De todas as ações tarifárias que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, a tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA se destaca como uma das mais bizarras, ocupando seu lugar ao lado da fórmula confusa que sua administração usou para determinar o nível de tarifas.
Trump não compartilhou detalhes sobre como a tarifa funcionaria — ou se de fato seria implementada — mas o simples anúncio da cobrança foi suficiente para derrubar as ações de empresas de entretenimento e mídia como Netflix e Paramount.
Deixando de lado os custos, como essas tarifas funcionariam em um nível cultural? O Oscar removeria sua categoria de Melhor Filme Estrangeiro? Todos os filmes também teriam que se passar nos EUA? Atores americanos que estrelam filmes internacionais seriam penalizados?
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Essas preocupações podem parecer absurdas, mas prever o próximo ato do presidente dos EUA é quase impossível — Trump é o suspense personificado. Considerando que seu mandato presidencial parece quase uma série de reality show, suas ações podem ser boas para a audiência, mas um tomate podre para todos os demais.
O que você precisa saber hoje?
Os mercados dos EUA caíram na segunda-feira (5). O S&P 500 perdeu 0,64%, encerrando uma sequência de nove dias de alta, sua mais longa desde 2004. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,24% e o Nasdaq Composite recuou 0,74%. Os contratos futuros do petróleo bruto dos EUA caíram cerca de 2% na segunda-feira, para o menor fechamento desde fevereiro de 2021, após a OPEP+ concordar em aumentar a produção. As ações da região Ásia-Pacífico em sua maioria subiram na terça-feira (6). O índice Nifty 50 da Índia caiu cerca de 0,4% nas primeiras negociações, em meio a relatos de que o país propôs aos EUA remover tarifas sobre aço, autopeças e produtos farmacêuticos de forma recíproca.
As ações da Berkshire Hathaway caíram 4,9% na segunda-feira após Warren Buffett propor no sábado que Greg Abel o substituísse como CEO até o fim do ano. O conselho da empresa votou por unanimidade no domingo para tornar Abel presidente e CEO em 1º de janeiro de 2026, com Buffett permanecendo como presidente do conselho. As ações da empresa dispararam 5.502.284% entre 1965, quando Buffett assumiu a Berkshire Hathaway, e o fim de 2024.
Mais novidades sobre tarifas de Trump
Trump anunciou no domingo que imporia uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos, mas voltou atrás em seus comentários no dia seguinte.
No domingo, Trump também minimizou a ameaça de escassez de produtos, dizendo que meninas “poderiam ficar muito felizes” com menos bonecas. Por fim, Trump assinou uma ordem executiva na segunda-feira para reduzir o tempo de aprovação de fábricas farmacêuticas nos EUA, e acrescentou que anunciará tarifas específicas para o setor farmacêutico nas próximas duas semanas.
Palantir eleva projeções, mas ações caem
As ações da Palantir despencaram mais de 9% nas negociações estendidas após a empresa divulgar lucros dentro das expectativas. A companhia, que fornece software de inteligência artificial para governos e corporações, também elevou sua projeção de receita para o ano, agora entre US$ 3,89 bilhões e US$ 3,90 bilhões.
As ações da Palantir desafiaram a tendência de queda geral das ações de tecnologia em 2025. Mesmo com a queda de hoje, o papel acumula alta de 64% no ano.
A Ford Motor superou as expectativas de Wall Street para o primeiro trimestre, mas suspendeu sua projeção financeira para 2025 diante do impacto esperado de US$ 2,5 bilhões neste ano por conta das tarifas de Trump.
A montadora de Detroit afirmou esperar compensar US$ 1 bilhão desses custos por meio de ações corretivas, bem como expectativas de volume e preços, para um impacto total de US$ 1,5 bilhão em 2025. As ações caíram cerca de 2,5% nas negociações estendidas.
ETF chinês em vez de ações tech dos EUA?
As ações de tecnologia da China tiveram um início de 2025 volátil, com fortes oscilações de curto prazo para ambos os lados. Mas esse comportamento de preços turbulentos até agora ocorre em um contexto construtivo de longo prazo.
Esse ETF de tecnologia chinês pode ser uma aposta melhor do que ações de tecnologia dos EUA, que parecem relativamente esticadas, escreveu Katie Stockton, fundadora e sócia-diretora da Fairlead Strategies.
E por fim…
Temu e Shein enfrentam tarifas pesadas. Mas especialistas dizem que elas ainda têm fôlego no e-commerce dos EUA
Na sexta-feira (2), a regra de minimis — uma política que isentava de tarifas de importação produtos de até US$ 800 — foi oficialmente encerrada para envios vindos da China. Com isso, Temu e Shein passaram a estar sujeitos a tarifas de até 120% ou uma taxa fixa de US$ 100, que deve subir para US$ 200 em junho.
A isenção tarifária para pacotes pequenos era fundamental para as empresas manterem preços acessíveis nos produtos enviados da China. Agora que ela acabou, os preços na Temu e na Shein estão disparando, sendo que a primeira encerrou totalmente os envios diretos de fora dos EUA.
Apesar dos novos desafios comerciais enfrentados por Temu e Shein, especialistas em e-commerce e cadeia de suprimentos disseram à CNBC que as empresas ainda conseguem competir com suas rivais no mercado norte-americano.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
