No mesmo encontro, Haddad afirmou que manteria a arquitetura do arcabouço fiscal, embora tenha admitido a possibilidade de ajustes em alguns parâmetros. Segundo ele, a questão fiscal continuará exigindo atenção nos próximos anos.
“Eu manteria a arquitetura do arcabouço fiscal, aí você pode discutir os parâmetros do arcabouço”, afirmou. Para Haddad, é natural que governos façam ajustes conforme a evolução do cenário fiscal. “Discutir os parâmetros do arcabouço fiscal à luz da evolução fiscal é uma coisa que, na minha opinião, vai acontecer.”
O ministro elogiou a estrutura do arcabouço, afirmando que ela combina de forma eficiente regra de gastos e meta de resultado primário. Segundo Haddad, organismos internacionais e técnicos consideram essa arquitetura uma das melhores existentes. Ele lembrou ainda que, quando o arcabouço foi apresentado em 2023, recebeu “apoio incondicional de todo mundo”, inclusive do mercado.
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“Eu não vejo razão nenhuma para mudar a estrutura, a arquitetura do arcabouço fiscal”, disse, ponderando que eventuais governos eleitos com outra orientação política podem alterar parâmetros específicos. “É da democracia isso acontecer.”
Haddad afirmou que não discutiu o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no contexto de um eventual novo mandato. Sobre a proposta em debate no Senado de estabelecer um teto para a dívida pública, o ministro foi direto: “Eu não considero esse um caminho exequível.”
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