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Publicado 12/11/2024 • 12:56 | Atualizado há 5 dias
KEY POINTS
Carros elétricos terão nova tecnologia.
Reprodução Pexels
Os fabricantes de carros elétricos estão desenvolvendo uma nova tecnologia de baterias, chamada de baterias de estado sólido. No entanto, mesmo antes da introdução desse tipo de componente no mercado automotivo, as montadoras já pensam em alternativas.
A Toyota afirmou que pretende produzir baterias de estado sólido em massa entre 2027 e 2028. Entenda abaixo o que são elas e por que já se pensa em alternativas a elas.
Como o nome sugere, as baterias de estado sólido contêm um eletrólito sólido, feito a partir de materiais como cerâmica. As baterias tradicionais são de íon de lítio, que contém eletrólito líquido e que armazenam menos energia.
Fabricantes de automóveis investiram bilhões de dólares em pesquisas para desenvolver baterias em estado sólido e se juntaram a desenvolvedores para produzir suas próprias versões.
A Toyota disse que tem buscado melhorar a durabilidade de sua tecnologia (a meta é que ela demore 10 minutos para ser carregada e tenha autonomia de mil quilômetros).
A Nissan anunciou em abril planos para lançar baterias em estado sólido para carros elétricos até o início de 2029. A Mercedes-Benz informou que está trabalhando juntas em uma bateria que deverá estar pronta para produção até o fim desta década.
A autonomia média de veículos nos Estados Unidos é de cerca de 500 quilômetros, segundo dados do Environmental Defense Fund, e o tempo para carregar pode variar de 20 minutos a várias horas, dependendo do carro e da velocidade do ponto de carregamento.
Max Reid, analista da Wood Mackenzie, afirmou que as baterias e estado sólido estão no início de uma longa jornada rumo à comercialização. “Obviamente, os resultados parecem muito promissores, há mais segura, mais densidade energética e, especialmente, maior velocidade de carga”, afirmou Reid à CNBC.
Apesar do interesse nas baterias em estado sólido, analistas ainda têm dúvidas sobre quando a tecnologia vai chegar ao mercado.
Para Reid, uma desvantagem das baterias em estado sólido é o “inchaço” do material durante o carregamento, além da degradação da célula após recargas.
Julia Poliscanova, diretora sênior de veículos e cadeias de suprimento de e-mobilidade do grupo Transport & Environment, afirma que nota, nas conversas com executivos, que a tecnologia ainda vai demorar para chegar.
Ela também elogia a evolução das baterias atuais, as de íon de lítio. “O avanço de uma tecnologia mais barata foi tão boa que talvez não seja mais tão atraente concentrar toda a atenção nas baterias em estado sólido”, diz Poliscanova.
Porém, pode haver outra opção: baterias semissólidas. Essas células utilizam uma tecnologia híbrida que usa eletrólito sólido e eletrólito líquido — e alguns analistas afirmam que elas podem servir como uma ponte entre os dois tipos.
As baterias semissólidas já foram comercializadas na China, disse Reid, “Minha opinião é que essa é a tecnologia que realmente eliminará a necessidade de uma bateria completamente sólida”.
As empresas chineses lideram a tecnologia de baterias de estado semissólido. São empresas como CATL (uma das maiores produtoras de baterias do mundo), WeLion, Qingtao Energy e Ganfeng Lithium.
A montadora de veículos elétricos NIO já vende carros com baterias de estado semi-sólido de 150 quilowatts-hora com alcance de até mil quilômetros. A Ganfeng LiEnergy (subsidiária da Ganfeng Lithium) produz baterias de estado semissólido para VEs com alcance de 530 quilômetros.
Poliscanova, da Transport & Environment, disse estar vendo progresso em baterias de estado semissólido na China.
“No segmento de mercado de veículos, o desempenho já é bom o suficiente. Podemos discutir como seria para caminhões e aviões, mas, para um carro, 600 a 800 quilômetros é o suficiente”.
Nem todo mundo está convencido de uma mudança iminente para baterias semissólidas — ou do entusiasmo sobre o lançamento em massa de baterias de estado sólido nos próximos anos.
“A realidade é que, por enquanto, quando olhamos para os veículos elétricos, as baterias de lítio [ainda são] o caminho a seguir”, afirmou Michael Widmer, chefe de pesquisa de metais da pesquisa global do Bank of America. “Esse é o pilar e provavelmente permanecerá assim pelos próximos 5 a 10 anos”, acrescentou.
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