As vendas de apartamentos em Manhattan subiram 29% no primeiro trimestre, segundo empresas imobiliárias. O valor total das vendas de apartamentos na cidade chegou a US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 32,49 bilhões, na cotação atual), um aumento de 56% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O fortalecimento foi impulsionado principalmente pela alta gama do mercado e propriedades de luxo, já que os ricos buscavam um investimento seguro.
Impulso no mercado de luxo
As vendas de apartamentos em Manhattan aumentaram 29% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, já que os mais ricos procuraram refúgio em imóveis para escapar da volatilidade das ações, de acordo com novos relatórios.
Houve 2.560 vendas fechadas no trimestre, um aumento em comparação com as 1.988 do ano passado, segundo um relatório do avaliador imobiliário Miller Samuel e da corretora Douglas Elliman. O valor total das vendas de apartamentos aumentou ainda mais, alcançando US$ 5,7 bilhões (R$ 32,49 bilhões), um aumento de 56% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O fortalecimento foi impulsionado pela alta gama do mercado e propriedades de luxo. As vendas de apartamentos com preços acima de US$ 5 milhões (R$ 28,5 milhões) subiram 49% em comparação com o ano passado, segundo a corretora Compass. O segmento ultra-luxo, ou propriedades avaliadas em US$ 20 milhões (R$ 114 milhões) ou mais, teve seu melhor primeiro trimestre desde 2019, disse a corretora.
“Largamente protegidos das flutuações das taxas de hipoteca e impulsionados por estratégias de diversificação de portfólio, isso destaca a renovada confiança entre os compradores de luxo e sublinha a ampla transferência de riqueza geracional em curso”, afirmou a Compass.
Compras à vista e influência das taxas de juros
Como os ultra-ricos tendem a comprar apartamentos à vista, sem precisar de hipoteca, eles foram menos afetados pelas taxas de juros continuamente altas. No total, 58% das vendas no trimestre foram à vista, com os apartamentos mais caros (acima de US$ 3 milhões, ou R$ 17,1 milhões) registrando 90% das vendas para compradores que pagaram em dinheiro.
O segmento mais fraco do mercado foi o que os corretores consideram o “mercado médio” do imobiliário de Manhattan, ou propriedades com preços entre US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões) e US$ 3 milhões (R$ 17,1 milhões). Os contratos assinados para essas propriedades caíram 10%, segundo a Compass, enquanto as propriedades de menor valor, com preços entre US$ 500 mil (R$ 2,85 milhões) e US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões), tiveram um desempenho melhor.
Os corretores dizem que a força renovada do mercado imobiliário de Manhattan está sendo impulsionada por forças macro e micro.
Embora o mercado imobiliário de Manhattan tenha sido há muito tempo vinculado ao mercado de ações, dada a dependência da cidade nos mercados financeiros para empregos e riqueza, as vendas de apartamentos se desvincularam do desempenho volátil das ações no primeiro trimestre.
Fatores que impulsionam o mercado
Os corretores dizem que a perspectiva incerta para as ações torna o mercado imobiliário e os ativos tangíveis mais atraentes, especialmente em mercados de riqueza como Manhattan.
Eles também afirmam que os mandatos de retorno ao escritório de grandes bancos e outras empresas estão trazendo compradores abastados de volta à cidade de forma mais permanente. O surgimento dos “ricos bumerangues” — aqueles que se mudaram para lugares como a Flórida durante a pandemia e agora estão voltando para Nova York — também está impulsionando as vendas.
“Há um movimento perceptível de pessoas retornando da Flórida e se mudando de Los Angeles”, disse o corretor de imóveis Charlie Attias, da Compass.
A “grande transferência de riqueza” também está impulsionando as vendas. Com trilhões de dólares começando a passar da geração dos “baby boomers” para seus filhos e parentes, os corretores dizem que um número crescente de compradores são filhos de pais ricos comprando com fundos de um truste ou escritório familiar.
“Estamos vendo um aumento notável na atividade de escritórios familiares, muitos dos quais estão adquirindo imóveis como ativos de legado de longo prazo”, disse a corretora de imóveis Cindy Scholz, da Compass.
As vendas fechadas no primeiro trimestre geralmente foram assinadas e negociadas meses antes, então a incerteza de março em torno dos mercados e da economia pode não estar refletida nos números.
O primeiro trimestre de 2024 foi excepcionalmente lento, fazendo com que o primeiro trimestre de 2025 pareça mais atraente em comparação, segundo Jonathan Miller, CEO da Miller Samuel. Apesar do aumento de 29% nas vendas, o total de vendas foi apenas 1,1% melhor que a média histórica da última década, disse ele.
Ainda assim, os contratos assinados em março, que são um indicador das vendas nos próximos trimestres, também foram fortes, especialmente para o segmento de luxo. Os contratos assinados para apartamentos com preços acima de US$ 10 milhões (R$ 57 milhões) triplicaram em março, segundo a Douglas Elliman.
“É claro que o mercado de Manhattan não está apenas se mantendo estável — está prosperando”, disse Pamela Liebman, presidente e CEO da Corcoran.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
