A empresa automobilística alemã Volkswagen relatou uma queda de 15% no lucro operacional anual nesta terça-feira (11), citando o aumento dos custos e “despesas extraordinárias” associadas à sua estratégia de reestruturação.
A receita da Volkswagen foi de 324,7 bilhões de euros (cerca de R$ 2,07 trilhões, na cotação atual) no ano completo de 2024, um aumento em relação aos 322,3 bilhões de euros (R$ 2,05 trilhões) do ano anterior. A montadora afirmou que espera que a receita de vendas supere o valor do ano anterior em até 5% em 2025.
A empresa também prevê que sua margem operacional, que atingiu 5,9% em 2024, ficará entre 5,5% e 6,5% neste ano.
A Volkswagen relatou uma queda de 3,5% nas vendas de veículos até 2024, mas elogiou os “resultados sólidos do ano em um ambiente desafiador”.
As ações da Volkswagen subiram cerca de 1,9% às 8h44 em Londres na terça-feira.
A empresa disse que iria propor um dividendo de 6,30 de euros (R$ 40,19) por ação ordinária e 6,36 de euros (R$ 40,57) por ação preferencial em sua assembleia geral anual em maio — um corte de 30% em relação ao ano anterior.
A divisão de automóveis da Volkswagen encerrou 2024 com liquidez de 36 bilhões de euros (R$ 229,68 bilhões), queda de 10,5% ao ano. A empresa disse que esperava que esse número ficasse entre 34 bilhões de euros (R$ 216,92 bilhões) e 37 bilhões de euros (R$ 236,06 bilhões) em 2025, acrescentando que “continua sendo a meta do grupo continuar sua política robusta de financiamento e liquidez”.
No entanto, também alertou sobre os ventos contrários que estão por vir.
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Volkswagen: ‘Já nos sentimos como uma empresa americana’
Falando com Annette Weisbach, da CNBC, na terça-feira, o diretor financeiro da Volkswagen, Arno Antlitz, disse que a empresa “não está feliz” com seu desempenho atual.
“Temos grandes marcas, Porsche, Lamborghini, Volkswagen — temos grandes produtos e temos escala global”, disse ele. “E com esses pré-requisitos, devemos ser capazes de fazer mais”.
Antlitz, no entanto, observou que a perspectiva para 2025 “reflete um ambiente desafiador e competitivo, mas também uma empresa e uma indústria em transição”.
“Temos que manter nossos carros com motor de combustão competitivos para nossos clientes. Temos que investir significativamente em eletrificação e digitalização. Aumentamos os EVs, aumentamos o software”, disse ele. “Então essas iniciativas pesam em nossas [metas] financeiras em 2025, mas devem nos dar força para 2026 e além”.
Ele acrescentou que a estratégia da empresa era defender sua participação de mercado de 25% na Europa, manter a participação na China e aumentar sua presença na América.
Em relação ao regime de tarifas oscilantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Antlitz disse que era muito cedo para dizer como as operações da Volkswagen poderiam ser impactadas.
“Somos uma empresa global. Optamos por mercados abertos, tenho certeza de que você pode imaginar o que pensamos sobre tarifas”, disse ele. “Posso dizer que já nos sentimos como uma empresa americana — operamos uma enorme fábrica em Chattanooga, Tennessee. Empregamos dezenas de milhares de pessoas no Volkswagen Group of America. Criamos milhares de empregos na Carolina do Sul para a Scout. Então, já somos uma empresa totalmente americana e queremos crescer nos EUA”.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
