Lula decide manter cargos estratégicos com o PT em início de reforma ministerial

Após um ataque especulativo de partidos do Centrão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu começar a reforma ministerial deixando claro que o PT, seu partido, não perderá espaço em cargos estratégicos da Esplanada na segunda metade do governo.

Nesta terça-feira (25), o presidente da República confirmou que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, será substituída por Alexandre Padilha, atualmente chefe da Secretaria de Relações Institucionais. Ambos são do PT.

No lugar de Padilha, por sua vez, desponta como favorito o atual líder do PT na Câmara, José Guimarães. Outro nome cogitado por Lula no momento é o da presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

Além da SRI, Lula cogita colocar Gleisi na Secretaria-Geral da Presidência, como substituta do atual ministro Márcio Macedo (PT), hipótese vista como a mais provável.

No final do ano passado, expoentes do Centrão reclamavam que o PT ocupava um espaço supostamente desproporcional na Esplanada quando comparado ao espaço que a legenda ocupa no Legislativo. A tese chegou a ser levada ao Planalto pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Alguns integrantes do Centrão também alegam que Lula se elegeu com base em uma aliança de partidos e que isso deveria se refletir nos cargos centrais do seu governo.

Em função disso, o Planalto chegou a cogitar colocar um nome ligado ao Centrão na articulação política. Um deles seria o do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos). Outra ideia que acabou descartada seria colocar líderes de partidos como PSD, Antonio Brito (BA), ou do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), na SRI.

Hoje, após o anúncio da troca na Saúde, o presidente do PP, Ciro Nogueira, brincou que esta é a “reforma do PT”.

A primeira mudança da reforma também envolveu um petista. No início deste ano, Lula trocou o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta (PT), pelo publicitário Sidônio Palmeira.

Além dessas alterações, Lula ainda deve se debruçar sobre mudanças que envolvem lideranças do Congresso e de partidos estratégicos para a sua gestão.

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