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China tem mais espaço para agir na política fiscal em meio a incertezas globais, diz ministro das Finanças

Publicado 06/03/2025 • 11:34 | Atualizado há 8 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • A China tem mais margem para atuar na política fiscal diante das incertezas internas e externas, afirmou o ministro das Finanças, Lan Fo’an, a repórteres nesta quinta-feira (6).
  • Ele respondeu a uma pergunta durante a reunião anual do parlamento chinês, conhecida como “Duas Sessões”, sobre os planos do país para uma política fiscal proativa neste ano.
Bandeira da China.

Bandeira da China.

Unsplash.

A China tem mais margem para atuar na política fiscal diante das incertezas internas e externas, afirmou o ministro das Finanças, Lan Fo’an, a repórteres nesta quinta-feira (6).

Ele respondeu a uma pergunta durante a reunião anual do parlamento chinês, conhecida como “Duas Sessões”, sobre os planos do país para uma política fiscal proativa neste ano.

O encontro ocorre em um momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou tarifas sobre produtos chineses pela segunda vez em cerca de um mês. Pequim reagiu às novas tarifas impostas por Washington com taxas direcionadas e restrições a empresas norte-americanas.

Na quarta-feira, a China anunciou que elevaria seu déficit orçamentário para 4% do Produto Interno Bruto (PIB) — o maior nível desde pelo menos 2010.

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O governo também planeja emitir 1,3 trilhão de yuans (US$ 178,9 bilhões) em títulos especiais do Tesouro de longo prazo em 2025, um aumento de 300 bilhões de yuans em relação ao ano passado. O valor adicional será, principalmente, destinado a apoiar um programa de renovação do consumo.

Além disso, a China pretende emitir 4,4 trilhões de yuans em títulos especiais de governos locais neste ano — um acréscimo de 500 bilhões de yuans em relação a 2023 — para aliviar a pressão financeira sobre as administrações regionais.

Estimular o consumo tornou-se a principal prioridade do governo chinês para o ano, conforme apontado em um relatório divulgado na quarta-feira. Zheng Shanjie, chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal órgão de planejamento econômico, afirmou na quinta-feira que um plano mais detalhado para impulsionar o consumo será divulgado em breve.

Na quarta-feira, a China também anunciou que tem como meta um crescimento do PIB de aproximadamente 5% neste ano, além de reduzir a meta de inflação para 2% — o menor nível em cerca de 20 anos.

“Com a reunião do Congresso Nacional do Povo, a China transmitiu uma mensagem pró-crescimento, em linha com as expectativas”, disse Aaron Costello, chefe da Ásia na Cambridge Associates. O Congresso faz parte da reunião das “Duas Sessões”.

Costello destacou que, além de programas específicos de estímulo, a maior preocupação da China tem sido a baixa confiança de empresas e consumidores. Como um sinal positivo, ele mencionou o encontro do presidente chinês, Xi Jinping, com diversos empresários do setor de tecnologia no mês passado, visando incentivar o crescimento dos negócios privados.

Tensões comerciais em alta

Autoridades que discursaram na quarta e na quinta-feira enfatizaram que a China terá de trabalhar arduamente para alcançar sua meta de crescimento de 5%. Em 2023, a economia chinesa também cresceu 5%, mas foi impulsionada por exportações robustas, que compensaram o fraco consumo e os impactos negativos do setor imobiliário doméstico.

Ao ser questionado sobre as tensões comerciais com os EUA, o ministro do Comércio, Wang Wentao, reafirmou a posição firme de Pequim sobre o tema, mas defendeu que ambos os países se reúnam em breve para negociações.

Outros dirigentes que falaram na quinta-feira evitaram mencionar diretamente as relações comerciais com os EUA, mas fizeram referências incomuns às crescentes restrições impostas por Washington à China.

Os EUA já incluíram diversas empresas chinesas de tecnologia em listas de sanções, limitando seu acesso a semicondutores avançados para o desenvolvimento de inteligência artificial.

“Quanto mais tentarem nos pressionar e bloquear, mais isso nos impulsionará a inovar de forma independente”, disse Zheng, em mandarim, segundo tradução da CNBC. Ele fez essa declaração enquanto destacava as exportações chinesas de circuitos integrados e os avanços na robótica.

Ao detalhar medidas de apoio ao desenvolvimento tecnológico, o presidente do Banco Central da China, Pan Gongsheng, afirmou que, embora o país acolha investidores estrangeiros, ele “se opõe à criação de barreiras inadequadas para investimentos”.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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