Airbus adia lançamento de avião movido a hidrogênio
Publicado 08/02/2025 • 17:58 | Atualizado há 4 meses
Donald Trump proíbe entrada de cidadãos de 12 países nos Estados Unidos
Musk volta a atacar projeto de Donald Trump: ‘Eliminem a conta’
OpenAI alcança 3 milhões de assinantes corporativos e lança novos recursos para o ambiente de trabalho
Jim Cramer: chips da Nvidia podem dar vantagem aos EUA na guerra comercial com a China
IA, comércio e meias de R$ 120: por dentro do South by Southwest em Londres
Publicado 08/02/2025 • 17:58 | Atualizado há 4 meses
KEY POINTS
Dimitar DILKOFF / AFP
A Airbus reconheceu na sexta-feira (7) que o avanço no desenvolvimento de um avião movido a hidrogênio tem ocorrido de forma mais lenta do que o previsto. Apesar disso, a companhia garantiu que não está reavaliando sua estratégia para a descarbonização da aviação.
A fabricante de aeronaves tinha como meta produzir um avião com emissão zero dentro de uma década, ajudando o setor de aviação comercial a cumprir sua promessa de neutralidade de carbono até meados do século. A Airbus não estabeleceu uma nova data-alvo.
No entanto, de acordo com o sindicato FO, a fabricante adiou em cinco a dez anos o prazo para concluir o desenvolvimento de um avião a hidrogênio, reduziu em 25% o orçamento do programa e optou por revisar sua estratégia de descarbonização.
A Airbus, por sua vez, negou ter feito qualquer mudança em sua abordagem de descarbonização.
“Nossa ambição e roteiro para descarbonizar o setor permanecem inalterados”, disse um porta-voz da Airbus à AFP, acrescentando que a empresa ajustará seus projetos de hidrogênio “de acordo com a maturidade do ecossistema e das tecnologias”.
Em setembro de 2020, a Airbus apresentou três conceitos de aeronaves movidas a hidrogênio, batizadas de ZEROe, como parte de sua estratégia para reduzir as emissões.
Isso a diferenciou de outras empresas do setor, que têm apostado em combustíveis renováveis ou sintéticos, além de aviões elétricos para voos de curta distância.
A Airbus, por sua vez, afirmou que continua comprometida com o desenvolvimento de um avião comercial movido a hidrogênio e defendeu a tecnologia.
“O hidrogênio tem o potencial de ser uma fonte de energia revolucionária para a aviação”, disse a empresa, embora tenha reconhecido que criar um ecossistema comercial viável para esse combustível seja um grande desafio.
“Os desenvolvimentos recentes mostram que o progresso em elementos indispensáveis para essa transição, incluindo a disponibilidade em larga escala de hidrogênio de fontes renováveis, tem sido mais lento do que o esperado”, afirmou a Airbus.
Motores movidos a hidrogênio não emitem gases de efeito estufa, pois sua combustão gera apenas água. No entanto, nem todo hidrogênio é limpo. Grande parte dele ainda é produzida a partir de gás natural ou carvão, o que gera emissões de dióxido de carbono.
Ele pode ser produzido sem emissões diretas por meio da eletrólise da água utilizando eletricidade renovável, mas esse processo geralmente é mais caro.
O transporte e o armazenamento do hidrogênio também representam desafios.
No estado gasoso, em temperatura ambiente, ele ocupa um grande volume, tornando seu uso como combustível inviável. Para ser liquefeito, precisa ser resfriado a -253°C, e, mesmo assim, ocupa quatro vezes mais espaço do que o querosene de aviação.
Além disso, o processo de liquefação demanda uma quantidade significativa de energia.
Em 2022, a Airbus anunciou planos para realizar, em 2025, um voo de teste de um A380 com um quinto motor movido a hidrogênio para avaliar tanto o armazenamento quanto a queima do combustível. O sindicato FO, o maior da Airbus, afirmou que esse projeto foi cancelado.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) acredita que a maior parte da redução das emissões do setor virá do uso de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês), antes que tecnologias inovadoras como o hidrogênio se tornem viáveis.
Na sexta-feira, a Airbus concordou que os SAFs terão um papel fundamental.
“Se o hidrogênio está destinado a desempenhar um papel crescente na aviação na segunda metade do século, sua contribuição para a meta de descarbonização de 2050 complementará outras soluções, em particular os combustíveis sustentáveis de aviação, que continuarão sendo essenciais para voos de média e longa distância”, disse a empresa.
Mais lidas
Brasil espera declarar fim de surto de gripe aviária em aves comerciais em 18 de junho, diz Fávaro, da Agricultura
Donald Trump proíbe entrada de cidadãos de 12 países nos Estados Unidos
Ministério interrompe produção no Ceará da 2ª maior fabricante de Coca-Cola do Brasil
Revisão de isenções tributárias é vista como principal alternativa para alta do IOF
EXCLUSIVO: Deepak Chopra fala sobre IA e estratégias para manter o equilíbrio no mundo corporativo