Trump amplia ameaça de tarifas da Apple para outras fabricantes de smartphones
Publicado
23/05/2025 • 19:38
| Atualizado há 7 horas
AFP
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KEY POINTS
Após anunciar a intenção de tarifar a Apple em 25%, Trump estendeu ameaça a outras fabricantes que produzam smartphones fora dos EUA com o mesmo ultimato: "isso incluiria também a Samsung e qualquer um que faça esse produto, caso contrário, não seria justo."
Atualmente, a Apple tem cerca de 90% da montagem do iPhone e outros produtos localizada na China, mas a empresa disse querer mover parte disso para a Índia, o que irritou o presidente norte-americano.
As tarifas devem começar a valer em julho, e analistas disseram que, neste prazo, é "irreal" que a Apple consiga estabelecer uma fábrica e linhas de produção para o iPhone.
O presidente Donald J. Trump visita a fábrica da Apple com o CEO da Apple, Tim Cook, na quarta-feira, 20 de novembro de 2019, no Flextronics International LTD-Austin Product Introduction Center.
Shealah Craighead / Casa Branca / Flickr
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na sexta-feira (23) a Apple e outros fabricantes de smartphones com uma tarifa de 25%, a menos que seus dispositivos sejam fabricados nos Estados Unidos.
O que era direcionado apenas à Apple, no entanto, acabou amplificado às outras empresas que fabricam celulares fora dos EUA. “Isso incluiria também a Samsung e qualquer um que faça esse produto, caso contrário, não seria justo”, disse Trump a repórteres em Washington, acrescentando que as novas tarifas entrariam em vigor até o “final de junho”.
Inclusão de outros fabricantes na tarifa
Embora a Apple desenhe seus produtos nos Estados Unidos, a maior parte da montagem do iPhone (além de outros produtos, como o iPad) ocorre na China, que continua envolvida em uma guerra comercial com os EUA.
A companhia anunciou planos para transferir parte da produção para outros países, incluindo a Índia, mas Trump afirmou que isso não atenderia suas exigências. Em uma postagem na plataforma Truth Social, mais cedo nesta sexta-feira, Trump escreveu que “há muito tempo informou Tim Cook (CEO da Apple) que espero que os iPhones que serão vendidos nos Estados Unidos da América sejam fabricados e montados nos Estados Unidos, não na Índia ou em qualquer outro lugar”. “Se esse não for o caso, uma tarifa de pelo menos 25% deve ser paga pela Apple aos EUA”, acrescentou
Repercussão das declarações de trump
“Tive um pequeno problema com Tim Cook”, disse Trump em 15 de maio. O presidente relembrou o diálogo que teve com o CEO : “não estamos interessados em você fabricar na Índia… queremos que você fabrique aqui e eles vão aumentar sua produção nos Estados Unidos.”
Analistas concordam amplamente que transferir a fabricação de iPhones para os Estados Unidos é uma proposta irreal e exigiria uma reformulação fundamental do modelo de negócios da Apple — um processo que poderia levar anos, se é que seria possível.
Segundo estimativas da Wedbush Securities, cerca de 90% da produção e montagem de iPhones da Apple ainda ocorre na China, apesar de algumas mudanças de produção.
Impacto no modelo de negócios da Apple
Realocar a produção de iPhones para os Estados Unidos “é um conto de fadas que não é viável”, disse o analista da Wedbush Securities Dan Ives em uma nota de pesquisa.
A pressão constante da Casa Branca tem impactado o preço das ações da Apple, que caiu mais de 20% desde que Trump assumiu o cargo em janeiro com sua agenda protecionista. Na sexta-feira, as ações estavam sendo negociadas com quase 3% de queda.
Ao contrário do primeiro mandato de Trump, quando a Apple recebeu isenções de medidas comerciais focadas na China, a empresa se tornou um alvo presidencial regular desta vez.
Ele disse que a Apple espera que as tarifas dos EUA custem US$ 900 milhões (R$ 5,1 bilhões) no trimestre atual.
“Os preços dos aparelhos parecem prestes a subir, já que os iPhones acabarão sendo mais caros, se as ameaças se transformarem em política comercial concreta”, disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown.
“Enquanto os fãs mais fervorosos ainda estarão dispostos a pagar caro pelos produtos da Apple, será muito mais difícil para a classe média, que já está lidando com aumentos de preços em outros bens, desde tênis Nike até brinquedos vendidos no Walmart.”
Vale lembrar que, até agora, a Apple, Samsung e outras fabricantes não comentaram as afirmações mais recentes de Trump.
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