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Para Campos Neto, o ideal é que pacote fiscal não mexa na arrecadação e seja anunciado logo

Publicado 18/11/2024 • 17:14 | Atualizado há 3 dias

Redação Brasil Times Brasil | CNBC

KEY POINTS

  • O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que para o pacote fiscal ser eficiente, deve priorizar cortes de gastos e evitar aumento de arrecadação, além de ser anunciado rapidamente para gerar credibilidade.
  • Ele elogiou o empenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou estar próximo de concluir o pacote, com pendências apenas no Ministério da Defesa.
  • Campos Neto alertou que o mercado aguarda com urgência um choque positivo e que atrasos podem comprometer o processo.
Roberto Campo Neto na sede do Banco Central em São Paulo

Roberto Campo Neto na sede do Banco Central em São Paulo

Paulo Pinto/Agencia Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que para o pacote fiscal do governo ser eficiente é preciso que não haja medidas que representam aumento de arrecadação e que seja divulgado rapidamente. Ele também fez críticas à proposta de mudar as regras sobre a escala de trabalho (leia mais abaixo).

Campos Neto fez essas observações durante uma palestra no Insper, uma faculdade em São Paulo. Veja o vídeo:

“Para ter choque positivo de credibilidade, é preciso ser uma coisa muito mais baseada em corte de gastos do que através de receita”, ele afirmou.

Caso as medidas a serem anunciadas pelo governo sejam tanto de corte de gastos como aumento de arrecadação, há um risco de “interditar o processo”, ele afirmou.

Tempo é dinheiro

O presidente do Banco Central também afirmou que o tempo em que o pacote será anunciado faz diferença.

A lógica dele é que enquanto as medidas não são anunciadas, as decisões estão sendo tomadas. 

“Estamos em uma situação na qual o mercado anseia muito por um choque positivo” afirmou.

Elogio pelo esforço

O presidente do Banco Central falou mais de uma vez que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está se esforçando para anunciar as medidas de corte.

“Não acho que a situação fiscal do Brasil é um desastre iminente, a gente tem muitos recursos e muitas possibilidades de fazer correções de rota. Acho que o governo está bastante esforçado, vejo vontade do ministro Haddad de fazer (o corte de gastos)”, afirmou.

Haddad: só falta um ministério

Em entrevista ao Times Brasil – licenciado exclusivo da CNBC -, o ministro Haddad afirmou que o conjunto das medidas do pacote de corte de gastos está quase todo fechado, mas falta a resposta de um ministério que foi atingido, o da Defesa.

“Nós tivemos boas reuniões com o ministro (José Múcio) e com os comandantes das Forças”, disse Haddad em uma entrevista exclusiva.

Escala 6 x 1

Ele também criticou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) para acabar com a escala 6 x 1 –pela lei brasileira, permite-se que as empresas contratem funcionários para trabalhar seis dias e folgar um

Campos Neto citou essa PEC durante sua exposição sobre dados da economia. Ele afirmava que a taxa de desemprego surpreende, por estar baixa, e que isso se deve, em parte à reforma trabalhista aprovada durante o governo de Michel Temer.

Ele então afirmou: “Por isso que comentei outro dia que vejo com muita preocupação esse projeto do 6 x 1, porque acho que vai contra o que produzimos (a reforma trabalhista) que foi muito bom para o emprego no Brasil, tem evidências disso”.

Segundo Campos Neto, “não é colocando mais deveres para os empregadores que vai se atingir mais direitos para os trabalhadores, essa é uma realidade que não existe”.

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