Bill Gates está avançando com seus planos de doar US$ 200 bilhões ao longo dos próximos 20 anos e afirmou que “a maior parte” desse montante será destinada à melhoria dos serviços públicos de saúde e educação na África.
Gates anunciou que pretende doar praticamente toda a sua fortuna pessoal e encerrar as atividades da Fundação Gates até 2045. Nesta segunda-feira (6), o fundador da Microsoft detalhou um pouco mais esses planos: “A maior parte desse financiamento será direcionada para ajudar vocês a enfrentar os desafios aqui na África”, afirmou durante um discurso na sede da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia.
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O investimento será voltado para iniciativas que atendam aos três principais objetivos apresentados por Gates em seu anúncio de maio:
- Reduzir as mortes de mães e crianças pequenas por causas evitáveis
- Erradicar doenças como poliomielite, malária, sarampo e dracunculíase (doença do verme da Guiné)
- Financiar avanços na educação e na agricultura em países africanos, para ajudar “centenas de milhões de pessoas a sair da pobreza”
A África tem uma necessidade especial de recursos nas áreas de saúde e educação: segundo dados de 2021 das Nações Unidas, quase meio bilhão de pessoas no continente vivem abaixo da linha da pobreza. A melhoria da saúde e da educação em escala global é uma das principais missões da fundação filantrópica de Gates, criada em 2000 com sua então esposa, Melinda French Gates.
Gates já pediu publicamente que governos de todo o mundo aumentem os repasses de ajuda a países africanos, alertando que “há menos dinheiro sendo destinado à África justamente num momento em que ela mais precisa”, disse à agência Associated Press em setembro.
Em uma publicação no blog da fundação, no dia 8 de maio, ele criticou países ricos, incluindo os Estados Unidos, por cortarem “dezenas de bilhões de dólares” de seus orçamentos de ajuda internacional nos últimos dois anos.
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“Nenhuma organização filantrópica, nem mesmo uma do tamanho da Fundação Gates, consegue cobrir sozinha essa lacuna de financiamento que está surgindo agora”, escreveu Gates.
Nesta segunda-feira, ele elogiou líderes de governos africanos, profissionais de saúde e organizações de desenvolvimento que atuam em parceria com sua fundação por adotarem “inovação” mesmo com recursos limitados. Ele citou como exemplos o uso de mosquiteiros impregnados com inseticida para combater a malária e tecnologias de ultrassom com inteligência artificial para identificar gestações de risco.
“Sempre me inspirei no trabalho árduo dos africanos, mesmo em lugares com recursos muito escassos”, disse Gates. “O trabalho de campo para levar soluções até as áreas mais rurais tem sido impressionante.”
A Fundação Gates abriu seu primeiro escritório na África em Adis Abeba, em 2012, e desde então inaugurou unidades na África do Sul, no Quênia, na Nigéria e no Senegal, informou a fundação em comunicado à imprensa com detalhes do discurso de Gates na sede da União Africana.
“Liberando o potencial humano por meio da saúde e da educação, todos os países da África podem trilhar um caminho rumo à prosperidade — e fazer parte dessa jornada é algo empolgante”, declarou Gates.
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