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Economia europeia preocupa, diz Mário Centeno, do BCE

Publicado 07/03/2025 • 12:01 | Atualizado há 6 meses

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • A fragilidade da economia europeia tem gerado preocupações entre economistas e autoridades. O membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) Mário Centeno, que também é presidente do Banco de Portugal, compartilha dessa visão pessimista.
  • As preocupações sobre o baixo crescimento europeu se intensificaram nos últimos meses, em meio a ameaças de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
  • Sobre a política monetária do BCE, Centeno indicou que novos cortes nos juros são esperados, embora a decisão dependa da evolução dos indicadores econômicos.
Mário Centeno, membro do BCE.

Mário Centeno, membro do BCE.

Divulgação.

A fragilidade da economia europeia tem gerado preocupações entre economistas e autoridades. O membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) Mário Centeno, que também é presidente do Banco de Portugal, compartilha dessa visão pessimista.

“Estou muito preocupado com a economia europeia”, afirmou Centeno em entrevista ao Squawk Box Europe, da CNBC, nesta sexta-feira (7).

Na quinta-feira (6), o BCE reduziu sua projeção de crescimento do PIB da zona do euro para 0,9% em 2025, abaixo da estimativa anterior de 1,1%. No último trimestre, o bloco registrou um avanço modesto de apenas 0,1% no PIB, já ajustado sazonalmente.

Centeno atribuiu essa revisão negativa à queda das exportações e à redução dos investimentos, alinhando-se ao posicionamento oficial do BCE.

“O investimento está muito contido na Europa. Levará quatro anos para voltarmos ao nível de 2023 no setor privado e seis anos para a recuperação dos investimentos em habitação, retornando aos patamares de 2022 apenas em 2028”, explicou.

Para ele, esses números levantam dúvidas sobre o ritmo da recuperação econômica na Europa.

Tarifas dos EUA aumentam incerteza

As preocupações sobre o baixo crescimento europeu se intensificaram nos últimos meses, em meio a ameaças de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump já aplicou tarifas sobre diversos parceiros comerciais estratégicos e indicou que a União Europeia pode ser o próximo alvo.

Apesar da retórica agressiva de Washington, negociações e concessões temporárias têm levado a pausas, adiamentos e isenções, tornando o cenário incerto. Para Centeno, tarifas funcionam como um imposto sobre o consumo e a produção, com impactos diretos na economia.

“Elas são uma forma de tributação, e sabemos que impostos têm um efeito muito claro sobre a atividade econômica”, alertou, destacando que uma guerra comercial não beneficiaria nenhuma das partes.

Gastos com defesa podem impulsionar economia

Um possível fator positivo para a economia europeia seria um aumento nos gastos com defesa pela União Europeia, anunciado nesta semana em resposta ao esfriamento das relações entre os EUA e a Ucrânia.

Centeno acredita que, se bem estruturados, esses investimentos podem ter um impacto favorável sobre a economia do bloco.

A Alemanha também divulgou planos para ampliar investimentos em infraestrutura e defesa, mas as medidas ainda precisam passar por aprovações antes de serem implementadas.

Mais cortes de juros à vista?

Sobre a política monetária do BCE, Centeno indicou que novos cortes nos juros são esperados, embora a decisão dependa da evolução dos indicadores econômicos.

“Achamos que o caminho está claro. Embora esses cortes tenham sido implementados porque a economia europeia está estagnada, nossa projeção de inflação aponta para 2% no médio prazo, o que inclui novos ajustes nas taxas”, explicou.

O BCE anunciou na quinta-feira (6) seu sexto corte de juros desde junho do ano passado, reduzindo a taxa dos depósitos em 0,25 ponto percentual, para 2,5%. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado.

No comunicado oficial, o BCE alterou sua linguagem sobre a política monetária, descrevendo-a agora como “significativamente menos restritiva”, em vez de apenas “restritiva”. A mudança gerou diferentes interpretações entre analistas: alguns acreditam que o BCE está mais cauteloso sobre novos cortes, enquanto outros enxergam espaço para mais reduções no futuro.

Atualmente, o mercado precifica 57% de chance de manutenção dos juros na próxima reunião do BCE, em abril, e 43% de probabilidade de um novo corte de 0,25 ponto percentual.

Centeno reforçou que as decisões futuras levarão em conta todos os dados disponíveis até o momento das reuniões, incluindo os efeitos das tarifas e os novos planos de gastos com defesa na Europa.

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