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Brasil vive balança de ganhos e perdas no comércio exterior, diz especialista

Publicado 26/12/2025 • 21:05 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia foi adiada para 2026 e ainda depende de aprovação política e ratificação nos países envolvidos
  • Tarifaço imposto pelos Estados Unidos dificultou exportações brasileiras, mas acelerou a diversificação de parceiros comerciais e a abertura de novos mercados para o agronegócio
  • Resistência europeia à abertura do mercado agrícola segue como o principal entrave para o avanço do acordo com o Mercosul, devido à forte proteção aos produtores locais, diz especialista

O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia voltou a ser adiado e ficou para janeiro, mas a diplomacia brasileira encerra 2025 com avanços relevantes no comércio internacional, especialmente para o agronegócio. É o que avalia o pós-doutor em Direito Internacional Eduardo Saldanha, em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC.

Segundo Saldanha, o ano foi marcado por um cenário de forte tensão comercial, em especial após o tarifaço imposto pelo governo do presidente Donald Trump. Para ele, os efeitos da política tarifária foram ambíguos. “O tarifaço este ano tem algumas coisas positivas e muitas coisas negativas. Primeiramente, as questões negativas, que é a impossibilidade de produtos essenciais da balança comercial brasileira entrarem nos Estados Unidos com preços mais baixos, diminuindo o mercado brasileiro”, afirmou.

Ao mesmo tempo, o especialista destacou que as restrições impostas pelos EUA acabaram forçando o Brasil a diversificar seus parceiros comerciais. “O tarifaço mostrou que o Brasil tem uma grande diversidade de parceiros comerciais, fazendo com que o país conseguisse escoar toda a sua produção que antes ia para os Estados Unidos para outros países do mundo”, disse. Para Saldanha, o saldo foi uma “balança de soma zero”, com ganhos e perdas ao longo do processo.

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Questionado sobre a aproximação entre Trump e o presidente Lula, Saldanha avaliou que o movimento já fazia parte da estratégia americana. “O presidente Trump utilizou a mesma estratégia com diversos países do mundo. Primeiro, taxar. Depois, chamar para a mesa de negociações. Portanto, essa aproximação não foi nada além daquilo que ele sempre planejou”, afirmou, ponderando que não se trata de uma vitória diplomática brasileira, mas de uma dinâmica já aplicada pelos EUA globalmente.

No caso do acordo entre Mercosul e União Europeia, Saldanha explicou que o processo ainda enfrenta entraves institucionais. Embora as negociações técnicas estejam concluídas, a assinatura depende de consenso político dentro do bloco europeu. “Para que essa assinatura aconteça, é necessária a aceitação do Parlamento Europeu, e hoje não há consenso sobre os benefícios do acordo para a União Europeia”, explicou.

O especialista ressaltou ainda que, mesmo após a assinatura, o caminho até a entrada em vigor é longo. “A simples assinatura do acordo não quer dizer imediato vigor. Ainda serão necessárias ratificações para que os produtos brasileiros tenham benefícios tarifários na União Europeia e vice-versa”, disse, acrescentando que, apesar disso, “as fases mais difíceis, que são as negociações, já foram superadas”.

Quando o foco se volta para o agronegócio, Saldanha faz um alerta. Na avaliação dele, o setor agrícola brasileiro pode ser o mais prejudicado se as barreiras propostas pelos europeus forem mantidas. “O agro brasileiro é o que mais perde nos acordos com a União Europeia caso essas proteções sejam preservadas”, afirmou. Ele lembrou que países como a França mantêm forte proteção à produção local, justamente por temerem uma entrada massiva de produtos agrícolas brasileiros mais baratos.

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Ao comentar a crise na Venezuela e o papel do Brasil como possível mediador, Saldanha avaliou que a política externa brasileira gera desconfiança nos Estados Unidos. Segundo ele, embora o Brasil não reconheça formalmente o governo de Nicolás Maduro, a postura diplomática adotada dificulta sua atuação como interlocutor. “Embora a posição oficial não tenha sido declarada aos sete ventos, ela é bastante óbvia para os Estados Unidos, o que acaba por minar a posição brasileira como mediador”, afirmou.

Para o especialista, uma eventual intervenção externa na Venezuela representaria um risco elevado para a região. “Estamos falando de violação da soberania de um Estado. A intervenção externa é algo que deve ser motivado por causas muito, mas muito graves”, concluiu.

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