Pode parecer história antiga, mas há 30 anos, muitos republicanos influentes ficaram indignados com a Casa Branca de Clinton e seus esforços para recompensar grandes doadores de campanha.
Décadas depois, um presidente republicano em exercício achou que seria uma boa ideia convidar seu maior doador de campanha para uma reunião do Gabinete da Casa Branca e permitir que ele fosse o centro das atenções.
O presidente Donald Trump convocou seus secretários de gabinete para a primeira reunião de seu novo mandato na última quarta-feira (26), reunindo líderes de agências que estão trabalhando para implementar sua agenda a um ritmo acelerado e o bilionário conselheiro cujo trabalho em nome de Trump está tocando todas as suas agências.
O grupo, que incluía nomeados que ainda não haviam sido confirmados, foi acompanhado por Elon Musk, cujas ações iniciais para reformar a burocracia federal geraram rancor e desconforto entre os funcionários do governo, além de murmúrios iniciais de preocupação entre alguns republicanos no Congresso.
O relatório acrescentou que os secretários de gabinete confirmados pelo Senado, tradicionalmente alguns dos oficiais mais poderosos do governo federal, passaram uma hora “como membros da plateia depois que o presidente cedeu a palavra a Musk no início da reunião.”
A primeira reunião do Gabinete da Casa Branca no primeiro mandato de Trump foi ridícula, não porque ele cedeu a palavra a um megadonor, mas porque os membros de sua equipe foram um por um, oferecendo elogios excessivos e bajuladores ao presidente.
John Harwood, na época na CNBC, disse após a reunião de 2017: “Honestamente, isso é como uma cena do Terceiro Mundo.” Glenn Thrush, do New York Times, descreveu como “um dos eventos públicos mais extraordinariamente constrangedores que já vi.”
Oito anos depois, a primeira reunião do Gabinete do segundo mandato de Trump conseguiu ser pior, não porque foi mais bajuladora, mas porque foi mais antidemocrática.
Não havia razão para Musk estar na sala, muito menos forçar os chefes das agências a ouvi-lo falar sobre o quanto ele está impressionado com um “departamento” quasi-governamental em dificuldades e controverso.
E ainda assim, o presidente republicano parecia mais do que feliz em capacitar seu principal doador de campanha. Um repórter que cobria a reunião perguntou se havia algum descontentamento entre os membros da equipe de Trump sobre o escopo da autoridade de Musk. “Alguém está insatisfeito?” Trump perguntou à sala, que aplaudiu. “Acho que todos não só estão felizes, estão emocionados.”
Claro, nunca saberemos quantos aplaudiram por entusiasmo genuíno ou por medo de possíveis retaliações.
Em agosto de 2024, o então candidato Trump disse, durante uma entrevista, em referência à Musk: “Eu o colocaria no Gabinete, absolutamente, mas não sei como ele poderia fazer isso com todas as coisas que ele tem acontecendo.”
Seis meses depois, parece que o republicano conseguiu efetivamente colocar Musk no Gabinete, apesar disso.
As informações são da MSNBC.
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