CNBC Trump Org vende boné e camiseta “Trump 2028”, alimentando especulações sobre terceira candidatura à Casa Branca

Tarifas do Trump

Consumidores continuam a gastar mesmo com as guerras comerciais a aumentarem o risco de recessão

Publicado 24/04/2025 • 13:34 | Atualizado há 13 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Enquanto os americanos estão cada vez mais preocupados com sua situação financeira, os gastos do consumidor aumentaram.
  • Embora os gastos estejam mais altos agora, as restrições financeiras, aliadas às expectativas de enfraquecimento da economia, farão com que os consumidores reduzam seus gastos nos próximos meses, preveem especialistas.
  • "Essa é uma profecia autorrealizável", afirma Sasha Indarte, professora assistente de finanças da Wharton.

Consumidores ainda não estão mudando seus hábitos de consumo, apesar de risco de recessão pela guerra comercial.

Pexels

Embora muitos americanos estejam preocupados com o rumo da economia americana, poucos mudaram seus hábitos de consumo em antecipação a uma desaceleração.

Quase três quartos, ou 73%, dos adultos disseram estar “financeiramente estressados”, com a maioria apontando as guerras tarifárias como a culpada, de acordo com uma pesquisa online recente da CNBC/SurveyMonkey.

Leia mais

No entanto, os gastos do consumidor permaneceram notavelmente resilientes.

Em parte, devido às tarifas iminentes, os consumidores estão comprando por pânico. De fato, os gastos do consumidor foram ainda mais fortes do que o esperado em março, segundo o Departamento de Comércio, e voltaram a subir em abril, mostraram dados divulgados na quarta-feira (23) pelo J.P. Morgan.

O J.P. Morgan também aumentou suas chances de uma recessão nos EUA e no mundo para 60% até o final do ano, dos 40% anteriores.

Preparando o cenário para uma desaceleração

Os gastos do consumidor são considerados a espinha dorsal da economia, por representarem uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) e impulsionarem o crescimento econômico.

Em um discurso no início deste mês perante jornalistas de negócios em Arlington, Virgínia, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que “a economia é predominantemente impulsionada pelos gastos do consumidor”. Powell também afirmou esperar que as políticas tarifárias do presidente Donald Trump aumentem a inflação e reduzam o crescimento.

A maioria dos especialistas concorda que, diante da alta dos preços de muitos bens de consumo, as tarifas de Trump estão desencadeando uma nova onda de sentimento de declínio, que desempenha um papel importante na determinação do rumo da economia.

O índice de expectativas do Conference Boards, que mede as perspectivas de curto prazo dos consumidores, caiu para o nível mais baixo em 12 anos e bem abaixo do limiar da recessão, sinalizando um risco elevado de recessão. A pesquisa com consumidores da Universidade de Michigan também mostrou que o sentimento caiu mais de 30% desde dezembro, em meio a preocupações persistentes com uma guerra comercial.

“O aumento intermitente de tarifas e a consequente turbulência no mercado de ações e na economia mundial estão claramente impactando as preocupações dos consumidores sobre preços mais altos e o crescimento futuro dos gastos do consumidor”, disse Jack Kleinhenz, economista-chefe da National Retail Federation, em um comunicado.

Como as tarifas impactam o orçamento familiar

As tarifas do governo Trump sobre diversos outros países estão atualmente em meio a uma pausa de 90 dias, com uma alíquota básica de 10% aplicada a todos os produtos importados. A pausa expira em 9 de julho, com Trump promovendo uma série de negociações com líderes estrangeiros até lá.

De acordo com uma análise do Urban-Brookings Tax Policy Center, se as tarifas mais baixas em vigor durante a pausa de 90 dias permanecerem em vigor permanentemente, isso poderá reduzir a renda real do contribuinte médio em cerca de US$ 3.100 em 2026. Um estudo separado do Budget Lab de Yale estima que as tarifas podem custar à família média cerca de US$ 3.800 por ano.

“Os orçamentos familiares continuam sob pressão e altamente sensíveis a novos aumentos de preços”, disse Greg McBride, analista financeiro-chefe do Bankrate. “A inflação continuará sendo fundamental para a forma como os consumidores se sentem em relação às suas finanças e à sua capacidade de gastar mais.”

Uma queda eminente

Restrições financeiras, aliadas à expectativa de que a economia esteja enfraquecendo, acabarão levando os consumidores a gastar menos, o que pode levar as empresas a cortar gastos ou demitir funcionários, de acordo com Sasha Indarte, professora assistente de finanças na Wharton School da Universidade da Pensilvânia. “Essa é uma profecia autorrealizável.”

“Mesmo um pequeno corte inicial nos gastos é amplificado”, disse ela. “Os gastos de uma pessoa se tornam a renda de outra — você pode obter esse efeito de eco.”

Mas as teorias econômicas básicas não contam toda a história, acrescentou Indarte.

Mesmo quando os consumidores pretendem cortar gastos, eles nem sempre reduzem seus gastos tanto quanto gostariam ou deveriam. Vieses comportamentais e inércia também desempenham um papel, de acordo com Indarte.

“Mesmo quando nosso ambiente está mudando, ficamos felizes fazendo o que costumávamos fazer. As pessoas estão acostumadas a ir aos mesmos restaurantes ou dirigir o mesmo carro, nós não estamos acostumados a fazer ajustes”, disse ela. “Há uma preferência pela mesmice.”

No entanto, quando os orçamentos familiares atingirem seus limites, os consumidores não poderão mais arcar com o estilo de vida a que estavam acostumados — é aí que “o choque se materializa”, disse ela.

Nesse ponto, os consumidores terão que controlar seus gastos, quer queiram ou não, disse ela, o que pode levar a uma queda econômica nos próximos meses. Essa previsão também foi compartilhada recentemente por analistas do JPMorgan em uma nota de pesquisa na quarta-feira (23) e pelo presidente do Federal Reserve Bank de Chicago, Austan Goolsbee, no domingo.

“Deveríamos estar preocupados”, disse Indarte.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

MAIS EM Tarifas do Trump