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Com impacto das tarifas dos EUA, UBS perde liderança na Europa continental para o Santander

Publicado 17/04/2025 • 14:00 | Atualizado há 2 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • O banco espanhol Banco Santander ultrapassou o gigante suíço UBS e se tornou a maior instituição da Europa continental em valor de mercado, em meio aos impactos das tarifas dos Estados Unidos sobre o setor bancário europeu já fragilizado.
  • As ações do UBS sofreram uma forte queda após o anúncio, em 2 de abril, das tarifas básicas e recíprocas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra os parceiros comerciais de Washington.
  • De acordo com dados da FactSet, o UBS tinha um valor de mercado de 79,5 bilhões de francos suíços (US$ 97,23 bilhões) no fechamento da última quarta-feira.

Parpan05 - Own work via Wikipedia

O banco espanhol Banco Santander ultrapassou o gigante suíço UBS e se tornou a maior instituição da Europa continental em valor de mercado, em meio aos impactos das tarifas dos Estados Unidos sobre o setor bancário europeu já fragilizado.

As ações do UBS sofreram uma forte queda após o anúncio, em 2 de abril, das tarifas básicas e recíprocas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra os parceiros comerciais de Washington.

De acordo com dados da FactSet, o UBS tinha um valor de mercado de 79,5 bilhões de francos suíços (US$ 97,23 bilhões) no fechamento da última quarta-feira, enquanto o Banco Santander estava avaliado em 91,3 bilhões de euros (US$ 103,78 bilhões).

As ações das duas instituições seguiram trajetórias diferentes nos últimos meses. Segundo dados da LSEG, o banco suíço acumula uma queda de 17,2% no ano, enquanto o Santander registra uma alta de quase 35%.

Ambos os bancos, assim como o setor bancário europeu em geral, foram afetados desde a adoção das políticas comerciais protecionistas da Casa Branca, diante da perspectiva de desaceleração do crescimento nos países europeus atingidos pelas tarifas e da possibilidade de uma recessão nos EUA.

Washington impôs tarifas de 20% sobre importações da União Europeia, mas reduziu esse percentual para 10% após anunciar, em 9 de abril, uma trégua de 90 dias.

Já a Suíça (que não integra a UE) enfrenta uma tarifa mais elevada, de 31%, após o fim da trégua. Além disso, o governo Trump ameaçou impor novas taxas sobre medicamentos importados, o que pode prejudicar a indústria farmacêutica suíça, que apresentou crescimento robusto no quarto trimestre e teve contribuição significativa nas exportações do país no período.

De forma mais ampla, os bancos da União Europeia foram beneficiados pelo anúncio da iniciativa ReArm, feito em março. A proposta deve flexibilizar as regras fiscais do bloco e estimular novos empréstimos para impulsionar os gastos com defesa.

Exposição aos EUA

Os dois maiores bancos da Europa continental têm níveis muito diferentes de exposição ao mercado norte-americano.

O Banco Santander é o quinto maior financiador de veículos dos Estados Unidos e vem expandindo sua atuação por meio de uma parceria recente com a gigante de telecomunicações Verizon. Ainda assim, apenas cerca de 9% do lucro total do banco em 2024 veio do mercado americano.

Por outro lado, os EUA são um mercado estratégico para a divisão de gestão global de patrimônio do UBS, que é altamente lucrativa. De acordo com o relatório anual da instituição, aproximadamente metade dos ativos investidos do banco suíço no ano passado estavam concentrados nas Américas.

A perspectiva para o UBS também é ofuscada pela incerteza em torno de possíveis novas exigências — mais rigorosas — de capital por parte das autoridades suíças. A medida vem após a expansão do banco com a absorção do Credit Suisse, que havia colapsado e deixou ao UBS uma presença significativa no mercado americano. O banco espera obter mais clareza sobre essas diretrizes no próximo mês.

A rentabilidade do UBS também pode ser afetada pelo fortalecimento do franco suíço — tradicionalmente considerado um ativo de proteção em tempos de turbulência no mercado —, que já se valorizou cerca de 8% em relação ao dólar desde a adoção das novas tarifas.

A valorização da moeda suíça — cujo impacto sobre as exportações já vinha sendo apontado por grupos comerciais locais mesmo antes das tarifas —, combinada à inflação deprimida no país, pode levar o Banco Nacional Suíço a fazer novos cortes defensivos na taxa de juros, que já foi reduzida para apenas 0,25% em março.

Em comparação, o Banco Central Europeu também é amplamente esperado para reduzir sua principal taxa de depósito em 0,25 ponto percentual durante a reunião desta quinta-feira, o que a levaria para 2,25%.

Esse possível corte na taxa de juros vem após o BCE declarar, em março, que sua política monetária estava “se tornando significativamente menos restritiva” — um sinal que alguns analistas interpretaram como uma indicação de cautela para novas reduções.

Quedas nas taxas de juros nacionais geralmente impactam negativamente as receitas de juros líquidos dos bancos locais obtidas por meio de empréstimos.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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