O consumo de vinho está mudando. O setor espera que novas tendências ajudem a mantê-lo vivo
Publicado 05/03/2025 • 16:45 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 05/03/2025 • 16:45 | Atualizado há 2 meses
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O consumo global de vinho caiu nos últimos anos, e a indústria precisou se adaptar. Os consumidores foram atingidos pelas campanhas sobre saúde e pela alta de preços, e isso mudou alguns hábitos.
Ainda não há um número fechado, mas estima-se que a produção global de vinho caiu cerca de 2% no ano passado e chegou ao nível mais baixo desde 1961, segundo dados da edição de 2024 do relatório de produção de vinho da Organização de Vinho e Vinhas.
Questões ligadas ao clima e eventos climáticos contribuíram para essa queda, disse a organização –especialmente na França, onde a produção caiu tanto que se afetou a oferta global de vinho.
O declínio na produção acompanha a queda no consumo, ou seja há desafios econômicos e mudanças nos hábitos de consumo de bebidas alcoólicas. As estatísticas mais recentes mostram que o consumo mundial de vinho caiu 2,6% em 2023 em comparação com 2022, quando já estava em um nível considerado baixo.
“As pessoas estão ativamente tentando beber menos”, disse Richard Halstead, diretor de operações da empresa de pesquisas IWSR, especializada na indústria de bebidas alcoólicas. Ele explicou que destilados, como conhaque e uísque, ainda são reservados para ocasiões especiais, e bebidas como vinho e cerveja — que costumavam ser consumidas diariamente — têm sido impactadas.
Essa mudança tem levado a uma nova abordagem no setor vinícola, pois o vinho deixa de ser uma bebida cotidiana para se tornar algo mais ocasional.
“A indústria está pensando em como fazer com que as pessoas gastem um pouco mais, tornando o produto mais interessante. Há uma valorização de características como vinhos naturais, orgânicos, laranjas e de baixa intervenção, com um perfil mais artesanal”, afirmou Halstead. “As pessoas querem ter mais controle e estão mais interessadas no próprio produto, e não apenas em seu teor alcoólico.”
Esse interesse mais especializado tem impulsionado o crescimento de segmentos antes considerados nichados. Segundo um estudo da consultoria de mercado Horizon, o mercado de vinhos orgânicos deve crescer a uma taxa composta de 10,3% ao ano entre 2024 e 2030, com a Europa gerando a maior parte da receita.
O vinho laranja — produzido deixando as cascas das uvas brancas em contato com o líquido por mais tempo — também tem ganhado popularidade.
Tatiana Fokina, CEO da loja Hedonism Wines, em Londres, conhecida por uma seleção de rótulos raros, afirmou que percebeu mudanças significativas no comportamento dos consumidores desde a inauguração da loja, em 2012. Segundo ela, há um interesse crescente em conhecer o processo de produção e a origem dos vinhos consumidos.
“Acho que as pessoas estão muito mais informadas sobre o que estão bebendo. Elas estão desenvolvendo paladares mais sofisticados e aprendendo sobre vinhos mais complexos, de nível superior, em vez de consumirem apenas rótulos mais simples e acessíveis”, disse.
A mudança acontece em um momento de expectativa de recuperação para o setor de vinhos finos, após uma queda de 11% nos preços em 2024. Especialistas apontam que o perfil dos consumidores desse tipo de vinho está mudando, com a saída gradual da geração baby boomer (nascidos entre 1946 e 1964) e a entrada de públicos mais jovens, que acessam o mercado por meio de plataformas digitais, ampliando sua democratização.
Fokina destacou que os consumidores estão dispostos a pagar mais por uma garrafa de qualidade em vez de comprar várias de menor custo. Ela também observou um crescente interesse por meias-garrafas, já que muitas pessoas não querem abrir uma garrafa inteira em uma noite qualquer, como numa terça-feira.
As gerações mais jovens também estão impulsionando outra tendência: os vinhos com baixo teor alcoólico ou sem álcool.
A Geração Z — geralmente definida como os nascidos entre 1996 e 2012 — já representa 45% dos consumidores de bebidas alcoólicas. Em contraste com gerações anteriores, muitos priorizam o bem-estar. Segundo pesquisa da Mintel, jovens britânicos entre 20 e 24 anos têm metade da probabilidade de comprar bebidas alcoólicas em comparação com consumidores mais velhos, sendo um dos fatores a busca por um estilo de vida mais equilibrado.
O IWSR destacou que, à medida que o mercado de bebidas sem álcool passa por um período de crescimento acelerado, o vinho lidera essa tendência. A estimativa é que esse segmento cresça a uma taxa anual composta de 12% entre 2023 e 2027, enquanto cervejas e sidras devem crescer a uma taxa de 2%.
Michel Doukeris, CEO da AB InBev, maior cervejaria do mundo, demonstrou otimismo em relação às bebidas sem álcool em entrevista à CNBC. Ele ressaltou que as ocasiões sociais continuam sendo importantes para os consumidores e que as opções sem álcool permitem que as pessoas participem desses momentos sem restrições.
“Antes, muitos não bebiam porque precisavam dirigir para casa. Agora, podem consumir cerveja sem álcool, socializar com os amigos e ainda assim dirigir de volta”, disse, acrescentando que cada vez mais pessoas estão adaptando seus hábitos a essa tendência.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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