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Preço do café dispara em 2025; veja o que pode acontecer no próximo ano
Publicado 27/12/2025 • 07:00 | Atualizado há 5 horas
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KEY POINTS
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Café é um dos produtos brasileiros que terão 10% a menos de taxação pros EUA
O café encerra o ano de 2025 como um dos produtos agrícolas mais voláteis do ano, pressionado por oferta global apertada, estoques historicamente baixos e incertezas climáticas nas principais regiões produtoras. O resultado? Uma escalada de preços no mercado internacional e no varejo brasileiro, que o transformou em um dos principais vilões da inflação.
No mercado externo, o café arábica atingiu níveis recordes logo no início do ano. “No final de janeiro, vimos o arábica superar US$ 3,60 por libra-peso, um patamar muito elevado, reflexo direto da preocupação com a oferta global escassa e estoques baixos”, explica Fabricio Tonegutti, especialista em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor da Mix Fiscal, em entrevista à reportagem.
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Segundo o especialista, o primeiro trimestre foi marcado por forte alta, sustentada pelo receio de uma nova safra fraca no Brasil e pela postura cautelosa dos produtores, que seguraram vendas à espera de preços melhores. “Pouca oferta e demanda firme fizeram o preço disparar”, diz.
No mercado interno, a volatilidade também foi intensa. Dados do Cepea indicam que, às vésperas do Natal, em 23 de dezembro, a saca do café arábica era negociada em torno de R$ 2.162. Esse movimento chegou com força às gôndolas dos supermercados. O café moído acumulou alta de 41,84% em 2025.
“O varejo repassou o custo da matéria-prima mais cara, e o café acabou se destacando como um dos principais itens de pressão inflacionária”, afirma Tonegutti.
Ao longo do ano, o mercado reagiu de forma quase imediata a cada atualização climática. “Na metade de 2025, a dinâmica foi clara: notícia de clima favorável derrubava preços; qualquer sinal de problema fazia as cotações subirem”, explica o especialista.
No fim do ano, porém, a percepção de que a safra brasileira não foi tão ruim quanto se temia trouxe algum alívio. “Os preços seguem elevados, mas com um certo respiro no quarto trimestre”, afirma Tonegutti.
No comércio internacional, a retirada das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao café brasileiro abriu espaço para a retomada das exportações. De acordo com Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café, o efeito foi praticamente imediato.
“No dia seguinte à revogação da tarifa de 40%, as exportações já ganharam tração, retomando gradualmente o ritmo de embarques para os Estados Unidos”, afirmou, em entrevista ao jornal Radar, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Ele explica que muitos contratos estavam suspensos desde o anúncio das tarifas, o que travou o mercado entre agosto e setembro. Com a decisão do governo americano, esses fluxos começaram a ser restabelecidos. “O café brasileiro está presente em cerca de um terço dos blends consumidos nos Estados Unidos, e essa relação comercial existe há mais de 200 anos”, diz.
Para Cardoso, o peso inflacionário foi determinante na decisão americana. “O café passou a puxar a inflação dos alimentos nos EUA. Dados oficiais mostraram alta de 38% no item, acima de outros produtos da cesta”, afirma. Segundo ele, o repasse ao consumidor acabou tornando politicamente insustentável a manutenção das tarifas.
Fabricio Tonegutti pondera, no entanto, que a retirada das tarifas também pode pressionar os preços, caso a oferta não acompanhe. “Com a volta de um grande comprador, a demanda tende a aumentar. Se a safra não for muito positiva, isso significa mais pressão sobre os preços”, diz.
Para o ano que vem, o clima segue como o principal fator de risco. “Depois de vários anos de problemas climáticos, os estoques estão muito baixos. Qualquer novo choque vira preço rapidamente”, afirma Tonegutti.
Além do clima, ele destaca a produção da próxima safra, a qualidade dos grãos, o nível dos estoques e o câmbio como variáveis-chave.
Pavel Cardoso é mais otimista em relação à produção. “Todos os dados indicam uma safra significativamente maior em 2026”, afirma. Ainda assim, ele alerta que uma única safra pode não ser suficiente para recompor estoques globais. “Isso deve ajudar a reduzir a volatilidade, mas não significa uma queda automática dos preços”, diz.
No cenário internacional, acordos comerciais também entram no radar. Cardoso destaca que um eventual acordo entre Mercosul e União Europeia pode melhorar a competitividade do café brasileiro, especialmente no segmento de solúveis, hoje em desvantagem frente ao produto vietnamita.
Após um ano marcado por extremos, o consenso entre especialistas é que o mercado de café deve seguir sensível em 2026. “Com estoques baixos e demanda firme, o preço pode até ficar mais estável, mas em um patamar ainda elevado”, resume Tonegutti.
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