Pesquisa mostra maior confiança em marcas próprias. “Há migração significativa”, diz Cristiane Amaral, da EY
Publicado 13/04/2025 • 13:35 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 13/04/2025 • 13:35 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Cristiane Amaral: "Consumidor busca o equilíbrio perfeito entre qualidade e preço acessível"
Reprodução/EY
Um vento de mudança está soprando sobre os hábitos de consumo no Brasil. Diante de orçamentos apertados e incertezas econômicas persistentes, os brasileiros estão revendo suas prioridades – e as marcas próprias de varejistas, as chamadas private labels, emergem como grandes beneficiárias dessa transformação.
É o que dizem os dados mais recentes do EY Future Consumer Index, estudo global realizado pela consultoria EY com 23.016 entrevistados em 30 países. Por aqui, sete a cada dez consumidores (69%) afirmam que esses produtos estão melhores do que em anos anteriores, percentual superior à média global (59%).
“Estamos vendo uma migração significativa para marcas próprias, especialmente em categorias essenciais”, disse Cristiane Amaral, sócia da EY e líder do segmento de Consumo, Produtos e Varejo para a América Latina. “O consumidor brasileiro, mais do que nunca, busca o equilíbrio perfeito entre qualidade e preço acessível.”
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Num país em que a inflação dificilmente fica na meta – nos dez anos entre 2015 e 2024, o IPCA ficou acima da meta oito vezes, e estou o teto em três deles – fazer contas é um exercício cotidiano. E isso só aumenta, colocando as marcas tradicionais em xeque. No Brasil, 86% dos entrevistados perceberam redução no tamanho de produtos de marcas tradicionais sem o correspondente ajuste de preço, diz a pesquisa da EY. Seis a cada dez (59%) dos brasileiros dizem que só compram itens desses players se eles estiverem em promoção e um terço afirma que tem trocado sua lista de compras por produtos de marcas próprias.
Um comportamento que reflete a percepção de incerteza com a economia, já que 83 dos brasileiros dizem estar preocupados com o futuro, índice muito acima da média global (51%). “Essa ansiedade se reflete em comportamentos de consumo mais cautelosos e racionalizados, em que cada real gasto é minuciosamente avaliado.” Cristiane Amaral diz que o que chama de ‘troca de bolso’ está em pleno curso.
“O consumidor mantém seus hábitos, mas busca alternativas mais acessíveis sem abrir mão da qualidade que já conhece.”
Veja a seguir, outros trechos de sua entrevista.
Quais são os principais drivers de consumo no Brasil hoje?
Cristiane Amaral – Temos quatro grandes pilares: preço, que é extremamente relevante em um contexto econômico desafiador, personalização, saudabilidade-sustentabilidade e interação. O consumidor quer tudo isso junto. Uma equação que fica complexa para as marcas entregarem com preços acessíveis.
E como o brasileiro está reagindo a essa pressão no bolso?
Cristiane Amaral – Há uma ‘troca de bolso’. O consumidor mantém seus hábitos, mas busca alternativas mais baratas. Isso explica o crescimento das private labels e até de mercados antes pouco explorados, como roupas reutilizáveis e eletrodomésticos de marcas próprias.
O varejo brasileiro está pronto o suficiente para entender esses novos comportamentos?
Cristiane Amaral – Ainda falta um olhar mais clínico. Se o varejista não entender profundamente seu público – seja ele voltado a saudabilidade, sustentabilidade ou preço –, não conseguirá otimizar custos e manter margens. O consumidor precisa estar no centro da estratégia.
Qual a principal orientação da EY para empresas nesse cenário?
Cristiane Amaral – Eficiência e produtividade são decisivas. Tecnologias como IA generativa e blockchain para rastreabilidade permitem reduzir custos sem perder qualidade. A Reforma Tributária, a partir de 2026, também exigirá reconfiguração logística e de estoques.
Em momentos de crise, a eficiência operacional é o que salva os negócios?
Cristiane Amaral – Sem dúvida. E isso vale para qualquer mercado emergente. No Brasil, onde há complexidade fiscal e logística, quem não buscar eficiência em processos – do supply chain ao pós-venda – ficará para trás. As private labels são um exemplo de como fazer mais com menos.
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