Incapacidade dos EUA de substituir terras raras da China ameaça defesa, alerta CSIS
Publicado 15/04/2025 • 12:36 | Atualizado há 4 dias
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Publicado 15/04/2025 • 12:36 | Atualizado há 4 dias
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Christophe ARCHAMBAULT / AFP
A incapacidade dos Estados Unidos de suprir uma potencial escassez no fornecimento de terras raras da China representa uma ameaça às capacidades militares, segundo o Center for Strategic and International Studies (CSIS). O alerta surge após a China impor controles de exportação sobre esses elementos cruciais para o desenvolvimento de tecnologia, incluindo defesa.
Em meio à escalada das tarifas do presidente americano Donald Trump contra a China, Pequim impôs, no início deste mês, restrições à exportação de sete elementos de terras raras e ímãs utilizados em tecnologias de defesa, energia e automotiva.
As novas restrições abrangem os elementos de terras raras médios e pesados, como samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio. Segundo a medida, as empresas chinesas precisarão obter licenças especiais para exportar esses recursos.
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Embora ainda não se saiba como a China implementará essa política, o relatório do CSIS, publicado na segunda-feira, adverte que é provável que haja uma pausa nas exportações enquanto Pequim estabelece o sistema de licenciamento, causando interrupções no fornecimento para algumas empresas americanas. O New York Times noticiou, no início desta semana, que uma pausa nas exportações de terras raras da China já estava ocorrendo.
Como a China detém o monopólio sobre o processamento global de terras raras pesadas, tais restrições representam uma séria ameaça aos EUA, particularmente ao seu setor de tecnologia de defesa.
“Os Estados Unidos são particularmente vulneráveis nessas cadeias de suprimentos”, alertou o CSIS, enfatizando que as terras raras são cruciais para uma variedade de tecnologias de defesa avançadas sendo utilizadas em tipos de caças, submarinos, mísseis, sistemas de radar e drones.
Além dos controles de exportação, Pequim colocou 16 entidades americanas — todas, exceto uma, nas indústrias de defesa e aeroespacial — em sua lista de controle de exportação. A inclusão na lista impede que as empresas recebam “bens de uso duplo”, incluindo os elementos de terras raras mencionados.
Segundo o relatório do CSIS, se os controles comerciais da China resultarem em uma interrupção completa das exportações de elementos de terras raras médios e pesados, os EUA serão incapazes de atender a demanda.
“Não há separação de terras raras pesadas ocorrendo nos Estados Unidos atualmente”, afirmou o CSIS, embora tenha notado que o desenvolvimento dessas capacidades está em andamento.
Por exemplo, o Departamento de Defesa (DOD) estabeleceu como meta desenvolver uma cadeia de suprimentos completa de elementos de terras raras que atenda a todas as necessidades de defesa dos EUA até 2027, em sua Estratégia Industrial de Defesa Nacional de 2024.
Desde 2020, o DOD comprometeu mais de US$ 439 milhões para a construção de cadeias de suprimentos domésticas e instalações de processamento de terras raras pesadas, de acordo com dados coletados pelo CSIS.
No entanto, o CSIS disse que, quando essas instalações estiverem operacionais, sua produção ficará muito aquém da chinesa, com os EUA ainda longe de atingir a meta do DOD de uma cadeia de suprimentos independente de elementos de terras raras.
“Desenvolver capacidades de mineração e processamento requer um esforço de longo prazo, o que significa que os Estados Unidos estarão em desvantagem no futuro previsível”, acrescentou.
O presidente americano Trump também busca um acordo com a Ucrânia, que lhe daria acesso aos seus depósitos de minerais de terras raras. No entanto, ainda existem dúvidas sobre o valor e a acessibilidade de tais depósitos.
O relatório do CSIS adverte que os controles de exportação representam ameaças diretas à prontidão militar dos EUA, destacando que o país já está atrasado em sua produção de defesa.
“Mesmo antes das últimas restrições, a base industrial de defesa dos EUA lutava com capacidade limitada e não conseguia aumentar a produção para atender às demandas de tecnologia de defesa”, afirmaram os autores.
Eles citam uma estimativa de um oficial da Força Aérea dos EUA em 2022 de que a China está adquirindo sistemas de armas e equipamentos avançados cinco a seis vezes mais rápido que os EUA.
“Novas proibições de insumos minerais críticos apenas ampliarão essa lacuna, permitindo que a China fortaleça suas capacidades militares mais rapidamente que os Estados Unidos”, conclui o relatório.
Os EUA não estão sozinhos em suas preocupações com o monopólio chinês de terras raras. Países como Austrália e Brasil também estão investindo no fortalecimento de suas cadeias de suprimentos domésticas de elementos de terras raras.
O CSIS recomenda que os EUA forneçam apoio financeiro e diplomático para garantir o sucesso dessas iniciativas.
No entanto, o novo sistema de licenciamento de exportação de terras raras da China também pode incentivar países em todo o mundo a cooperar com a China para evitar interrupções em seu próprio fornecimento desses elementos, disse o CSIS.
Um relatório de pesquisa de Neil Shearing, economista-chefe do grupo Capital Economics, também observou como os controles sobre terras raras e minerais críticos se tornaram parte da estratégia de Pequim para resistir a Washington.
Shearing observa que, além do controle da China sobre algumas terras raras, o fornecimento de muitos outros minerais críticos, incluindo cobalto e paládio, está concentrado em países que se alinham com Pequim.
“A instrumentalização desse controle sobre minerais críticos — e a corrida de outros países para garantir suprimentos alternativos — será uma característica central de uma economia global fragmentada”, afirmou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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