Desinformação prejudica trégua comercial entre EUA e China
Publicado 26/05/2025 • 17:19 | Atualizado há 3 dias
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Publicado 26/05/2025 • 17:19 | Atualizado há 3 dias
KEY POINTS
A China está sujeita a pagar tarifas de até 245% para exportar seus produtos para os EUA caso tome novas medidas retaliatórias, segundo ficha informativa divulgada pela Casa Branca na terça-feira (15)
Times Brasil/Imagem gerada por IA
De falsas alegações de americanos comprando produtos chineses por pânico a ataques de robôs a marcas americanas, uma onda de desinformação está lançando uma sombra sobre uma trégua comercial temporária entre Washington e Pequim.
As duas maiores economias do mundo concordaram no início deste mês em suspender tarifas recíprocas por 90 dias, uma surpreendente distensão em sua amarga guerra comercial após negociações de alto nível em Genebra.
Mas uma realidade alternativa está se desenrolando nas plataformas de mídia social, incluindo o Douyin e o Weibo da China, onde uma onda de falsidades está alimentando o sentimento antiamericano que pode minar a frágil trégua.
Um vídeo online, que atraiu milhões de visualizações nessas plataformas e no TikTok, afirma mostrar consumidores americanos em pânico comprando televisores de marcas chinesas após as tensões comerciais.
Mas, na realidade, eram imagens antigas de 2018 mostrando o frenesi de compras da Black Friday em um supermercado americano.
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A falsidade foi ainda mais amplificada pelos meios de comunicação estatais chineses, incluindo o China Daily, que publicou manchetes como: “Os americanos estão começando a estocar loucamente em meio a tarifas e comprando TVs de marca chinesa”.
Um clipe de notícias em seu site — mais imagens recicladas de 2018 — traz uma marca d’água com o texto “imagens de arquivo” no canto superior esquerdo, aparentemente para proteger o veículo de responsabilidade legal.
Outras alegações infundadas surgiram em plataformas chinesas sobre americanos voando para a China para comprar produtos chineses e que cidadãos americanos — sofrendo com as consequências econômicas da guerra comercial — estavam fazendo fila para comprar suprimentos em grandes quantidades.
“Essas narrativas são quase certamente elaboradas pelo Estado, que se tornou cada vez mais fluente no uso das mídias sociais”, disse à AFP Andrew Mertha, diretor do Centro de Pesquisa Global SAIS China da Universidade Johns Hopkins.
“(Elas) ajudam a alinhar a opinião pública chinesa com a estratégia governamental, demonstrando neste caso — embora de forma imprecisa, certamente prematura — que ‘os EUA já estão sentindo a dor, então a China deve manter o rumo’.”
As tarifas intermitentes do presidente americano Donald Trump têm causado nervosismo na economia mundial, inquietando investidores e agitando os mercados financeiros.
Sob a trégua de 12 de maio, os Estados Unidos concordaram em reduzir temporariamente a tarifa sobre as importações chinesas de 145% para 30%, enquanto a China anunciou que reduziria seu imposto de importação sobre produtos americanos de 125% para 10%.
Algumas das falsas narrativas surgiram antes do acordo, mas continuaram a se espalhar online, alimentando confusão e uma onda mais ampla de caos informativo.
“Muitos amigos na China me perguntaram: Não há ovos nos Estados Unidos? É muito inseguro? As pessoas estão com pressa para comprar? Você estocou alguma coisa?”, disse Vivian Wei, criadora de conteúdo de Chicago, à AFP.
“Algumas pessoas até sugeriram não vir aos Estados Unidos para turismo ou estudos.”
Os rumores levaram Wei a visitar vários supermercados em Chicago, apenas para encontrar as prateleiras abastecidas.
Enquanto os consumidores americanos pareciam imperturbáveis diante do turbilhão de desinformação online, Wei observou que os “chineses estavam ficando muito animados”.
No mês passado, a empresa de segurança contra desinformação Cyabra descobriu uma campanha de influência anti-EUA no site X, de propriedade de Elon Musk, envolvendo milhares de contas falsas ou operadas por bots.
Eles tinham como alvo marcas globais como Gucci, Chanel e Amazon, amplificando a narrativa infundada de que produziam produtos na China, enquanto os rotulavam como “Made in France” ou “Made in Italy”.
As contas culpavam as políticas comerciais de Trump por permitirem tais práticas enganosas de marketing, ao mesmo tempo em que incentivavam os consumidores a abandonar essas marcas e comprar produtos diretamente da China.
“Foi uma blitz digital. Um terço das contas não eram reais, mas a reação negativa que provocaram era”, disse Dan Brahmy, diretor executivo da Cyabra, à AFP.
“Perfis falsos sequestraram marcas de luxo, divulgaram narrativas anti-EUA e afastaram compradores sem levantar suspeitas. É isso que os torna eficazes.”
No mês passado, a AFP também descobriu vídeos virais no TikTok de criadores de conteúdo chineses promovendo a falsa alegação de que marcas internacionais de luxo estavam fabricando seus produtos secretamente na China.
As marcas visadas não responderam à alegação, que parecia fazer parte de uma ampla campanha que explorava as tensões comerciais entre os EUA e a China para comercializar produtos de luxo falsificados.
É improvável que as narrativas falsas desapareçam com o avanço das negociações comerciais, afirmam especialistas.
“Acredito que essas narrativas continuarão e evoluirão paralelamente ao fortalecimento da posição de negociação do governo chinês”, disse Mertha, da Universidade Johns Hopkins.
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